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Silvio Lancellotti - Blogs

Na Copa do Brasil de 2018, bem o Corinthians e muito bem o Cruzeiro

Mesmo no Rio, graças a Cássio, o "Timão" fica no 0 X 0 contra o Flamengo. Em São Paulo, a "Raposa" faz logo 1 X 0 no Palmeiras e resiste até o final.

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Barcos X Weverton, Cruzeiro 1 X 0
Barcos X Weverton, Cruzeiro 1 X 0

Numa coincidência deliciosa da tabela da Copa do Brasil de 2018, enriqueceram as suas semifinais, iniciadas nesta noite de quarta-feira, 12 de Setembro, dois dos combates interestaduais mais significativos do País. No Maracanã, o “Clássico do Povo” entre o Flamengo e o Corinthians, o cotejo centenário entre as principais torcidas do Futebol por aqui: segundo uma pesquisa do DataFolha, datada de Abril, 32,5 milhões de rubronegros e 27,3 de alvinegros. No Allianz Parque de São Paulo, um desafio mais jovem porém igualmente representativo, o “Clássico Palestrino” entre o Palmeiras e o Cruzeiro de Belo Horizonte, clubes originários na comunidade italiana, 10,6 mi de alviverdes e 6,2 mi de alvicelestes, a quarta e a sétima das torcidas.

A taça da Copa do Brasil
A taça da Copa do Brasil

Fundados, respectivamente, em 1914 e em 1921, ambos, o “Porco” e a “Raposa”, sob o nome de Palestra Itália, e ambos de camisas esmeraldinas, travaram o seu primeiro combate em 18 de Maio de 1930, vitória paulista por 4 X 2 no estádio do Barro Preto da capital mineira. Daí, como consequência do alinhamento do Brasil aos inimigos do “Eixo” de Alemanha-Itália-Japão, na II Grande Guerra, o então Presidente Getúlio Vargas (1882-1954), através de um Decreto-Lei de 30 de Janeiro de 1942, proibiu o uso de qualquer menção que insinuasse simpatia por aqueles adversários. O Palestra bandeirante virou Palmeiras em 20 de Setembro. O Palestra das Alterosas virou Cruzeiro em 7 de Outubro, e ainda trocou as suas cores da bandeira da Bota pelo azul.

A partida desta quarta-feira foi a de número 93 entre o “Porco” e a “Raposa”. Graças ao placar de 1 X 0, as suas estatísticas, agora, mostram 31 triunfos do Palmeiras para 35 do Cruzeiro, 137 tentos a 134. No outro “Clássico”, o Corinthians e o Flamengo inauguraram a sua antologia no dia 1º de Dezembro de 1981, vitoria paulista por 2 X 1 no campo da Rua Paissandu. O cotejo desta quarta foi o de número 132. Graças ao placar de 0 X 0, permanecem 51 os triunfos do “Mosqueteiro” e 53 os do “Urubu”, 202 tentos a 204. Os retornos ocorrerão em 26 de Setembro, evidentemente em BH e na Paulicéia.

Luiz Felipe Scolari, gaúcho de Passo Fundo
Luiz Felipe Scolari, gaúcho de Passo Fundo

Comandantes ultraexperientes, Luiz Felipe Scolari versus Mano Menezes, o gaúcho de Passo Fundo contra o gaúcho de Passo do Sobrado, o treinador do Cruzeiro saiu à frente, 1 X 0 logo aos 6’, depois de um passe precioso de Robinho, que encontrou Barcos livre e solto na entrada da área do “Verdão”. Tranquilamente o argentino encobriu o arqueiro Weverton e colocou a bola na meta escancarada. Enquanto isso, na porfia do Rio, um confronto de orientadores de novas gerações, o Flamengo de Marcelo Barbieri dramaticamente sufocava o “Timão” do recém-contratado Jair Ventura, ex-Santos. Incrível, o “Urubu” não conseguiu abrir o marcador até o intervalo.


Mano Menezes, gaúcho de Passo do Sobrado
Mano Menezes, gaúcho de Passo do Sobrado

Afortunadamente para Jair, talvez um benefício místico do sobrenome, Cássio desceu aos vestiários como o herói do “Mosqueteiro”, ao menos três intervenções cruciais. E o panorama não se alterou na etapa derradeira. Na década de 50 se diria que o Fla alugou a sua metade do gramado. Como, aliás, quase exatamente se desenrolava no Allianz Parque, a “Raposa” retraída e acuada pelo “Porco”. Dava dó o sofrimento da retaguarda do Corinthians, a rebater a pelota com chutões aleatórios. Mas dava dó o sofrimento do ataque do “Urubu”, incapaz de penetrar numa muralha de meias brancas e calções pretos. Placar moral, em torno dos 70’: Flamengo 8 X 0 nos escanteios.

Uribe, do Fla, e o herói Cássio, a reclamar da própria defesa
Uribe, do Fla, e o herói Cássio, a reclamar da própria defesa

Acontecesse o jogo na várzea de São Paulo, lá na mesma década de 50, quando três escanteios valiam um gol, e o Flamengo já estaria com dois e tanto a zero de vantagem. Houve 5’ de acréscimos, um calvário para os dois elencos e para os 48.822 fiéis rubronegros que se descabelavam no Maracanã. E o “Timão” voltaria do Rio esfalfado mas felicíssimo com o empate. Um padecimento semelhante se desdobrava no Allianz. Nos acréscimos, o ala Egídio, ex-Palmeiras, quase anotou contra a meta de Fábio, o seu colega de “Raposa”. E os atletas do “Verdão” reclamaram de um tento supostamente mal anulado nos últimos segundos. O "Verdão" sonhou com a possibilidade do recurso ao VAR, o árbitro de vídeo, em funcionamento na Copa do Brasil. Impossível, porém. Wagner Reway, o árbitro de campo, já tinha interrompido o lance e apontado uma falta de Edu Dracena, em Fábio, antes do arremate de Antonio Carlos. Também o Cruzeiro voltaria felicíssimo às suas plagas.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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