Com Warriors 106 X 105 Raptors, haverá o jogo 6 na NBA/2019
Mesmo traumatizado pelo drama da nova lesão de Kevin Durant, o time do Golden State vence Toronto com uma cesta crucial de Klay Thompson
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Passava pouco das 11h00 da manhã em Toronto, Canadá, meio-dia em Brasília, quando, na Scotiabank Arena, um cidadão de nome Kevin Durant, de agasalho sem mangas mas com capuz, saiu do corredor que conecta o vestiário do time visitante à quadra de Basquete e se entregou a um treinamento coletivo de trinta minutos. Sinal claro de que estaria presente na partida que, mais tarde, a partir das 21, os seus Golden State Warriors travariam contra o elenco dos Toronto Raptors. Uma partida crucial. Com 3 X 1 na série melhor-de-sete que definiria o título da NBA nesta temporada de 2018/19, os Raptors só necessitavam de um quarto triunfo, e em sua casa, diante de 19.800 torcedores de vermelho, para assegurarem ao Canadá o seu primeiro topo de pódio em sete décadas de basquete profissional.
O MVP, ou “Most Valuable Player”, nas duas conquistas dos Warriors em 2017 e em 2018, Durant havia cravado a média de 34,2 pontos nas 11 pelejas de que participou na “Post Season”. Então, na média dos seus resultados, o esquadrão de Golden State sobrepujou os adversários por 7 vitórias a 4 e por 119 pontos a 102. Daí, quando Durant se lesionou, ainda houve uma prevalência de sucessos, 6 X 3. Todavia, os resultados encolheram, 111 X 109.
Durant não é apenas crucial no ataque dos Warriors, mas exerce funções essenciais na defesa e na armação. Havia acumulado 15% dos rebotes da sua equipe de 12 atletas, 18% dos tocos/bloqueios, e também 17% das assistências e 16% das bolas roubadas. Repetiria esse desempenho? E como sucederia o seu duelo direto com Kawhi Leonard, o astro maior dos Raptors, 31,1 pontos agora e o MVP das “Finals” de 2014, quando estava nos San Antonio Spurs e, só 14,3 pontos, levou o laurel pelo conjunto da obra?
Impacto. Durant saiu da pugna de forma prematura, por causa de um problema no tendão-de-aquiles da mesma perna direita, e a sua saída tornou muito mais heróica a vitória de Golden State, 106 X 105 sobre Toronto. Steve Kerr, o treinador dos Warriors, havia antecipado que o apelidado KD atuaria de maneira intermitente no combate. E de fato o substituiu depois de 6’10 quando KD já havia convertido 6 pontos, em dois tiros de 3, e Golden State vencia o jogo por 19 X 16. Passou algum tempo no banco, uma bolsa de gelo na panturrilha lesionada, e só voltou ao faltarem 3’33, o combate nos 23 X 23. Ao se encerrar o primeiro quarto de 12’, os Warriors venciam por 34 X 28 e Durant já tinha acumulado 11 pontos, quase um terço do total do seu time. Claro, mais, muito mais do que ostensiva, a sua importância.
Num lance boboca, todavia, quando restavam 9’46 para o intervalo, Durant acusou uma estranha machucadura com o placar de 39 X 34 a favor de Golden State. Até mesmo a platéia da Scotiabank Arena se enfronhou no drama. O super-craque amparado, a mancar, de rosto contraído, a abandonar a partida vaiado por um punhado de idiotas mas aplaudidíssimo por inúmeros presentes. Problemaço, a sua ausência? Caberia aos seus companheiros a reação ao trauma e a resposta no resultado. Depois de brilhar em 11’57” de batalha, e de testemunhar, nos vestiários, sobre uma maca, diante de um fisioterapeuta, todo o estoicismo dos seus colegas, Durant sofreu diante de um aparelho de TV mas acabou por partir, de muletas, até um hospital.
Embora evidentemente esfacelados no emocional, e apesar dos patéticos, inacreditáveis 9 “turnovers”, bolas fáceis, entregues tolamente ao rival, os “teamates” de Durant fecharam em vantagem, por 62 X 56, a primeira etapa da porfia. Steph Curry, de novo, carregou Golden State nas costas com os seus 23 pontos, absurdos 37%. Leonard se limitou aos 13, melhor do que ele Marc Gasol, com 15. Felizmente, para Kerr e seus pupilos, no terceiro quarto, aquele em que os Warriors habitualmente detonam o adversário, a folga ao menos se preservou, 84 X 78. Leonard? Estacionaria nos 13, não convertesse um lance livre em duas chances. E apenas acordaria nos 12' remanescentes.
Nada de boa técnica no quarto derradeiro. Predominou a tensão, inclusive provocada por vários equívocos do trio de arbitragem. Então, quando restavam 5’10”, Leonard ressuscitou e em 50 segundos, capturou um rebote e em três arremessos sucessivos fez a Arena explodir de prazer e de euforia, Toronto 103 X 97. Auxiliou os Raptors uma devastadora série de tiros sem pontaria dos Warriors. E a anulação polêmica de um tapinha de DeMarcus Cousins que recolocaria Golden State na briga. Mas Curry cravou 103 X 103 quando faltavam 72”. Thompson realizou 106 X 103 quando faltavam 57”. Kyle Lowry diminuiu, 105 X 106, quando faltavam 29”9. Daí, confusa, a arbitragem ainda apontou uma falta de ataque, inexistente, contra Cousins, 16”. E Lowry, então, pensou em demasia e desperdiçou a vitória no relógio zerado.
Haverá o jogo 6, agora em Oakland, na Oracle Arena, inteirinha de amarelo, 19.568 espectadores, na próxima quinta-feira, dia 13 de Junho de 2019. Com o dia 16 de Junho de 2016 na memória. Então, os Warriors ostentavam a folga de 3 X 2 sobre os Cleveland Cavaliers de LeBron James e sucumbiram, 112 X 97, na quadra do inimigo. Cairiam, ainda, 89 X 93, dentro de sua casa, na decisão do dia 19. Favoritos, exatamente como os Raptors, desta vez.
Com 26 pontos, Kawhi Leonard ficou abaixo da sua performance tradicional. Curry, com 31, e Klay Thompson, com 26, compensaram a ausência do KD. A decepção de 2016 foi a única, em toda a história da NBA, em que a equipe com 3 X 1 cedeu a reviravolta. Poderão os Warriors curtir a vingança? Apostas abertas. Detalhe: com qualquer placar, será sua última aparição na Oracle Arena. Em Agosto, os Warriors se mudarão de Oakland para uma mansão de US$ 6bi no lado oposto da maravilhosa baía de San Francisco.
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