'CHORO, SIM, DE AMOR PELO SÃO PAULO. GANHAR O MUNDIAL E TRÊS BRASILEIROS FORAM OS MEUS PRESENTES.'
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A relação de Aloísio José da Silva com o São Paulo Futebol Clube é incomum.
As lágrimas escorrem de verdade ao tentar explicar o que viveu com a camisa tricolor. E recorre a Deus, para explicar como um garoto que cortava cana no interior de Alagoas acabou sendo fundamental no Japão, para fazer o clube que ama ser tricampeão do mundo. Tricampeão brasileiro.
"Não consegui passar da quarta série primária. Não sei o que seria da minha vida. Aí o destino, a mão de Deus, me levou para o CRB, para o Flamengo, para o Goiás, para o Saint-Étienne, para o Paris Saint-Germain, para o Rubin Kazan, para o Athletico Paranaense. Até chegar finalmente ao seu lugar no mundo: o São Paulo Futebol Clube.
"Senti que minha vida iria mudar profundamente. Eu jogaria no clube que amava desde a infância. Passei pelas orientações do Romário, fui parceiro do Ronaldinho Gaúcho, meus amigos. Mas a pessoa mais importante na minha carreira estava me esperando: era o 'patrão'. Rogério Ceni. Ele fez tudo por mim. Me orientou, foi meu amigo, parceiro de todas as horas. E despertou essa competitividade para ser tricampeão do mundo."
Aloísio, relembra a decisão contra o Liverpool. "O 'patrão' teve a melhor atuação de um goleiro de todos os tempos. Eu tinha de fazer a minha parte. Quando a bola chegou forte no meu peito, eu a dominei e dei um passe de trivela, espetacular, para o Mineiro. Quando ele fez o gol, o mundo do futebol parou. Nós sabíamos. Ninguém iria tirar o título mundial do São Paulo. Foi a maior alegria da minha vida", diz, chorando.
Aloísio é transparente. Mostra o quanto é feliz. "Eu nem ousava sonhar em ser campeão mundial com o meu time de infância, colhendo cana. A vida foi boa demais comigo. E retribui a quem mais me ajudou. Batizei meus filhos de Aloísio Romário e o outro de Rogério Ceni."
Aos 50 anos, Aloísio segue muito grato à vida, à carreira espetacular que teve. E retribui, ajudando crianças carentes na sua cidade Atalaia. "Sei o quanto é difícil viver no interior de Alagoas, sem apoio. Vejo a tristeza da fome, de não ter onde morar. Faço tudo o que posso e ajudo centenas de pessoas, sem ajuda do governo. Se Deus me deu uma vida privilegiada, tenho a obrigação de repartir, ajudar quem precisa.
"Eu sou assim. Vou morrer assim. Grato a Deus e retribuindo tanta alegria que o futebol me deu."
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