O Milan vence e é campeão, e a Salernitana perde porém se salva
Com um triunfo por 3 X 0 no Sassuolo, o "Diavolo" conquista o seu título de número 19. Nos subterrâneos da tabela, a "Granata" leva 4 X 0 da Udinese mas se aproveita do empate do Cagliari em Veneza
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
De todas as seis combinações possíveis de resultados nos seus combates deste domingo, dia 22 de maio, apenas uma redundaria no bi da Inter, o seu “Scudetto” de número 20 e a sua segunda estrela dourada nos uniformes: ganhar da relaxada Sampdoria no Giuseppe Meazza e o líder Milan perder do Sassuolo no campo do adversário, localizado a 186 quilômetros, por rodovia, da capital da sua Lombardia. O “Diavolo”, todavia, não ofereceu chances ao azar e, por 3 X 0, em meia hora de prélio, açambarcou o seu título.
Paralelamente, nos porões da classificação, duas equipes se empenhariam na briga pela sobrevivência na Série A. A Salernitana hospedaria a mediana Udinese. O Cagliari visitaria o rebaixado Venezia. Embora com dois degraus de vantagem sobre o Cagliari, a Salernitana somente se garantiria com um triunfo. No caso de as agremiações se igualarem nos pontos, seria inútil o critério do confronto direto: provinham de dois empates de 1 X 1. E o Cagliari ostentava um confortável déficit nos tentos, de 34 contra 41. A Udinese, inesperadamente, devastou a Salernitana, 4 X 0. O Cagliari, porém, não escapou do 0 X 0 em Veneza.
SASSUOLO (11º/50/38) 0 X 3 MILAN (1º/86/36)
Sassuolo, MAPEI Stadium
Árbitro: Daniele Doveri
Gols: Giroud/2, Kessié
Stefano Pioli, o treinador do “Diavolo”, não encarou este seu combate no MAPEI como o último da temporada. Na verdade, determinou aos seus pupilos que seria o único, a final, digamos, de uma Copa do Mundo. De fato, desde o primeiro apito de Doveri, de maneira impiedosa os atletas do Milan marcaram a saída de bola do Sassuolo. E foram muito parecidos os tentos que definiram a etapa inicial do cotejo. Aos 17’ o esfuziante Rafael Leão roubou a pelota do lateral Moldur, invadiu a áarea do anfitrião através do seu lado esquerdo e cruzou para o 1 X 0 de Giroud. Logo aos 32 o lance se repetiu, Leão roubou a pelota de Ferrari e colocou Giroud na cara dos 2 X 0. Aos 36, enfim, tudo se reprisou pelo flanco direito, Leão que roubou a pelota de Kyriakopoulos e cruzou, agora para o tiro de Kessié.
O Milan campeão antes mesmo do intervalo do prélio. E a etapa derradeira serviu exclusivamente para que os seus quase 10.000 torcedores, metade dos lugares do estádio, se divertissem e celebrassem o seu “Scudetto” dezenove e o primeiro de Pioli. Comoveu, aliás, a euforia adolescente do treinador no momento em que a platéia passou a gritar o seu nome. Dos 70’ até que Doveri decretou o desfecho do jogo, ele não se cansou de abraçar os seus colegas de comissão técnica e os atletas que enviava ao campo e os que saíam, substituídos. Ficará na memória a imagem do gramado absolutamente coberto por “tifosi” que tardaram até se abrir algum espaço à entrega da taça ao ganhador.
INTER (2º/84/38) 3 X 0 SAMPDORIA (15º/36/38)
Milão, Stadio Giuseppe Meazza
Árbitro: Marco Di Bello
Gols: Perisic, Corrêa/2
Evidentemente, por celulares, radinhos, e até mesmo por aparelhinhos portáteis de TV, os “tifosi” da “Biscione”, a serpente mitológica da Lombardia, que encheram a maior parte dos 81.277 lugares do Meazza, acompanharam bem tensos o desenrolar da partida do Milan em Sassuolo. E é claro que depressa se desanimaram com a vantagem que o “Diavolo” escancarou, as duas mãos no “Scudetto” e o fim do sonho “nerazurro” do bi e da segunda estrela nos uniformes. Apenas no segundo tempo os gols brotariam, e às pencas, diante de uma Samp desinteressada. Perisic, o craque da Inter na temporada, mas já apalavrado com a Juventus, registrou um tento, provavelmente o derradeiro com o fardamento listrado da “Biscione”. A Inter, aliás, fechou o “Nazionale” com sua melhor ofensiva e com uma curiosa coincidência: 84 gols e 84 pontos em 38 contendas.
SALERNITANA (17º/31/38) X UDINESE (12º/44/38)
Salerno, Stadio Arechi
Árbitro: Daniele Orsato
Gols: Deulofeu, Nestorovsky, Udogie, Pereyra
Uma platéia ansiosa pintou de grená praticamente todas as 31.300 poltronas do Arechi. E se frustrou, logo aos 6’, quando o espanhol Gerard Deulofeu aproveitou um tiro da meia-lua e, com a ajuda do arqueiro Belec, que saltou bem atrasado, perpetrou 1 X 0 em favor da Udinese. De nada adiantavam os gritos do treinador Dàvide Nicola na sua lateral do gramado. O time da Salernitana, indolente, custava a reagir. Pior, aos 34, depois de um levantamento despretensioso de Molina, com seu cocuruto Nestorovsky escorou no canto de Belec. E a tragédia mais se acentuou aos 42 quando a retaguarda anfitriã meramente espionou a descida de Udogie e o seu deslocamento horizontal bem à frente da linha da área: um petardo, Udinese 3 X 0. Aos 57, Pereyra faria 4 X 0. E à Salernitana restou torcer contra o Cagliari. Sofrimento, até o apito final. A "Granata" segue na A. E o Cagliari foi à B.
VENEZIA (20º/27/38) 0 X 0 CAGLIARI (18º/30/38)
Veneza, Stadio Pier Luigi Penzo
Árbitro: Fabio Maresca
Bastaria aos visitantes da Ilha da Sardenha uma só “rete”, na Terra dos Canais, para livrar seu clube da humilhação do rebaixamento. E os rapazes de Alessandro Agostini, é lógico, retornaram do intervalo já sabedores da sapecada da Udinese na Salernitana. Agostini, um ex-zagueiro que jamais anotou um só golzinho nas suas 434 porfias como profissional, só faltou entrar em campo e tentar uma quebra do tabu. Mais seis minutos de desesperantes acréscimos com uma pressão exaustiva do Cagliari. Pressão estéril. E o final em 0 X 0.
SPEZIA (16º/36/37) 0 X 3 NAPOLI (3º/79/37)
La Spezia, Stadio Alberto Picco
Árbitro: Matteo Marchetti
Gols: Politano, Zielinski, Demme
Na sexta-feira, dia 20:
TORINO (10º/50/38) 0 X 3 ROMA (6º/63/38)
Gols: Abraham/2/1pen, Pellegrini/pen
No sábado, dia 21:
LAZIO (5º/64/38) 3 X 3 VERONA (9º/53/38)
Gols: Cabral, Anderson, Pedro X Simeone, Lasagna, Hongla
FIORENTINA (7º/62/38) 2 X 0 JUVENTUS (4º/70/38)
Gols: Duncan, González/pen
ATALANTA (8º/59/38) 0 X 1 EMPOLI (14º/41/38)
Gol: Stulac
GENOA (19º/28/38) 0 X 1 BOLOGNA (13º/46/38)
Gol: Barrow
Apesar de todas as atribulações causadas pela Covid-19, terminou com garbo a 120ª edição da Série A do Futebol da Velha Bota, a 90ª desde a implantação do campeonato de pontos corridos. Inaugurada em 21 de agosto de 2021, apresentou 380 jogos e teve 1.089 tentos, média de 2,87. Os principais artilheiros: Ciro Immobile (Lazio), 27 gols, Dusan Vlahovic (17/Fiorentina + 7/Juve), 24; Lautaro Martínez (Inter), 21; Tammy Abraham (Roma), Giovanni Simeone (Verona), 17; Gianluca Scamacca (Sassuolo), 16; Domenico Berardi (Sassuolo), 15; Marko Arnautovic (Bologna), Viktor Osimhen (Napoli), 14. Um resumo do certame: o Milan campeão e na Champions League com a Inter, o Napoli e a Juventus; a Roma e a Lazio na Europa League; a Fiorentina na Conference League; Cagliari, Genoa e Venezia na Série B.
Agora, de 4 até 14 de junho, inúmeros atletas da Série A, à disposição de suas respectivas seleções, participarão da primeira etapa da Nations Clube da Europa. A “Azzurra”, no Grupo 3, se digladiará com as equipes da Alemanha, da Inglaterra e da Hungria. O Calcio, então, retomará seu percurso em 31 de julho, com os primeiros combates da futura Copa Itália. No dia 12 de agosto acontecerá a disputa da Supercopa da Bota, entre a Inter e o Milan. O “Nazionale” realizará a sua primeira rodada em 13 e em 14 de agosto. Depois, em função do Mundial do Catar, passará por uma inevitável interrupção de 13 de dezembro até 4 de janeiro. O desfecho do próximo certame está previsto para 4 de junho de 2023.
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