Palmeiras e Corinthians só usaram uniformes n.º 1 quando se enfrentaram em finais do Paulistão
Relembre todos os uniformes usados pelos rivais nos sete Dérbis que definiram o campeão paulista
Varal FC|Do R7
Uma das maiores rivalidades do mundo, mais uma vez, frente a frente na final do Campeonato Paulista. Será o oitavo confronto entre Palmeiras e Corinthians na final do estadual. O Verdão tem um título de vantagem em relação ao rival. São quatro vitórias contra três do Timão.
Enquanto o palmeirense está em estado de graça com a classificação para a final e a chegada de Vitor Roque - contratação mais cara do Brasil, os corintianos ainda sentem o peso da eliminação precoce na fase preliminar da Libertadores.
Apesar dos momentos distintos, o futebol não cansa de nos dar amostras de imprevisibilidade. Porém, uma certeza é que Corinthians e Palmeiras subirão em campo trajados com seus principais uniformes. Afinal, Dérbi é verde de um lado e preto e branco de outro. E a história é prova disso.
1936

No primeiro Dérbi em uma final paulista, o então Palestra Itália levou a melhor. Na época, o Corinthians ainda usava o escudo antigo, sem o tradicional timão vermelho. Já o time fundado por italianos vestia o tradicional verde com as iniciais “P”e “I” no peito. Era o início de uma série de finais entre os rivais usando seus uniformes n.º1.
Em uma decisão de três partidas, o Alviverde venceu duas e empatou a outra, conquistando o sétimo Paulistão da história. O primeiro jogo ficou marcado pelo abandono do campo pelo Timão por discordar das decisões da arbitragem.
1974

A final de 1974 é a primeira que Palmeiras e Corinthians já usavam os escudos atuais. O Timão, ao contrário dos anos anteriores, abandonou os detalhes em preto e vestia uma camisa toda branca, que fez história com o craque Rivelino. Já o Verdão adotou uma gola mais arredondada toda branca com detalhes em verde. Até hoje, difícil não ver essa camisa e não lembrar do “Divino” Ademir da Guia.
A chamada “Segunda Academia” do Palmeiras foi responsável por deixar os rivais mais três anos na fila, que durou 23 no total. 100 mil corintianos foram ao Morumbi para ver os alvinegros saírem da seca, mas acabaram vendo o camisa 9 do Verdão, Ronaldo, fazer o gol do título. Alegria para os 20 mil palmeirenses que estavam no estádio.
1993

Quase 20 anos depois, era a vez do Palmeiras enfrentar uma seca de títulos. Foram 17 anos sem erguer nenhum troféu. O Verdão formou um esquadrão com Edmundo, Evair, Mazinho, Roberto Carlos e Cesar Sampaio, todos liderados por Vanderlei Luxemburgo. Mas esse elenco não foi suficiente para vencer a primeira partida. Viola marcou o único gol da vitória corintiana. Na comemoração, o atacante imitou um porco em provocação aos rivais. A celebração virou combustível para uma revanche palmeirense. Na volta, 4 a zero pro Verdão e o fim da angústia palestrina.
A conquista de 93 - além de encerrar a fila - inaugurou uma era de títulos com as famosas camisas verdes com listras brancas da Parmalat.
1995

O Corinthians se tornou o maior campeão paulista - 21ª conquista, na época - ao vencer o maior rival por 2 a 1, em final disputada em Ribeirão Preto, no interior Paulista.
Os gols do título vieram dos pés de Marcelinho Carioca, que cobrou falta da entrada da área e acertou o ângulo, sem chances de defesa para o goleiro Velloso. O lance também é lembrado por conta de Muller, que ficou em cima da linha, e pulou, sem sucesso, para tentar evitar o gol.
O Palmeiras deixou tudo igual com Nílson, e a partida foi para a prorrogação. Nos minutos finais do tempo extra, Elivélton acertou um chutaço de fora da área e garantiu o título alvinegro.
As camisas dos anos 90 do Timão até hoje são tratadas como artigos de luxo em lojas especializadas. Neto, Marcelinho Carioca e Viola levaram os tradicionais mantos brancos com gola preta a outro nível.
1999

A decisão do Paulistão de 99 reuniu dois dos maiores elencos da história de Corinthians e Palmeiras. Para apimentar a decisão, o Verdão havia despachado o alvinegro da Libertadores um mês antes, quando Marcos defendeu as cobranças de pênalti de Vampeta e Dinei, para avançar a semifinal da competição.
Mas o Corinthians conseguiu sua revanche ao vencer o maior rival na decisão estadual. No jogo da ida, o Timão, treinado por Oswaldo de Oliveira, venceu o Palmeiras, repleto de reservas, por 3 a 0. Na volta, jogada no Morumbi, empate por 2 a 2.
A partida até hoje é rememorada por conta das “embaixadinhas” feitas por Edílson, já no segundo tempo, que causaram a ira dos adversários. Houve uma confusão generalizada em campo, que obrigou o árbitro Paulo César de Oliveira a encerrar o jogo antes da hora.
2018

Após um longo hiato sem se enfrentarem em finais, o Corinthians bateu o Palmeiras na primeira decisão entre as equipes no Allianz Parque. Após perder a partida de ida em Itaquera, o Timão venceu os donos da casa no tempo normal por 1 a 0, e se impôs na disputa de pênaltis, com Cássio sendo o grande protagonista, defendendo duas cobranças.
Como de costume em Dérbis, a partida foi recheada de polêmicas. Os palmeirenses ficaram na bronca com o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, que voltou atrás na marcação de um pênalti a favor do Palmeiras já no segundo tempo. O Verdão chegou a pedir a anulação do jogo, alegando que houve interferência externa.
O Corinthians vestia uma das camisas mais controversas dos últimos anos. Uma faixa central preta rasgava de cima à baixo o branco do manto corintiano. Já o Palmeiras usava pelo último ano as camisas fabricadas pela Adidas. A partir de 2019, a Puma passou a ser a patrocinadora esportiva alviverde.
2020

O último dérbi em finais foi disputado em meio a pandemia de Covid-19. E se as torcidas são peça fundamental no espetáculo, então, com certeza, a decisão de 2020 foi incompleta. Porém, dentro de campo, não faltou emoção. Luiz Adriano marcou o primeiro do Verdão. E, no último lance da partida, quando a torcida alviverde - dentro de casa - estava prestes a soltar o grito de “campeão”, o atacante alvinegro Jô foi derrubado na área. Ele mesmo converteu o pênalti e levou a decisão para as penalidades máximas. Um balde de água fria atingiu em cheio o elenco palestrino, menos o jovem Patrick de Paula. A pressão não chegou à cria da Academia, que acertou em cheio o ângulo esquerdo de Cássio.
O manto alviverde com detalhes que remetem à Itália, alguns meses depois, ficaria marcado pela conquista da Taça Libertadores contra o Santos, no Maracanã.