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Silvio Lancellotti - Blogs

Uma virada espetacular, e a França chega à decisão da Nations League

Perdia da Bélgica por 0 a 2 até o intervalo, e então se recuperou implacavelmente, inclusive com a ajuda (corretíssima) do VAR. Agora, decide a competição com a Espanha, no domingo (10).

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

A celebração dos "Bleus", de branco, pelos 3 a 2 sobre os "Rouges"
A celebração dos "Bleus", de branco, pelos 3 a 2 sobre os "Rouges"

Foi uma vitória justíssima. Surpreendeu, porém, a forma tranquila com que a Espanha bateu a Itália por 2 a 1 em pleno Stadio di San Siro, Milão, na quarta-feira (6), na primeira das semifinais da Nations League, a Liga das Nações da Europa, 2020/2021. Uma vitória que abriu duas possibilidades para a decisão da competição, no domingo (10), no mesmo San Siro. Caso a Bélgica suplantasse a França nesta quinta-feira (7), em Turim, a disputa do título se transformaria no “Derby do Filipe”, esse o nome dos reis das duas nações, ambos fãs de Futebol. E no caso de a França sobreviver, se tornaria o “Derby do Mar Mediterrâneo”. Por 45 minutos, foi o “Derby do Filipe”, a Bélgica predominante, 2 a 0. Futebol, entretanto, se disputa em 90. E, graças a uma virada clamorosa, inolvidável, deliciosa, da França, 3 a 2, acabou por se solidificar, mesmo, como o “Derby do Mediterrâneo”.

A localização de Espanha e França, no Mediterrâneo
A localização de Espanha e França, no Mediterrâneo

No passado, as duas seleções já haviam se confrontado em 74 oportunidades. Uma vantagem pequenina da Bélgica de Filipe, assim mesmo, Filipe sem número, por se tratar do primeiro com esse batismo no trono do país, de 35 triunfos a 25 sobre a França, que aboliu a monarquia em 1792. Razoavelmente longe o Velho Continente dos idos do medo da Covid-19, a torcida acorreu ao Allianz Stadium da Juventus, metade de seus 41.507 à disposição, muitos franceses pintados de “Bleus”, os “Azuis”, e inúmeros belgas fantasiados como os “Diables Rouges”, os “Diabos Rubros”. De fato, a sua viagem valeu. Um prélio vibrante, sensacional, aberto, os dois ataques a prevalecer sobre as duas retaguardas.

A última concentração do time da Bélgica, antes de o jogo se iniciar
A última concentração do time da Bélgica, antes de o jogo se iniciar

Feliz o jogo de bola que pode apresentar, de um lado, o ágil e fogoso Kilyan Mbappé; do outro, o visceral e impetuoso Romelu Lukaku. Roberto Martinez, o treinador da Bélgica, se precaveu ao colocar dois homens na marcação de Mbappé: Carrasco, no combate direto, e Denayer, na cobertura. Didier Deschamps, o seu adversário no comando da França, usou apenas Varane no cerco de Lukaku. Aliás, Varane não desgrudou de Lukaku nem quando os “Bleus” procuravam a ofensiva. Mas bastariam dois lances, e num espaço de cinco minutos, para os “Rouges” terminarem a etapa inicial com a bela, preciosa vantagem de 2 a 0.

O arremate de Lukaku, 2 a 0 em favor dos "Rouges"
O arremate de Lukaku, 2 a 0 em favor dos "Rouges"

Aos 37, pacientemente, a Bélgica trocou passes à frente da área da França e a pelota caiu com Carrasco, no flanco esquerdo. Enquanto DeBruyne atraía as atenções da zaga, o faz-tudo de Martinez ameaçou devolver a bola, mas, ao contrário, investiu e chutou em diagonal, entre Pavard e Koundé, bem no canto do perplexo Lloris, 1 a 0. O gol dos 2 a 0 surgiu do lado oposto, num dos raros instantes em que Varane permitiu que Lukaku se afastasse. Com o furor de costume, o “panzer” da Bélgica recebeu a pelota de DeBruyne, se livrou de Lucas Hernándes graças a um inebriante, torturante drible de corpo, e fulminou Lloris, atônito de novo. Sossego bem gostoso para os “Rouges” levarem ao intervalo.


Lukaku, quando tudo indicava a Bélgica na decisão
Lukaku, quando tudo indicava a Bélgica na decisão

Não houve substituições durante o repouso. Deschamps, no entanto, reajustou o seu time, obrigado a uma reação fenomenal. A França optou por apertar a Bélgica na sua parcela do gramado. E Paul Pogba, ídolo dos “tifosi” da Juventus, aplaudidérrimo no trajeto de ônibus do hotel ao Allianz, de volante se transformou em avante. Melhorou muito, muito, a França. Padeceu, contudo, pela falta de precisão. Apenas entre os 50 e os 60 minutos, desperdiçou duas chances de diminuir o seu sofrimento no placar. Um levantamento de Griezman que a cabeça de Pogba enviou por cima do travessão. Uma tabela com Griezmann que Mbappé atirou para fora quando estava a meros 2 metros da meta do já superado Courtois.

Benzema vibra com o tento do 1 a 2
Benzema vibra com o tento do 1 a 2

Água mole em pedra dura. E a perfuração haveria mesmo de ocorrer, com justiça, aos 62 minutos, quando Mbappé acordou o desaparecido Benzema com um toque soberbo e, ainda que diante de uma muralha de quatro “Rouges”, o craque do Real Madrid fulminou Courtois. A igualdade, logo aos 69 minutos, surgiria de um anticlímax. Numa situação boboca, sem riscos para a Bélgica, o estabanado Tielemans chutou um pé de Griezmann. O árbitro Daniel Siebert, da Alemanha, a princípio nem acreditou que precisaria apontar um penal, e recorreu ao VAR. Mbappé cobrou, impecavelmente, e o resultado, 2 a 2, transformou o perfil do combate.


Theo Hernández, inacreditável, o triunfo aos 90 minutos
Theo Hernández, inacreditável, o triunfo aos 90 minutos

A Bélgica se desmontou. Necessitaria de um acidente, um instante fortuito, para se recuperar. E achou tal lance, aos 85 minutos, quando Carrasco escapuliu pela canhota e cruzou até Lukaku, que bateu de chapa contra as redes de Lloris. Por milímetros, porém, estava impedido. E em 30 segundos o VAR garantiu a anulação do tento. Daí, aos 90 minutos, o castigo desabou, implacável, sobre os “Rouges”. Outra tabelinha de Griezmann com Mbappé, e a bola caiu em Pavard, que levantou. Alderwereid até que se esforçou na devolução. Mas, desequilibrado, na verdade cedeu a bola ao inimigo, Theo Hernández, o mano mais experiente de Lucas, que fuzilou Courtois, a França de virada, espetacular, 3 a 2.

Mbappé, o craque do prélio, na capa do Twitter da seleção da França
Mbappé, o craque do prélio, na capa do Twitter da seleção da França

Agora no fecho da sua segunda edição, a Nations League é uma competição, paralela à tradicional Eurocopa, que a Uefa idealizou para mobilizar todas as suas 55 afiliadas nas chamadas “datas Fifa”, quando, numa maioria desalentada, as seleções se dedicam a meros amistosos de caça-centavos. Portugal levantou a NL anterior, de 2018/2019, ao bater a Neerlândia, 1 a 0, na decisão. No balanço desta edição, e considerados apenas os quatro grupos da divisão de cima, até aqui houve 50 jogos e 145 gols, a boa média de 2,90. A disputa pelo bronze, Itália versus Bélgica, acontecerá em Turim, no domingo, às 10h de Brasília. A finalíssima, entre a Espanha do Rei Filipe VI e a França do presidente Emmanuel Macron, acontecerá no venerando San Siro de Milão, às 15h45 também de Brasília.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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