No meio, Jorginho, mais um brasileiro que se torna ídolo na Velha Bota
@Euro2020Um recorde atrás do outro. No dia 14 de Maio de 2018, o canhoto Roberto Mancini, apelidado “Mancio”, ex-astro da “Squadra Azzurra”, recebeu uma incumbência de peso absurdo: tornar-se treinador em uma seleção brutalmente humilhada pelo seu fracasso nas eliminatórias da Copa da Rússia, a primeira vez, desde a Suécia/1958, que a Itália não participava de um Campeonato Mundial de Futebol. Uma "vergogna" para o Calcio.
Roberto Mancini, no dia em que assumiu a direção da "Azzurra"
FIGCNem ele mesmo imaginava a reviravolta que produziria no “Calcio” da Velha Bota. Nesta terça-feira, 6 de Julho de 2021, ao bater a Espanha por 4 X 2 nos penais da sua partida pelas semifinais da Euro2020, a sua “Squadra Azzurra” acumulou uma invencibilidade de 33 partidas e, principalmente, se credenciou a brigar por um título que lhe escapa desde 1968, quando bateu a antiga Iugoslávia por 2 X 0. Em duas outras vezes no passado a “Azzurra” claudicou na decisão. Em 2000, perdeu da França por 0 X 2. E em 2012, da Espanha, 0 X 4.
Eis a ficha técnica e uma síntese da porfia:
A cobrança decisiva de Jorginho
@Euro2020
ITÁLIA 1 X 1 ESPANHA
(0 X 0 na prorrogação, 4 X 2 nos penais)
Londres, Inglaterra, Wembley Stadium
Público: 57.811 presentes/63.000 ingressos à venda
Árbitro: Felix Brych (Alemanha)
Gols: Chiesa X Morata
Luís Enrique e Mancini, na lateral do gramado de Wembley
@EURO2020No gramado de Wembley se pisa como um ser humano e então se vai embora como lenda. E desde as escaramuças iniciais ficou ostensivo que a “Azzurra” estrategicamente permitiria o toque de bola da “Fúria” e tentaria aproveitar a sua velocidade nos contra-ataques. Obviamente tensos, nas suas zonas técnicas de uma lateral do campo, uns dez passos a distanciá-los, Roberto Mancini e Luís Enrique se esmeravam em gestos e até berros capazes de impedir que algum erro fatal ocorresse. Ambos essencialmente conseguiriam.
A grande defesa de Donnarumma, depois de uma saída equivocada
@EURO2020Só aos 25’ uma saída equivocada de Gigi Donnarumma propiciou um arremate perigoso do ala Dani Olmo que o arqueiro acabaria por neutralizar. A Espanha predominou durante quase todos os primeiros 45’ de combate. Porém, não transformou a maior posse de pelota em um tento. E, basicamente, se limitou a impedir que a Itália reprisasse a fluência dos seus prélios anteriores. Um problema crucial para Mancini solucionar no intervalo do jogo: melhorar bastante o seu modo de marcar as trocas de passes do time de Luís Enrique.
O momento do golaço de Chiesa, Itália 1 X 0
@EURO2020Ao contrário, a “Fúria” retornou muito mais envolvente, muito mais incisiva. Como se a “Azzurra” sonhasse com um lance fortuito. E aconteceu aos 60’, espetacularmente. Depois de conter um cruzamento, Donnarumma entregou a bola a Verratti, que lançou Insigne no flanco esquerdo. Insigne entregou a Immobile, quase na marca do pênalti, mas Laporte se antecipou. Atentíssimo, no entanto, Federico Chiesa capturou a pelota, se infiltrou no meio dos beques da Espanha e fulminou, de destra, no canto oposto de Unai Simón, 1 X 0.
O momento do empate de Álvaro Morata, Espanha 1 X 1 Itália
@EURO2020Metade da etapa derradeira, o “Mancio” e Luís Enrique desandaram a perpetrar alterações. O ibérico, claro, para aprimorar a sua ofensiva. O peninsular, evidentemente, para reforçar a sua retaguarda. A “Fúria” passou a atuar com até cinco jogadores de frente. E deu certo. Aos 80’, logo depois de Domenico Berardi desperdiçar a chance dos 2 X 0 com um chute torto, de tornozelo, numa tabela preciosa com Dani Olmo, o esperto Álvaro Morata, um dos recém-entrados, igualou. Haveria o drama dos trinta suplementares, a prorrogação.
Celebração, a "Azzurra" na final da Euro2020
SérieAA terceira da Espanha, que inclusive havia necessitado de uma disputa de penais, nas quartas de final, para eliminar a Suíça. A segunda da Itália. Na terça-feira de Wembley, chegaria a lenda quem dispusesse de mais físico, de mais coração, até de mais sorte. Coube à “Fúria” dominar a prorrogação, diante de uma “Azzurra” irreconhecível e aparentemente mais exaurida que a rival. Aparentemente, porque as cãibras começaram a afligir a Espanha. E nesse cenário se travaria o drama duplo da loteria dos penais. A lenda assumiria o nome de Jorginho, ou Jorge Luís Frello Júnior, um ítalo-brasiliano de Santa Catarina.
Euforia e alívio na "Azzurra" depois do pênalti cobrado por Jorginho
@Euro2020
Eis como se desenrolaram as cobranças:
Locatelli (ITA) – Unai Simón defendeu
Dani Olmo (ESP) – Por cima
Belotti (ITA) – 1 X 0
Gerard Moreno (ESP) – 1 X 1
Bonucci (ITA) – 2 X 1
Thiago Alcântara (ESP) – 2 X 2
Bernardeschi (ITA) – 3 X 2
Morata (ESP) – Donnarumma defendeu
Jorginho (ITA) – 4 X 2
A outra das semifinais, dia 7 de Julho:
As seleções que se defrontarão na quarta-feira, dia 7 de Julho
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INGLATERRA X DINAMARCA
Londres, Inglaterra, Wembley Stadium
Público: 63.000 ingressos à venda
Árbitro: Danny Makkelie (Neerlândia)
Retrospecto: 23jog – 13 ING X 5 DIN – 39 gols a 23
Raheem Sterling, da Inglaterra
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Nesta Euro:
ING – 1ºD/7pg/2v-1e-0d/2gp-0gc
Eliminou a Alemanha no tempo normal (2 X 0)
Eliminou a Ucrânia no tempo normal (4 X 0)
DIN – 2ºB/3pg/1v-0e-2d/5gp-4gc
Eliminou Gales no tempo normal (4 X 0)
Eliminou a República Tcheca no tempo normal (2 X 1)
Kasper Dolberg, da Dinamarca
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Artilheiros:
ING – Raheem Sterling, Harry Kane, 3 tentos
DIN – Kasper Dolberg, 3 tentos
Treinadores:
ING – Gareth Southgate, 50, desde Setembro de 2016
DIN – Kasper Hjulmand, 49, desde Junho de 2019
Na Euro2020, a ameaça da pandemia
@Euro2020Acumuladas as pré-eliminatórias, uma primeira etapa de chaves, uma fase inicial de mata-matas, mais uma fase de grupos, os duelos das oitavas, os confrontos das quartas e a primeira das semis, a Euro2020 apresentou 311 cotejos e registrou 963 gols, média de 3,10. Esta edição, a 16ª desde a sua criação em 1960, deveria ter-se encerrado em 12 de Julho de 2020. A pandemia a comprometeria. E, sem opção, a UEFA suspendeu a competição.
A taça e a bola, no templo de Wembley
@EURO2020Consequência lamentavelmente inevitável da atrapalhação que aconteceu, a Covid-19 empurrou as porfias da Euro2020 até 2021. Ainda assim, todavia, 6.136.455 pessoas, protegidas por radicais protocolos de segurança, puderam freqüentar os estádios, na média de 19.731. E, em relação ao batismo da competição, a UEFA adotou a solução mais lógica e mais justa, equivalente à da Olimpíada de Tóquio: nada melhor do que a Euro preservar o 2020 no sobrenome. A grande decisão desta 16ª edição ocorrerá no próximo domingo, dia 11 de Julho, no antológico Wembley Stadium de Londres, na Inglaterra.
A "Squadra Azzurra", primeira finalista da Euro2020
@EURO2020
Artilheiros:
5 gols – Cristiano Ronaldo (Portugal), Patrick Schick (República Tcheca)
4 gols –Karim Bemzema (França), Emil Forsberg (Suécia), Romelu Lukaku (Bélgica)
3 gols – Georginio Wijnaldum (Neerlândia), Robert Lewandowski (Polônia), Raheem Sterling Harry Kane (Inglaterra), Kasper Dolberg (Dinamarca), Haris Seferovic e Xherdan Shaqiri (Suíça), Ávaro Morata (Espanha)
Árbitros que mais apitaram:
4 jogos – Felix Brych (Alemanha)
3 jogos – Antonio Mateu Lahoz (Espanha), Daniel Siebert (Alemanha), Anthony Taylor (Inglaterra), Sergei Karasev (Rússia), Cuneyt Çakir (Turquia), Fernando Rapallini (Argentina), Danny Makkelie e Bjoern Kujpers (Neerlândia), Daniele Orsato (Itália), Michael Oliver (Inglaterra), Slavko Vincic (Eslovênia)
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