Já na abertura da Euro2020, uma aula de proteção contra a Covid-19
Sucesso tranquilo da Itália sobre a Turquia, 3 X 0, na primeira partida da competição, com público no Olímpico de Roma e uma impressionante demonstração de como cuidar da segurança
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Oficialmente, no Olímpico de Roma, cabem 73.261 espectadores. Porém, para o jogo da “Squadra Azzurra” da Itália contra os “Bizim Çocuklar”, os “Nossos Rapazes” da Turquia, nesta sexta-feira, dia 11 de Junho, as razões de segurança exigiram que se oferecessem apenas 15.948 ingressos. O jogo valeu como abertura da 60ª edição da grande competição de seleções do continente, originalmente programada para 20 de Julho do ano passado e adiada pela Covid-19. E não foi fácil entrar no Foro Olímpico, o endereço do estádio.

De acordo com o projeto “Stadio Sicuro”, formalizado pelo Governo da Bota, pela Federcalcio, a Liga de Clubes e a UEFA, a entidade que organiza o Futebol na Europa, quem quis ver o jogo no Olímpico necessitou atestar que ou já havia se curado da Covid-19 até seis meses atrás, ou que já tinha completado o seu ciclo de vacinação quinze dias antes, ou que fôra negativado num teste de infecção com 48 horas de prazo. E, ainda assim, precisou superar uma batelada de obstáculos: medição de temperatura nos 48 portões de acesso; distribuição estratégica do público em blocos diferentes das arquibancadas; fiscalização por câmeras capazes de captar calor e também de calcular o crucial distanciamento físico.

Não bastassem tantos dispositivos tecnológicos, através das arquibancadas do Olímpico a administração da Euro distribuiu 3.000 super-treinados “stewards”, inclusive capazes de algum atendimento de primeiros socorros. E o CONI, o Comitê Olímpico Nacional da Itália, responsável pelo estádio, ainda se preocupou em estruturar um espaço reservado ao imediato isolamento de potenciais positivos de contaminação. Peço vênia para, aqui, abrir parênteses e lançar uma pergunta fundamental: terão a Conmebol e a CBF pensado em prover a Copa América de ao menos umporcentozinho dessas determinações de proteção? Enquanto, claro, a resposta não vem, retorno à Euro e ao combate Itália X Turquia.

Grupo A – Sedes: Azerbaidjão e Itália
GALES, ITÁLIA, SUÍÇA, TURQUIA
Classificação:
ITÁ – 1jog = 1v/0e/0d – 3gp X 0gc
GAL – 0jog = 0v/0e/0d – 0gp X 0gc
SUÍ – 0jog = 0v/0e/0d – 0gp X 0gc
TUR – 1jog = 0v/0e/1d – 0gp X 3gc
ITÁLIA 3 X 0 TURQUIA
Roma, Itália, Stadio Olìmpico
Público: 12.916
Árbitro: Danny Makkelie (Neerlândia)
Gols: Demiral/con, Immobile, Insigne

Depois de uma compacta porém digna festa de abertura, com Andrea Bocelli a homenagear a Itália e Bono Vox a celebrar a Turquia, a “Squadra Azzurra” correu atrás da sua peleja de número 28 sem perder, 24 vitórias e só três empates sob Roberto Mancini desde a Copa da Rússia em 2018. O ex-craque da seleção, um “trequartista” de estilo clássico e elegante, soube combinar, à melhor defesa da Europa nos últimos cinco anos, um ataque eficiente, com três atletas municiados por armadores sempre ofensivos.

Na etapa inicial, dominou integralmente as ações. Pediu quatro penais, um que houve e mais três que Makkelie ignorou porque não existiram. E ainda provocou duas acrobacias do elástico arqueiro Ugurcan Çakur. O tento, contudo, não surgiu. No intervalo, Mancini colocou Di Lorenzo, ex-armador que, no Napoli, se transformou em ala, no lugar do zagueiro Florenzi. No elenco otomano, Senol Gunez trocou Yazici por Under, um atacante por outro – Under, todavia, pertencente à Roma, equipe que atua no Olímpico. E o gol da Itália, ironia, sairia de um infortúnio de outro atleta da Serie A. Aos 53’, pela direita, Berardi cruzou na pequena área. De peito, Demiral, da Juventus, enviou à sua própria meta.

Ironia dupla, aliás: até então, nos sessenta anos da Euro de seleções ainda não havia ocorrido um autogol na sua pugna de abertura. Lógico que os “Bizim Çocuklar” se desnortearam. E lógico que a “Azzurra” se locupletou e voltou a investir pelos flancos até que, aos 66’, o lateral Spinazzola bateu forte da linha da área grande e Çakur rebateu bem no rumo de Immobile que desferiu os 2 X 0. Muitíssimo melhor, aos 79’, agora graças a uma tabela deliciosa com Immobile, Insigne, o outro “cannoniere” da Itália, arrematou de bate-pronto, 3 X 0. Uma estréia belíssima da dona da casa. Euforia na capital da Bota.
Dia 12
GALES X SUÍÇA
Baku, Azerbaijdão, Olympic Stadium
Árbitro: Clément Turpin (França)

Grupo B – Sedes: Dinamarca e Rússia
BÉLGICA, DINAMARCA, FINLÂNDIA, RÚSSIA
Dia 12
DINAMARCA X FINLÂNDIA
Copenhague, Dinamarca, Parken Stadium
Árbitro: Anthony Taylor (Inglaterra)
RÚSSIA X BÉLGICA
São Petersburgo, Rússia, Krestovsky Stadium
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (Espanha)

Grupo C – Sedes: Neerlândia e Romênia
AÚSTRIA, NEERLÂNDIA, MACEDÔNIA DO NORTE, UCRÂNIA
Dia 13
ÀUSTRIA X MACEDÔNIA DO NORTE
Bucareste, Romênia, Arena Nationalà
NEERLÂNDIA X UCRÂNIA
Amsterdam, Neerlândia, Johan Cruijff

Grupo D – Sedes: Escócia e Inglaterra
CROÁCIA, ESCÓCIA, INGLATERRA, REPÚBLICA TCHECA
Dia 14
INGLATERRA X CROÁCIA
Londres, Inglaterra, Wembley Stadium
ESCÓCIA X REPÚBLICA TCHECA
Glasgow, Escócia, Hampdem Park

Grupo E – Sedes: Espanha e Rússia
ESLOVÁQUIA, ESPANHA, POLÔNIA, SUÉCIA
Dia 14
POLÔNIA X ESLOVÁQUIA
São Petersburgo, Rússia, Krestovsky Stadium
ESPANHA X SUÉCIA
Sevilha, Espanha, Estadio La Cartuja

Grupo F – Sedes: Alemanha e Hungria
ALEMANHA, FRANÇA, HUNGRIA, PORTUGAL
Dia 15
HUNGRIA X PORTUGAL
Budapeste, Hungria, Puskàs Arena
ALEMANHA X FRANÇA
Munique, Alemanha, Allianz Arena
O regulamento permite que, nos grupos, as seleções das onze cidades escolhidas como sedes atuem, pelo menos, duas vezes nos seus domínios. A Itália, a Neerlândia e a Espanha caíram em chaves em que não há representantes de outras sedes. Assim, mesmo sem a eventual presença de torcedores, levam a vantagem de mandar três cotejos. No caso do Grupo B, em que a Dinamarca e a Rússia são anfitriãs, caberá aos daneses, pelo ranking, abrigar o seu desafio contra os ex-soviéticos. No Grupo D, a Inglaterra receberá o combate com a Escócia. E, no Grupo F, será a Alemanha a hospedeira da partida diante da Hungria.

Definidas, nos grupos, as campeãs e as vices, também se resgatarão as quatro melhores terceiras colocadas. E daí as 16 remanescentes se digladiarão, de 27 a 30 de Junho, nos emparceiramentos das oitavas-de-final, que viajarão por Londres, Dublin, Glasgow, Amsterdam, Copenhague, Bilbao, Budapeste e Bucareste. As quartas-de-final, 3 e 4 de Julho, ocorrerão em Roma, Munique, São Petersburgo e Baku. Daí, nos dias 7, 8 e 12 haverá as semis e a briga pelo título no magnífico templo de Wembley, Londres, Inglaterra.
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