Na calorama de Manaus, o Vasco e o Corinthians estacionam em 1 X 1
Até moedinha o "Almirante" vendeu pra fazer dinheiro no seu mando de jogo na Amazônia. Mas, não conseguiu bater os reservas do "Timão".
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Diante de 25.759 espectadores, na noite de 4 de Abril e pela 3ª Rodada do Campeonato Brasileiro de 2019, numa Arena da Amazônia de capacidade para 44.500, o Vasco da Gama, um mandante de aluguel que até moedinhas do prélio vendeu de modo a produzir alguma grana, não passou do resultado de 1 X 1 diante do visitante Corinthians. Aliás, houve, na Arena, tantos fãs do “Mosqueteiro” quanto os do “Almirante”, numa tarde de temperatura em torno dos 28 graus e, pior para os atletas, uma umidade além dos 85%.

O Vasco não revelou quanto lhe pagou a empresa Roni7 Consultoria, responsável pela mudança da sede do jogo, originariamente determinado para o Estádio de São Januário, no Rio, lotação de 21.880 torcedores. Talvez os mesmos R$ 450.000 que representam o padrão do clube da Cruz de Malta em circunstâncias equivalentes. Pelos montantes que a Roni7 cobrou, R$160 a entrada inteira, de R$ 80 ou um quilo de alimento não perecível a meia, não parece que ocorreu um bom negócio. No Rio talvez a renda alcançasse os mesmos números e os dois times economizariam na viagem e na estada.

Desde o seu desafio inaugural, Vasco 2 X 1 Corinthians, em 14 de Março de 1926, no campo da Rua Paissandu, na Cidade Maravilhosa, foi o combate 120 entre ambos e o placar agora exibe “Almirante” 35 X 50 “Mosqueteiro”, 161 gols a 179. O Corinthians ainda ampliou a 17 jogos a sua invencibilidade contra o Vasco. Depois de perder por 2 X 0, dia 13 de Outubro, no Brasileiro de 2010, passou a acumular, nestes nove anos, 10 vitórias e 7 empates, 21 a 9 nos tentos. Com um treinador provisório, Marcos Valadares, das categorias de base, o “Almirante” conquistou um só ponto num global de nove disponíveis e perambula nas imediações do último lugar da tabela de classificação.

Numa escalação recheada de reservas, conseqüência da preocupação de Fabio Carille com o desgaste de titulares essenciais para a Copa do Brasil e para a Sul-Americana, o “Mosqueteiro” aceitou, pacientemente, uma insistente mas inócua pressão do Vasco até que, aos 16’, depois de uma sucessão de belos dribles em Raul e Cláudio Winck, no lado esquerdo do campo, Mateus Vital, ironicamente um ex-atleta do inimigo, fez Corinthians 1 X 0. Injustiça que, aos 39’, depois de um pênalti definido pelo VAR, o “Almirante” consertaria na cobrança de Maxi López. E os rivais desceram aos vestiários com 1 X 1.

Para a etapa derradeira, voltaram animadíssimos os dois times. O segundo gol poderia ter beneficiado a qualquer de ambos. E, por mais incrível que pareça, os torcedores do alvinegro paulista se tornaram mais entusiasmados do que aqueles do congênere carioca. Aos 64’, Carille e Valadares providenciaram alterações simultâneas. Pelo Corinthians, Clayson no lugar de André Luís. No Vasco, Valdívia na posição de Rossi. Logo depois, nos postos de Richard e Yan Sasse, entrariam Ramiro e Jairinho. Carille recorreria a Pedrinho no posto de Mateus Vital. E Valadares trocaria Pikachu por Bruno César. Totalmente inúteis as seis modificações. Pois o 1 X 1 se manteve até o desfecho do jogo.
Gostou? Clique em “Compartilhar”, em “Twittar”, ou deixe a sua opinião em “Comentários”. Muito obrigado. E um grande abraço!