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Ingresso para final da Copa do Mundo pode chegar a R$ 54 mil em plataformas não oficiais de compra

Valor cobrado por cambistas, online ou presencialmente, para Argentina e França é 84% maior que o pedido pela Fifa

Copa do Mundo|André Avelar, do R7, em Doha, no Catar

Torcedores que anunciam compra em geral estão disfarçados e também vendem ingressos
Torcedores que anunciam compra em geral estão disfarçados e também vendem ingressos Torcedores que anunciam compra em geral estão disfarçados e também vendem ingressos

Chegar à final da Copa do Mundo pode ser tão difícil para um jogador quanto assistir à decisão para um torcedor. Com os ingressos para Argentina e França no domingo (18), no estádio Lusail, esgotados na plataforma de venda oficial da Fifa, torcedores de todos os lugares se sujeitam aos riscos em sites piratas e nas ruas de Doha, no Catar. Os valores podem chegar a R$ 53.600 para entradas da categoria 1.

Os 37.000 riais (moeda catari) na conversão local já seriam um valor alto por natureza mesmo em um país onde não raro se veem xeques mais ricos que os próprios jogadores nas tribunas. Ainda assim, o valor é 84% acima do praticado oficialmente no setor mais caro de acesso ao público geral. Localizado nos anéis intermediários do estádio, com capacidade para 89 mil torcedores, o assento por ali deveria custar "apenas" 5.850 riais (R$ 8.535) pela cotação do dia.

Valores dos ingressos para a final da Copa 2022*

Plataforma oficial | categoria 1 - R$ 8.535

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Plataforma pirata | categoria 1 - R$ 54.000

Plataforma oficial | categoria 4 - R$ 1.094

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Plataforma pirata | categoria 3** - R$ 22.000

*todas as entradas já foram comercializadas

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**não existem mais entradas para a categoria 4

Fifa anunciou que já vendeu 3,7 milhões de ingressos para a Copa do Mundo de 2022
Fifa anunciou que já vendeu 3,7 milhões de ingressos para a Copa do Mundo de 2022 Fifa anunciou que já vendeu 3,7 milhões de ingressos para a Copa do Mundo de 2022

Nos setores de categoria 4, no último anel de cadeiras do estádio, atrás dos gols e de venda exclusiva para residentes no país, a entrada seria comercializada a R$ 1.094. Por ser a mais barata e de acesso ainda mais dificultado para estrangeiros, já não existem mais bilhetes disponíveis há tempos. No cambismo online, no entanto, os mais baratos disponíveis são de categoria 3 e começam em 15.000 riais (cerca de R$ 22.000).

De acordo com o último balanço divulgado pela Fifa, quase 3,7 milhões de ingressos foram vendidos, o que representa só 15% dos US$ 4,6 bilhões (R$ 24,5 milhões) que a entidade ganhará com direitos de transmissão, patrocínio e campanhas. Os valores somados às áreas de hospitalidade, onde empresas recebem convidados VIP, rendem cerca de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) aos cofres da Fifa.

Cambistas disfarçados

A Fifa sabe que existe a prática, mas pouco se manifesta sobre o cambismo dos ingressos. Em comunicados nas suas plataformas, pede que sejam "comercializadas apenas entradas em meios oficiais". Sem uma nova carga de ingressos prevista, a expectativa dos torcedores está depositada na revenda de entradas. Isso se dá porque torcedores de países eliminados antes das finais, como o Brasil, por exemplo, podem desistir da compra e pôr os seus ingressos à disposição do mercado. Com a alta demanda, começa então a "fila online" já para a entrada no site oficial.

Por isso mesmo, torcedores preferem recorrer aos ingressos comprados nas ruas. E não é difícil encontrar gente que esteja comercializando esses ingressos, ainda que não se tenha certeza da autenticidade dos papéis. Timidamente, em geral, pessoas que se identificam com a placa "I need tickets" ou "We buy tickets"("eu preciso de ingressos" ou "nós compramos ingressos" em inglês) também revendem. O único medo é em caso de policiais à paisana identificarem a prática.

Esses vendedores não são muito de conversa. A credencial de jornalista autorizado pela Fifa da reportagem também assusta, mas em um papo rápido com pessoas em volta é possível descobrir que a coisa começa em torno de US$ 10 mil e pode ir baixando conforme uma boa pechincha, comum em muitos lugares do mundo árabe. Nos hotéis, muitos lotados de personagens do alto escalão da Fifa, não foram vistas negociações do tipo.

Os torcedores argentinos foram os primeiros a cobrar um novo lote de entradas ou uma atitude contra a prática do cambismo. Cerca de uma centena de hinchas foi ao hotel em que dirigentes da AFA (Federação Argentina de Futebol) estão hospedados, em uma região superluxuosa de Doha, e fizeram um protesto barulhento na última quinta-feira (15). Até onde se sabe, nada mudou.

“Sinto muito por esses torcedores que não podem assistir ao jogo. É algo que foge do nosso controle. Vir sem ingresso é uma coisa incrível, é uma demonstração de paixão. Esperamos que a maioria possa assistir e assim daremos uma alegria a eles”, disse Lionel Scaloni, técnico da Argentina, na véspera do jogo.

Argentina (campeã em 1978 e 1986) e França (1998 e 2018) se enfrentam no domingo (18), na disputa que vale o tricampeonato mundial. A partida acontece às 12 horas (de Brasília), no estádio Lusail.

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