Em Quito, o "Timão" vai precisar de um Pantera e de um Mirandinha
Em Abril de 1997, depois de quase eliminado, em casa, na Copa do Brasil, graças aos gols de ambos o Corinthians obteve uma salvação histórica
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Inúmeras façanhas prodigiosas do passado garantiram ao Corinthians os apelidos de “O Time das Viradas” ou de “O Time do Último Minuto”. Eram situações em que os seus fãs não arredavam as suas presenças dos estádios na expectativa de que algum milagre salvador acontecesse. Agora, todavia, nesta quarta-feira, dia 25 de Setembro de 2019, nos 2.850 metros de altitude de Quito, no Equador, para superar o Independiente Del Valle, que lhe sapecou 2 X 0, no dia 18, na Arena ainda-sem-nome de Itaquera, talvez o “Mosqueteiro” necessite de um outro arroubo de fenômeno. Ou de uma dupla de avantes como os que brilharam com sua camisa na temporada de 1997.
Trata-se de Osmar Donizete Cândido, mineiro de Prados, nascido em 24 de Outubro de 1968, e de Isaílton Ferreira da Silva, pernambucano de Palmares, 13 de Novembro de 1970. Ou, para quem não reconhece os seus nomes de batismo, o Pantera e o Mirandinha. O Pantera apenas foi atleta do Corinthians naquele exato ano de 1997. Em 52 pelejas anotou 15 tentos. O Mirandinha, o terceiro a usar tal alcunha na história do clube, havia chegado em 1996 e permaneceria até 1999. E, em 161 cotejos, registrou 43 gols. Ambos, no entanto, juntos, protagonizaram 9 de 12 tentos que o Corinthians acumulou numa semana de gala, no mês de Abril de 1997. Semana difícil de se reprisar,
Então, numa terça-feira, dia 15, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil, no Morumbi, diante de 22.676 pessoas, o Atlético Paranaense, ainda sem H, bateu o “Timão” por 2 X 1. Souza, um meia-armador, cravou pelo alvinegro. No sábado seguinte, sempre no Morumbi, público de 27.681 espectadores, o Corinthians, todavia, iniciou uma reação de antologia graças a um triunfo de 5 X 2 sobre um velho rival, o Palmeiras, no Campeonato Paulista, com 3 tentos do Pantera, os outros de Mirandinha e de Marcelinho. No dia 22, a terça subseqüente, enfim, visitou o “Furacão” no Pinheirão de Curitiba e, irresistível, emudeceu a maioria dos 36.564 pagantes ao se esbaldar por 6 X 2, com 3 gols de Mirandinha, 2 do Pantera, o remanescente de Souza.
Na fase das semis da Copa do Brasil, o “Mosqueteiro” de São Paulo esbarraria no “Mosqueteiro” gaúcho, o Grêmio de Porto Alegre, 1 X 1 em casa e 1 X 2 fora. No Estadual, porém, abiscoitaria o seu título de número 22. Hoje, já subiu aos 30, contra os 22 de Palmeiras e Santos, 21 do São Paulo. Arrebatou a Copa do Brasil em 3 ocasiões. A Copa Sul-Americana, contudo, ainda não faz parte da sua lista de troféus. Igualmente atrás de uma decisão inédita, o Del Valle ganhou, da Federação Equatoriana, um alívio especial. A entidade adiou o prélio de domingo que “Los Rayados” disputariam por seu torneio nacional. No afã de se manter vivo na batalha, o Corinthians, que sobrepujou o Bahia pelo Brasileiro, no sábado, por 2 X 1, compensou o cansaço do seu elenco ao investir cerca de R$ 1 milhão num avião fretado até Quito. Mas não consta que o Pantera e o Mirandinha tenham viajado como os seus amuletos.
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