Depois do fracasso da Azzurra nas eliminatórias da Rússia/2018, a briga pelo poder na Federazione Calcio
E os jogadores apresentam Tommasi, ex-Roma, o seu candidato
Silvio Lancellotti|Sílvio Lancellotti

Depois do fracasso tonitruante da Squadra Azzurra nas eliminatórias da Copa da Rússia, a primeira ausência da Itália na competição desde a Suécia/58, naturalíssimo que eclodisse uma batalha pelo poder na FIGC, a Federazione Italiana Giuoco Calcio e pelo cargo de presidente, desde 2014 ocupado pelo inconsequente Carlo Tavecchio. Por algumas manifestações publicamente racistas, Tavecchio já fôra suspenso pela UEFA. Aproveitou o vexame da sua seleção para se demitir, de vez, do posto na FIGC.
Marcada para o próximo dia 29, uma Assembléia Geral escolherá o novo presidente. Claro, cartolas de plantão se apressaram a propor as suas próprias candidaturas. São dois os contendores, digamos, oficialistas. O senador Còsimo Sibília, 58 anos de idade, ligado aos direitistas de Sílvio Berlusconi, ao Avellino da Série B e presidente da Liga dos Clubes Amadores. E o advogado e banqueiro Gabriele Gravina, 64, da Liga dos Clubes Profissionais.

Ineditamente, e insolitamente, porém, os atletas também decidiram concorrer. E lançaram ao páreo o ex-apoiador Damiano Tommasi, 43, astro da Roma de 1996 a 2006, campeão da Bota em 2000/2001, 263 prélios e 14 tentos pela agremiação giallorossa, 25 jogos e 1 gol na seleção, o presidente da AIC, a Associazione Italiana Calciatori desde 2011. Detalhe, o antecessor de Tommasi na AIC, também o seu mítico fundador, o jogador e depois jurista Sergio Campana, tentou assumir a FIGC diversas vezes na sua longa gestão, 1968/2011. Jamais conseguiu.
Frase que recolhi de Tommasi: “Sei que enfrentarei um caminho nada simples e nem curto à minha frente. Aliás, ‘enfrentaremos’ e ‘nossa frente’, pois não falo por mim mas por todos os componentes da AIC. Fomos nós, e os tifosi (os torcedores), os principais prejudicados pelo impacto da desclassificação da Azzurra. A vontade dos jogadores, nós, é que todos nos sentemos a uma mesma mesa, sem divisões, e atinjamos o objetivo comum, a reconstrução internacional do nosso Calcio.”

Lá como cá, todavia, desafortunadamente, fala bem mais forte o autoritarismo. Sibília já declarou que a sua Liga de Amadores tem direito a 34% dos votos na Assembléia Geral e que exigirá um “respeito proporcional”. Pior, bem ao estilo protofascista de seu mestre Berlusconi, não hesitou em depreciar Tommasi e os atletas: “Não creio que exista consenso ao apoio de tal candidatura”.
PS.: Pela 20ª Rodada do Campeonato Italiano, a primeira do Segundo Turno, eis os resultados dos cinco melhores na tabela: Napoli 2 X 0 Hellas Verona, Cagliari 0 X 1 Juventus, Fiorentina 1 X 1 Internazionale, Spal 2 X 5 Lazio, Roma 1 X 2 Atalanta. A classificação: Napoli 51 pontos, Juve 50, Inter 42, Lazio 40, Roma 39 ( e uma peleja menos, a recuperar contra a Sampdoria, no Stadio Ferrais de Gênova, no próximo dia 24 de Janeiro.
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