Sem recorde, o Corinthians ganha o quarto jogo seguido do Palmeiras
Diante de 42.448 pessoas, 42.178 pagantes, o "Timão" perdeu um penal e, ainda assim, 2 X 0, quebrou a invencibilidade do "Verdão" no Paulista
Silvio Lancellotti|Sílvio Lancellotti
O tempo ajudou, bastante. Enfim não choveu sobre São Paulo. A temperatura perambulou na casa dos 25°. Num jogo de torcida única, sem o risco dos confrontos diretos tão costumeiros na cidade, principalmente em estações de Metrô, o Corinthians vendeu, antecipadamente, 38.000 ingressos para o seu duelo com o rivalérrimo Palmeiras. E no entanto não ocorreu a esperada quebra do recorde de público na Arena ainda-sem-nome de Itaquera, os 46.090 pagantes, 46.493 presentes, que testemunharam, precisamente, o seu “Derby” mais recente, Corinthians 3 X 2, em 5 de Novembro de 2017. A platéia do sábado, 24 de Fevereiro, se limitou às 42.448 pessoas no total.
Pena. Como de costume, a mística rodeava o desafio de número 356 entre as duas agremiações. O Corinthians, na busca do seu triunfo 124. O Palmeiras, à procura da sua vitória 126. O Corinthians, líder do Grupo A, mas apenas 13 pontos em 24 possíveis. O Palmeiras, líder do Grupo C e, também, o líder absoluto do Campeonato Paulista de 2018, exuberantes 20 pontos, único invicto no certame. Nem mesmo com três minutos de acréscimos aos noventa regulamentares o “Periquito/Porco” pôde impedir que o “Mosqueteiro” interrompesse a sua bela série. Resultado, 2 X 0, reabilitação do Corinthians, que advinha da pobreza de duas derrotas e um empate em sequência.
Foi um cotejo tenso, mas limpo, muito bem arbitrado, basicamente nos seus momentos cruciais, por Raphael Claus, 38 de idade, nascido em Santa Bárbara d’Oeste, um professor de Educação Física, polêmico em ocasiões anteriores. Aos 25’, o “Verdão” quis um penal de Fagner em Lucas Lima, numa infração fora da área e num lance em que o mediador, acertadamente, permitiu a vantagem. E aos 33’, quando Clayson, impedido, anotou o suposto gol de abertura do “Mosqueteiro”, o lance já estava invalidado. Daí, melhor estruturado, o Corinthians mereceu o tento lindíssimo de Rodriguinho, aos 39’, um chute de canhota, depois de 1’23” de passes bem trançados.
Tranquilo no seu canto, apesar do desempenho irregular do seu elenco neste início de temporada, Fábio Carille manteve os mesmos onze atletas para a etapa derradeira. Do outro lado, porém, o gaúcho Roger Machado, mais nervoso, talvez por se tratar da sua estréia em um “Derby” de tantas aventuras e de tantas tradições, logo trocou o inútil William por Gustavo Scarpa. Resolveu nada. Aos 60’, numa saída atabalhoada da sua meta, o arqueiro Jaílson, imprudentemente, escancarou a perna direita da coxa canhota até a barriga de Renê Júnior. Ao vislumbrar a coxa ferida, Claus se convenceu da irregularidade, determinou o penal e ainda expulsou Jaílson. Roger se obrigou a retirar Lucas Lima para que entrasse Fernando Prass. Só que, mesmo com Prass mal aquecido, Jadson desperdiçou a chance, grotescamente, bateu fora e evitou que o Corinthians cristalizasse o seu sucesso.
A barbeiragem de Jadson desalentou o meia, rebaixou o ânimo dos seus colegas e murchou os fãs do “Timão”. O cenário exigiu uma atitude de Carille, que o substituiu, aos 76’, pelo jovem Mateus Vital, 20 anos, ex-Vasco. E aos 79’ o garoto quase definiu o resultado. Aos 88’, de todo modo, um outro penal claro, de Dudu no ótimo Rodriguinho, colocaria a verdade, o predomínio do “Mosqueteiro”, no placar. Clayson bateu, 2 X 0. E o Palmeiras não teve do quê reclamar. Tolerante, Claus não exibiu um segundo amarelo a Dudu e permitiu a sua sobrevivência na pugna. Sem realizar uma performance, digamos, empolgante, o Corinthians saiu da sua Arena melhor do que entrou.
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