O triunfo impressionante do vovô Brady sobre o garoto Mahomes
Por 31-9, no Super Bowl LV, avassaladoramente, os Tampa Bay Buccaneers absolutamente ignoraram os Kansas City Chiefs. O "quarteback" agora, têm mais títulos do que qualquer time da NFL.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Com uma distinção insignificante no formalismo, ambos têm os mesmos nomes dos seus progenitores. Enquanto Thomas Edward Patrick Brady, nascido em San Mateo, na California, em 3 de Agosto de 1977, é Junior, Patrick Lavon Mahomes, de Tyler, Texas, dia 17 de Setembro de 1995, ganhou um II como aposto - isso mesmo, Segundo, em algarismos romanos. Mas, enquanto Pat Primeiro foi um respeitável arremessador do Beisebol profissional dos EUA, o Tom Senior circunscreveu a vida aos escritórios, como o fundador de um pequeno negócio que se tornou um magnífico conglomerado de seguradoras.
De fato, nesta noite setentrional de Tampa, Flórida, pelo Super Bowl LV, ou a edição de número 55 da finalíssima da temporada 2020/21 do Futebol Americano, não houve qualquer outra coincidência entre Brady, o “quarterback” dos Tampa Bay Buccaneers, e Mahomes, o seu correlato dos Kansas City Chiefs. Em função da enorme diferença de idade, por exemplo, a mídia chegou a apelidar o prélio de o cotejo entre o melhor de todos os tempos, Brady, e o melhor do futuro, Mahomes, seu legítimo sucessor. Pena que, por causa da Covid-19, o espetáculo tenha ocorrido num Raymond James Stadium capaz de abrigar 65.890 espectadores mas só com um terço da sua lotação, dentre os presentes, um prêmio, 7.500 pessoas da área da Saúde. Como se dizia antigamente, Mahomes necessitará comer muito feijão para herdar o trono. Deu Tom Brady, 31-9, o primeiro “quarterback” a abiscoitar um Super Bowl em três décadas consecutivas. E tantos outros lauréis mais.
Administrado pela NFL, ou National Football League, o esporte da bola oval ostenta 32 agremiações divididas em duas entidades, a Conferência Americana e a Conferência Nacional. Duelam num Super Bowl os campeões, caso, agora, respectivamente, de Chiefs e Buccaneers. Existe, na temporada, uma fase regular de 16 combates, cuja os Chiefs terminaram com 14 triunfos. Menos eficientes, os Buccaneers somavam só 7 vitórias em 12 pugnas quando, numa arrancada espetacular, ganharam as últimas quatro e obtiveram a sua vaga numa repescagem, os “playoffs”, uma sequência suplementar de mata-matas.
Na Conferência Americana, os Chiefs, conseqüência da sua performance superior, mereceram o direito de entrar diretamente numa segunda etapa. Eliminaram os Browns de Cleveland, 22-17 e os Bills de Buffalo, 38-14. Coube aos Buccaneers, na Nacional, um percurso mais penoso. Precisaram despachar o Washington Football Team por 31-23, os New Orleans Saints por 30-20 e os Green Bay Packers, 31-26. E por quê o Super Bowl LV aconteceu na casa do time de Brady? Neste caso, mera coincidência, mesmo. A NFL escolhe a sede com antecedência de anos. E nunca antes qualquer time atuara no próprio palco.
Campeão em 2019/20, quando os Chiefs sobrepujaram os 49ers de San Francisco por 31 X 20, o primeiro título em meio século, Mahomes, estoicamente, desafiou um astro que já guardara seis anéis-simbolos do Superbowl na sua coleção. Aliás, o Patrick II mal havia festejado seu quinto outonozinho quando Tom Junior abiscoitou seu primeiro galardão. Bem mais do que Brady, na verdade, Mahomes desafiou a defesa impecável dos Bucs. Já havia tentado 6 passes e acertado um único quando, ao menos, aos 5’14” do final do primeiro quarto, colocou Harrison Butker em condições de bater um “Field Goal” de 49 jardas, Kansas City 3 X 0. Brady, porém, respondeu imediatamente, com seu brilho de praxe. Depois de oito jogadas, combinações de corridas e passes curtinhos, aos 41” completou um de 8 jardas até Ron Gronkowski, o seu receptor preferido. O “Touchdown”, Bucs 6 X 3. O ponto extra de Ryan Succop determinou o placar, então, Tampa Bay 7 X 3.
Incapaz, Mahomes, de armar uma progressão dos Chiefs no segundo quarto, Brady ganhou a chance de ampliar a sua vantagem mas, depois de três tentativas de perfurar a retaguarda rival a menos de uma jarda do “TD”, ousou a investida no último “down”. Zero. Nada. A bola de novo com Mahomes. Até então, contudo, o Segundo não tinha, digamos, entrado na partida. Os Bucs anulavam todas as suas opções. Bola de volta a Brady. E, quando restava aos Bucs a possibilidade de um “FG”, sucedeu uma tolice dos Chiefs, uma invasão. Na sequência, o veterano Junior não perdoou, passe de 17 jardas para Gronkowski, o “TD” e o ponto extra de Succop, a larga vantagem de 14-3. Butker ainda converteu um “FG”, os Chiefs 6-14. Só que Brady é Brady. Com menos de 1’ fez os Bucs atravessarem todo o campo até um novo “TD”, agora para Antonio Brown, os 20-6 que Succop levou a 21-6.
O abuso absurdo nas infrações massacrou Mahomes & Cia. na etapa inicial: os Chiefs cometeram 8 contra uma única dos Buccaneers. Enquanto o Segundo cravou só 9 passes corretos em 16, Tom Junior fulgurou com 16 em 20. Consequência: os Chiefs não avançavam muito além da distância imprescindível a um “Field Goal”. Quando Butker diminuiu a contagem para 9-21, logo depois, aos 10’41”, Brady criou uma situação de corrida através da lateral, “TD” de Leonard Fournette, 28-9. Bastante pior, ainda abaixo dos 50% de acertos nos passes, Mahomes concedeu mais uma interceptação. Pacientemente Brady construiu a chance do “Field Goal” de Succop, 31X 9. O sucesso do garoto sobre o veterano ficaria para, talvez, e quem saberá se o evento existirá, uma futura peleja.
Mahomes sofreu com mais uma intercepção humilhante, de Anthony Winfield, pouco antes de se esgotarem os 60’ do cotejo. Confesso, sinceramente, deu pena do garoto, cuja proteção de metal, no capacete, deixava entrever um buço ao estilo de bigode, talvez um seu esforço de auto-afirmação diante de um gigante antológico como Tom Brady, agora dono de sete anéis do Super Bowl. Impressionante, mais até do que qualquer time da modalidade: os Pittsburgh Steelers e os New England Patriots, de onde ele proveio, dispõem de seis. E ah, sim, para não dizerem que não sei ou que me esqueci etcetera, Tom Brady é aquele que se casou com a modelo brasileira Gisele Bundtchen etc. etc. etc...
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