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'Temos de tirar proveito da pressão sobre Palmeiras', diz técnico do Santo André

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Um dos maiores azarões do Campeonato Paulista garante estar pronto para preparar uma nova zebra na competição. Depois de passar a primeira fase sem perder para Corinthians, Santos e São Paulo, o Santo André enfrenta o Palmeiras, nesta quarta-feira, no estádio Allianz Parque, em São Paulo, confiante na chance de vaga na semifinal. O técnico do time do ABC, Paulo Roberto Santos, concedeu entrevista exclusiva ao Estadão e disse que depois de passar por tantas dificuldades, a equipe não tem medo de encarar o favorito.

Entre os obstáculos passados pelo Santo André, a pandemia do novo coronavírus foi o maior deles. A equipe liderava a competição até o campeonato ser paralisado, em março. Depois disso, perdeu 10 jogadores negociados para outras equipes, não pode jogar no estádio Bruno José Daniel, que foi transformado em hospital de campanha em Santo André, e para completar o elenco teve de mudar de cidade. Sem local para treinar, o time migrou para Vargem, perto de Bragança Paulista, antes de iniciar a retomada nesta fase decisiva do Estadual.

Como está a expectativa para quarta-feira?

A expectativa é grande, até porque o objetivo nosso quando começou a competição era a manutenção na elite. O Santo André antes parecia uma gangorra, porque subia e descia o tempo todo. Depois de conseguir esse objetivo de ficar na elite, passamos a sonhar mais alto: com a classificação, vaga na Série D do Brasileiro (de 2021) e agora podemos imaginar ir até mais longe. Sabemos das dificuldades que é jogar contra um time do nível do Palmeiras, a dificuldade da grama sintética, que será um adversário nosso, mas estamos com uma expectativa grande para o jogo.

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O que muda para vocês a grama sintética?

A bola corre muito mais. Para quem está adaptado e treina sempre nesse piso, não sente dificuldade. Agora, quem só treina na grama normal e vai jogar no campo sintético, vai encarar dificuldade. Vamos ter de nos adaptar durante a partida porque não tivemos a condição de trabalhar no gramado sintético antes da partida. A diferença é grande entre os dois tipos de grama. Por isso, vamos ter dificuldade.

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O que foi mais difícil nesse passado recente do Santo André: não ter o estádio, perder tantos titulares ou precisar fazer intertemporada em outra cidade?

Todas as equipes na pandemia tiveram dificuldades. Foi um tempo absurdo de paralisação. Mas o Santo André teve uma somatória de dificuldades bem maior do que os demais times. A perda do estádio para poder trabalhar dentro de casa, mandar os jogos lá, mesmo que seja sem torcedores. Também tivemos de preparar um outro local para nos prepararmos. As equipes puderam voltar no dia 22 de junho e nós só recomeçamos a treinar em 1.º de julho. Tivemos uma perda de tempo. Mas a perda de 10 jogadores, dos quais quatro eram titulares, foi mais pesado ainda. Outra dificuldade foi de recondicionar a equipe e em um curto de espaço de tempo, trazer para o mesmo nível que estava antes da parada da competição.

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Por ser uma surpresa, o Santo André se vê livre da pressão e de expectativas?

Tem os dois lados da moeda para administrar. Existia uma prioridade, que era primeiramente se manter. Após garantir isso logo nas primeiras rodadas, tiramos esse peso e a equipe ficou mais leve. Tivemos isso nos 10 primeiros jogos da parada. Depois passamos a correr em busca da classificação, que valeu para nós vaga na Série D do Brasileiro de 2021. Já foram conquistados alguns itens que lá atrás, no início, nem se sonhava. Agora a partir do momento que se consegue isso, temos de acreditar que podemos chegar mais longe. Estamos procurando mentalizar isso com o grupo.

O Palmeiras não teve atuações muito convincentes no retorno. Isso deixa vocês mais confiantes?

Eu não vejo por esse lado. Todas as equipes no retorno voltaram sem estar no melhor do condicionamento em todos os aspectos. Dificuldades, todas têm agora pelo tempo de inatividade. Não vejo isso como uma vantagem. O Santo André também teve dificuldade, porque no jogo passado não tivemos uma boa atuação. Tivemos de poupar alguns jogadores pendurados. A competição ficou paralisada muito tempo e isso afetou o nível das equipes.

O Palmeiras entra muito mais obrigado a vencer do que vocês. O quanto isso te ajuda?

As equipes grandes têm pressão de todo lado. É bem maior do que em clubes como o nosso. A proporção de cobrança é enorme sobre o Palmeiras. A gente sabe que talvez essa pressão, essa cobrança, pode interferir no Palmeiras. Temos de ser inteligentes e tirar da situação de pressão sobre o adversário. Pode ser importante para nós.

O Santo André não perdeu para nenhum dos times grandes. Qual o segredo?

Temos uma característica de jogo de ser muito competitivo, seja contra quem for. Quando o Santo André conseguiu os melhores resultados, foi porque conseguiu ser competitivo. Esse é o nosso Santo André. Procuramos mostrar o futebol dessa maneira.

O jogo será com portões fechados. Facilita para o time visitante?

Se você me perguntar se eu prefiro enfrentar o Palmeiras no Allianz Parque lotado ou com o estádio vazio, é óbvio que para nós é melhor sem torcida. Isso torna o jogo diferente e nos dá outra condição. A torcida deixa o time do Palmeiras, que já tem qualidade, um rival ainda mais forte.

Passa pela sua cabeça o quanto se não fosse a pandemia, o Santo André poderia estar diferente?

Obviamente que a parada da competição nos prejudicou. Tínhamos um grau de performance e havia a certeza que o nível nessa parada não seria o mesmo. Não tinha como voltar com a mesma performance. Antes tínhamos um nível de confiança elevado, poderíamos chegar mais longe.

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