Homem de palavra: Ricardo Oliveira é craque, artilheiro e campeão paulista

Para alguns, soou arrogante. Para outros, desconexo com a realidade. No meio do furacão vivido pelo Santos no início do ano, Ricardo Oliveira chegou ao clube e afirmou:

— Onde todos estão vendo crise, eu vejo uma oportunidade.

Mais do que isso. Enquanto torcedores rivais falavam em rebaixamento e santistas se preocupavam com o futuro do clube, o centroavante projetou conquistas, disse que sua meta era o título do Paulistão e estipulou a artilharia como meta. Ele não só cumpriu os objetivos, como superou as expectativas.

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Aos 34 anos, o camisa 9 foi eleito o craque do campeonato. Não era para menos. Artilheiro em campo, o autor de 11 gols na campanha foi decisivo também fora das quatro linhas, orientando garotos, motivando o grupo, transmitindo confiança àqueles que desacreditavam em um time em reconstrução.

Curioso olhar para trás e lembrar que alguns dirigentes duvidavam do condicionamento físico de Oliveira. Ou lembrar que o técnico Enderson Moreira sempre o tratou como segunda opção e insistiu para que o gordinho Walter fosse contratado.

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Essas e outras desconfianças foram respondidas por Ricardo Oliveira do jeito que ele melhor sabe: fazendo gols. Muitos! Teve chapéu no goleiro do Osasco Audax, cavadinha em Fernando Prass, pênalti, chute colocado, chute forte... Não houve rival que escapasse do faro de gol do atacante nesse Paulistão. Ele marcou em todo o Trio de Ferro.

Pilhado em busca da taça estadual — a primeira que ele levantou em território brasileiro — o jogador, que também é pastor evangélico, mostrou até um lado pouco conhecido da sua personalidade. Na primeira final do Paulistão, explodiu após Dudu perder pênalti, inclinou-se sobre o rival, encheu os pulmões e berrou, como se dissesse com outras palavras: “Eu prometi esse título, ele é meu, e não será você que irá tirá-lo”.

Até ontem o camisa 9 ganhava R$ 50 mil por mês e representava, sem dúvida, o melhor custo-benefício do futebol brasileiro. Porém, após longa novela, ele recebeu robusto aumento salarial e renovou contrato com o Santos até o fim de 2017. Homem de palavra, ele promete mais gols.