De 0 X 2 aos 2 X 2, a maravilhosa recuperação dos Raptors na NBA
Com um triunfo por 120 X 102, na Scotiabank Arena de Toronto, o time dos Bromeossauros se iguala aos Milwaukee Bucks ma Conferência Leste
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Já especulado como o melhor do Basquete no universo através da próxima década, o portentoso greco-africano Giannis Antetokounmpo, nesta noite de 21 de Maio de 2019, retornou à Scotiabank Arena de Toronto, lotadinha em seus 19.800 lugares, todos avermelhados, com duas obrigações essenciais.

Primeiro, diante dos Raptors do Canadá, devolver os seus Milwaukee Bucks à trilha do sucesso na disputa do título da Conferência Oeste da NBA, a entidade que organiza o esporte da cesta por lá e nos Estados Unidos. Depois de vencerem os Raptors duas vezes, 108 X 100 e 125 X 103, na Fiserv Arena da cidade mais populosa do Wisconsin, os Bucks desabaram em Toronto, derrota de 112 X 118, ao final de duas intrincadas, tensíssimas prorrogações.

Segundo, para Giannis, demonstrar que tem a maturidade suficiente para se resgatar, mesmo na quadra inimiga, de uma atuação tão medíocre como a do último domingo, 19 de Maio, quando não passou de um “ersatz”, o sucedâneo imperfeito de si mesmo. Nos dois sucessos dos Bucks, ele havia acumulado 54 pontos e desperdiçado só 9 bolas em “turnovers” tolos, a devolução da pelota ao adversário. E então, na derrota em Toronto, pateticamente, se limitou a 12 pontos enquanto abusava dos “turnovers” – 8 erros. Giannis aprimorou a sua performance, cravou 25 pontos e baixou os seus “turnovers” para só 4. Porém, não pôde evitar que os “Raptors”, assim denominados em honra de bichos da família dos Bromeoussauros pré-Idade da Pedra, bisassem a dose com outro triunfo, desta vez originado desde o começo e bem folgado, 120 X 102.

Claro que não se deve debitar a Giannis, exclusivamente, o esticamento da série. Os eternos especialistas de plantão chegaram a apostar num Milwaukee 4 X 0 Toronto, tanto como tinham sugerido Golden State Warriors 4 X 0 sobre os Portland Trail Blazers, o resultado que de fato ocorreu. Sim, Giannis decepcionou em viagem logo na sua estréia numa decisão de Conferência. Mais fracassou, todavia, o treinador Mike Budenholzer, atrasado no pedir os tempos para os ajustes básicos, um desastrado nas substituições.

Na verdade, até que ele assumisse a gestão dos Bucks em 2018, faltava a Budenholzer uma experiência efetiva em “playoffs”. Desde 2013 no comando dos Atlanta Hawks, havia tombado cinco vezes logo no mata-mata inaugural e, na última temporada, nem se qualificou. Nick Nurse, o seu rival nos Raptors, ostenta uma carreira bem parecida. Também integra o quadro de Toronto desde 2013. Mas, até 2018, como braço-direito de Dwane Casey, alcançou duas vezes as semifinais, numa ocasião chegou à decisão, e sofreu o azar supremo de se defrontar com os Cleveland Cavaliers de LeBron James.

Paralelamente a Giannis, claro, os Raptors também têm o seu astro solar, Kawhi Leonard. De 2011 a 2018 com os Spurs de San Antonio, arrebatou o galardão de MVP, ou “Most Valuable Player”, da decisão de 2014. No entanto, invariavelmente alternou momentos de topo e de porão, afetado por uma renitente contusão no joelho direito. Até que, nestes “playoffs”, praticamente carregou nas costas o seu time, de colegas irregularíssimos. No triunfo anterior dos Raptors contra os Bucks, mesmo com dores, manquitolante, realizou 36 dos 118 pontos do time. Aliás, Leonard havia completado o sexto prélio consecutivo com mais de 35, um recorde no currículo de Toronto.

Indubitavelmente no sacrifício, Leonard só participou de 34 dos 48’ do jogo desta terça. Ainda assim, e arrastar a perna, abiscoitou 19 pontos. Kyle Lowry e Marc Gasol compensaram as suas estadas no banco. Lowry somou 25 pontos. E Gasol amealhou 17. A batalha agora retorna a Milwaukee na próxima quinta-feira, 23. E ainda haverá o sexto duelo, em Toronto no sábado, 25. De camarote e no descanso o elenco dos Warriors torce para que aconteça, também, uma sétima porfia, no Fisery Forum dos Bucks, na outra segunda, 27. Qualquer que seja o sobrevivente, ou Toronto ou Milwaukee, aterrissará bem desgastado na abertura da decisão, dia 30. E Steve Kerr, o treinador dos Warriors, ainda terá o tempo necessário para recuperar Kevin Durant e Andre Iguodala, seus super-craques convalescentes de lesões.
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