Na NBA, a primeira decisão com um time do Canadá. Toronto, o único.
Dos 30 clubes da entidade do Basquete, existem 29 dos Estados Unidos e apenas os Raptors são de outro país, Nas "Finals", contra os Warriors.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

A partir deste dia 30 de Maio de 2019, quinta-feira, os Toronto Raptors e os Golden State Warriors disputarão, numa eventual melhor-de-sete combates, o título da 73ª temporada da NBA, a National Basketball Association, que bem poderia se chamar International. Dentre os seus 30 clubes, afinal, existe um do Canadá, a batalhar contra 29 dos Estados Unidos. Os 30 se dividem na Conferência Leste e na Conferência Leste. Depois de um torneio com 82 rodadas, digamos, normais, acontecem três etapas de “Playoffs”, os mata-matas que definem os campeões de cada Conferência. E esses campeões então se defrontam nas “Finals” para a decisão de quem conquistará a posse de um prêmio em dólares e do magnífico Larry O’Brien Trophy.

Além de um anel que a “griffe” Tiffany fornece já faz quatro décadas, e que vale em torno de U$ 15 mil, todos os atletas do time vencedor compartilham um tesouro de cerca de U$ 18 milhões. Os Warriors já abiscoitaram tal butim em três ocasiões, 2015, 2017 e 2018. Ficaram com a vice-colocação em 2016. Numa tradução básica, são os “Guerreiros do Estado Dourado”, a Califórnia, no qual os norte-americanos, em 1849, depararam com o reluzente metal. Por enquanto se localizam em Oakland, 400.000 habitantes. Mas, já na próxima temporada se fixarão em San Francisco, no lado oposto de uma bela baía.

Os Raptors, ou Bromeoussauros, bichos da pré-Idade da Pedra, carregaram o Canadá à sua primeira decisão desde que, em 1995, o país vizinho dos EUA mereceu um lugar na NBA. Uma metrópole de 2.730.000 habitantes, diante do Lago Ontario, Toronto brotou de um agrupamento de nativos iroqueses, que a batizaram de “Tkaronto”, ou “a orla onde as árvores se debruçam sobre a água”. Porque, nas 82 jornadas, produziram uma performance melhor que a dos Warriors, 58 triunfos a 57, os Raptors iniciarão as “Finals”, 30 de Maio e 2 de Junho, na sua Scotiabank Arena. Então, a série terá ao menos dois prélios na Oracle Arena de Oakland, 5 e 7 de Junho. E, no caso de se estender, ainda haverá prélios nos dias 10 em Toronto, 13 em Oakland e 16 em Toronto.

Valessem os resultados dos “Playoffs” na determinação dos mandos de jogo nas “Finals”, caberia aos Warriors a vantagem de começar a série na sua Oracle. Bateram os Los Angeles Clippers e os Houston Rockets por 4 X 2, e daí despacharam os Portland Trail Blazers por 4 X 0. Os Raptors padeceram diante dos Philadelphia 76ers, 4 X 3. Daí, passaram tranquilamente pelo Orlando Magic, 4 X 1. Mas, necessitaram de um desempenho soberbo, e também desgastante, para eliminar os favoritos Milwaukee Bucks, de virada, 4 X 2, e em pleno Fiserv Forum do adversário. Nos 82 cotejos os Bucks haviam obtido 60 sucessos e 22 derrotas, aproveitamento de 73%. Com os “Playoffs”, de todo modo, os Warriors superariam os Raptors pela folga razoável de 70,4% X 70%, assumiram a primazia e a maioria dos mandos de jogo.

Costumo observar que, em esportes, as estatísticas podem mentir. Mas, também admito que podem funcionar como bons indicadores de tendências. Especificamente aquelas que retratam o momento mais recente, nos “Playoffs”. E, numericamente, se trata de tendências que privilegiam os Warriors. Nas suas 16 partidas dos mata-matas, o time do Golden State realizou a média de 119,5 pontos, concedeu 109,2, pegou 44,4 rebotes, distribuiu 28,5 assistências. O elenco de Toronto, em 18 combates, registrou 105 pontos a 99,6, com 42,8 rebotes e 22,4 assistências. Enquanto os Raptors não puderam contar com um jogador entregue ao Departamento Médico, o reserva Ogugua Anunoby, nos Warriors faltaram atletas infinitamente mais importantes: DeMarcus Cousins, Kevin Durant e Andre Iguodala.

Natural de Londres, descendente de nigerianos, filho de um professor universitário que se instalou nos EUA, Anunoby, apelidado OG, meros 21 anos de idade, vale mais como um símbolo de múltipla integração. Passou a temporada regular como um suplente de luxo, média de 7 pontos e 3 rebotes em 67 pugnas. Mas, em 15 jogos fez um “double-double” nas duas categorias. Então, no dia 12 de Abril, às vésperas dos mata-matas, subitamente diagnosticado com uma crise aguda de apendicite, se obrigou a uma cirurgia de emergência e só agora retornou aos treinamentos.

Cousins aterrissou nos “Playoffs” com a média excelente de 16,3 pontos, 8,2 rebotes e 3,6 assistências em somente 25’40” de 30 pelejas. Então, aos 3’51” do jogo 2 contra os Clippers, os vencedores por 135 X 131 mesmo dentro da Oracle Arena, se lesionou no quadríceps, um músculo posterior da coxa esquerda. Durant fulgurava com 34,2 pontos, 5,2 rebotes e 4,9 assistências quando, aos 32’20” do jogo 5 contra os Rockets, superados por Golden State por 104 a 99, sentiu uma contratura na panturrilha direita.

Iguodala acumulava a média de 10,1 pontos e 4,3 rebotes até os 17’33” do jogo 3 frente os Blazers, o placar de 110 X 99 para os Warriors, e também sentiu uma contratura, porém na sua panturrilha esquerda. O resumo: ainda que absolutamente sem Cousins, mesmo quase sem Durant, e sem Iguodala, Golden State criou estatísticas melhores.

A propósito: até a abertura das “Finais”, em homenagem a quem aprecia o Basquete, continuarei dedicado à NBA e a exibir o máximo viável de informação ao freqüentador da minha pagineta cá no prezado R7. O Basquete, afinal, merece o máximo de atenção dos brasileiros. Propiciou, ao time masculino, no passado, dois títulos de Mundial e três bronzes em Jogos Olímpicos. O feminino já ganhou um Mundial, uma prata e um terceiro posto nos Jogos. O espetáculo da NBA talvez funcione como um bom alento.
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