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No Vasco, uma nova ressurreição do antigo mito Vanderlei Luxemburgo

Desempregado desde Outubro de 2017, quando foi demitido pelo Sport, ele retorna ao gramado para salvar o "Almirante" da ameaça do rebaixamento

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

A apresentação oficial, agora, no Vasco
A apresentação oficial, agora, no Vasco

Impactante! Realizadas as quatro primeiras rodadas das 38 do Campeonato Brasileiro de 2019, ainda não caiu nenhum dos 20 treinadores que iniciaram o certame. Na verdade, houve uma, digamos, meia-substituição. Como se previa, o Vasco da Gama, que tinha Marcos Valadares, das suas categorias de base, no encargo de interino, antes da jornada deste final de semana contratou um definitivo, claro, por enquanto, sabe-se lá até quando vai perdurar. Sorte que esperou para assumir neste 13 de Maio. No domingo 12 o Santos detonou o “Almirante”, ainda navegado por Valadares, 3 X 0.

No Fla, o começo como jogador
No Fla, o começo como jogador

Em 2018, acumulados os titulares, os interinos e os seus sucessores, digamos, supostamente definitivos, exatos 44 treinadores ocuparam a pilotagem dos clubes da Série A. E houve até sete que, sem constrangimentos e sem medo de uma nova degola, passaram por dois times na mesma competição. Agora, assume a direção do elenco da Cruz de Malta um profissional que já rodou o País e boa parte do mundo, Vanderlei Luxemburgo da Silva, 67 de idade completados no recente 10 de Maio, fluminense de Nova Iguaçu. O “Almirante” é o 25º time de uma carreira que começou em 1980, no comando do Campo Grande/RJ.

A demissão, no Sport, em 2017
A demissão, no Sport, em 2017

Um antigo lateral-esquerdo sem predicados especiais, o apelidado de Luxa estava desempregado desde o dia 26 de Outubro de 2017, quando o seu Sport Recife acabou eliminado da Copa Sul-Americana, derrota de 0 X 2 para o Junior Barranquilla da Colômbia, nas quartas-de-final da competição. De fato, fora patética a sua trajetória com o “Leão da Ilha”. Em 34 prélios, apenas 11 vitórias e 15 insucessos. Também acabou em frustração a sua estada no Real Madrid, de Janeiro até Dezembro de 2006. Pelos números, uma estada muito boa: em 45 jogos, 28 triunfos e 10 fracassos, 67,4% de aproveitamento. Sem um único título, porém, e sempre num emaranhado de mal-entendidos até idiomáticos com os atletas.

A solidão, no Real Madrid, em 2006
A solidão, no Real Madrid, em 2006

Neste Século XXI, desde o Corinthians de 2001 e até o Vasco, agora, Vanderlei dirigiu 12 clubes em 978 pelejas, 487 vitórias e 261 insucessos, 57,6% de aproveitamento. E, ironicamente, em apenas um time, o Cruzeiro de Belo Horizonte, entre 2002 e 2004, saboreou um desempenho melhor que o do Real, 107 jogos, 68 triunfos, 17 quedas, o aproveitamento de 70,4%. Com a seleção brasileira, a principal e a olímpica, de 23 de Setembro de 1998 até 31 de Setembro de 2000, exatos 711 dias, em 57 combates ganhou 33 e tombou em apenas 7. Um aproveitamento de fato excelente, 73,7%, mas contaminado por uma das maiores vergonhas da história olímpica do País.


O vexame histórico, com a seleção olímpica, em 2000
O vexame histórico, com a seleção olímpica, em 2000

Aconteceu nas quartas-de-final dos Jogos de Londres, em 2000. Diante de Camarões, o cotejo, empatado por 1 X 1, exigiu uma prorrogação. O elenco africano havia se desfalcado por duas expulsões nos acréscimos do tempo regulamentar. E mesmo assim o time de Vanderlei se desintegrou. Exibia craques como Ronaldinho Gaúcho, Alex, Lúcio, Roger, e sucumbiu de 1 X 2. O descontrole psicológico se mostrou tão descomunal que, num certo momento, Lúcio desferiu uma cabeçada absurda em Roger, supostamente omisso e amedrontado. Um alívio, para Vanderlei, o vexame maior do seu desafeto Luiz Felipe Scolari, o desastroso placar de Alemanha 7 X 1 na Copa de 2014. Hoje, nas antologias, o drama de 2000 se tornou um mero asterisco.

O último título, com o Flamengo de Patrícia Amorim, em 2011
O último título, com o Flamengo de Patrícia Amorim, em 2011

O currículo de Vanderlei ostenta 12 títulos estaduais, 5 nacionais e, pela seleção, a conquista da Copa América de 1999. Já havia orientado o Vasco, discretamente, sem qualquer destaque particular, em 1981/82. Retorna às suas plagas de origem depois de 10 outras experiências em equipes do Rio: duas no Campo Grande, no América e no Fluminense, quatro no Flamengo. Curiosamente, só não dirigiu aquele time com que terminou a sua carreira de atleta, o Botafogo, de 1979/80. Aos 28 anos, uma lesão de joelho o impediu de prosseguir como jogador. Ao menos, se tornou um treinador melhor.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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