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Grêmio paga caro por racismo da torcida e é eliminado da Copa do Brasil

Clube gaúcho também levou multa de R$ 50 mil por ofensas contra o goleiro Aranha

Futebol|Do R7

Aranha paralisou a partida para reclamar dos xingamentos racistas
Aranha paralisou a partida para reclamar dos xingamentos racistas Aranha paralisou a partida para reclamar dos xingamentos racistas

A guerra contra o racismo no futebol travou mais uma batalha nesta quarta-feira (3) e venceu. O Grêmio foi julgado e responsabilizado por conta da atitude de sua torcida contra o goleiro Aranha, do Santos, e foi eliminado da Copa do Brasil.

Grêmio e Santos fariam o jogo de volta das oitavas de final da competição nesta quarta-feira, na Vila Belmiro, mas ao invés disso, representantes dos dois times estiveram na sede do STJD, no Rio de Janeiro, para acompanhar o julgamento dos incidentes envolvendo o goleiro Aranha.

O jogo, que aconteceu na Arena Grêmio, ficou marcado pelas manifestações racistas de alguns torcedores do clube gaúcho contra o jogador santista. Por conta disso, o Grêmio foi julgado pela Terceira Comissão Disciplinar do STJD. 

Como foi responsabilizado pela atitude de sua torcida, o clube foi enquadrado nos artigos 243-G (discriminação racial) e 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD – Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

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Fábio Koff, presidente do Grêmio, e a equipe de arbitragem prestaram depoimento no julgamento. De acordo com Koff, a decisão remete à história do clube:

— Está sendo julgado aqui, um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro. Estou aqui para dizer que a decisão desta tarde tem peso histórico para a instituição.

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Em seu depoimento, o árbitro da partida, Wilton Pereira, afirmou que os jogadores tentam ludibriar a arbitragem durante todo o jogo e, por isso, não acreditou nas palavras dos jogadores:

— Não tínhamos certeza de que algo tinha acontecido. Jogadores tentam ludibriar a arbitragem o tempo todo. Achei que eles (jogadores do Santos) estavam tentando ganhar tempo. Se alguém da minha equipe tivesse visto ou ouvido algo, eu teria suspendido o jogo.

Michel Assef Filho, advogado do Flamengo, ainda tentou ajudar o clube gaúcho, mas sua empreitada não obteve sucesso:

— Tenho toda tranquilidade em pedir a absolvição do Grêmio. Mas, caso Vossas Excelências, entendam que precisa existir uma punição, ela deve ser uma multa.

Franscisco Pessanha, relator do processo, pediu pela eliminação do Grêmio da Copa do Brasil, além de multa de R$ 50 mil ao clube. Ricardo Graiche acompanhou o relator integralmente na punição. Ivaney Cares lamentou estar no STJD discutindo o assunto em pauta e, por conta disso, votou pela pena de exclusão do clube gaúcho da competição e também pediu multa de R$ 50 mil.

O auditor Gustavo Teixeira seguiu o mesmo caminho dos votos anteriores. Fábrício Dazzi também votou pela eliminação do Grêmio. Assim, o clube gaúcho foi eliminado, em votação unanime, da Copa do Brasil.

Árbitro do jogo também foi julgado

O árbitro da partida, Wilton Pereira Sampaio, também foi julgado pelo STJD, assim como seus assistentes Kléber Lúcio Gil e Carlos Berkenbrock, e o quarto árbitro Roger Goulart. Wilton Pereira por não ter relatado na súmula do jogo o acontecido com Aranha e seus auxiliares por não terem falado ao árbitro os xingamentos da torcida gremista.

Wilton Pereira defendeu-se da acusação alegando que não escutou nada e, que se tivesse conhecimento dos xingamentos, teria suspendido a partida. Quando ficou sabendo do incidente, ao chegar ao hotel, resolveu fazer um adendo ao STJD:

— Chegando ao hotel, junto com minha equipe de arbitragem, fiquei assustado com as reportagens sobre a questão e, para não passar em branco, fiz o adendo sobre o ocorrido.

No fim, os auditores do processo votaram e optaram pela suspensão por 45 dias do árbitro Wilton Pereira Sampaio, além de R$ 500 de multa. Os auxiliares e o 4º árbitro receberam 30 dias de gancho e multa de R$ 500.

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