Com dois gols de penal, Cristiano Ronaldo salva a líder Juventus
Por duas vezes a ótima Atalanta assumiu a vantagem. E em duas ocasiões cometeu bobamente a infração que permitiu a "Senhora" chegar a 2 X 2.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Na temporada de 1999/2000, quando completou os seus cem anos e o Campeonato Italiano tinha dezoito clubes, a três jornadas do desfecho a Lazio de Roma estava cinco pontos atrás da Juventus de Turim, 63 a 68. Então, numa reviravolta empolgante, acumulou nove pontos em três partidas enquanto a líder desabava, somente três, a Lazio com o seu segundo “scudetto”.
Neste sábado, dia 11 de Julho, na rodada 32 do Campeonato Italiano de 2019/20, que ostenta vinte agremiações e vai seguir até a de número 38, no seu Olímpico da capital a Lazio perdeu do Sassuolo, de virada, 1 X 2, a sua terceira derrota consecutiva, e permaneceu empacada no patamar dos 68 pontos, desta vez sete atrás da mesma Juventus. E a “Velha Senhora” do Piemonte ainda entraria em campo, no seu Allianz Stadium, horas depois, para duelar com a Atalanta, uma visitante perigosíssima, na cota dos 66.
Qualquer placar seria horroroso para a “Águia” de Roma, dirigida pelo cada vez mais perplexo e mais desalentado Simone Inzaghi. O seu time havia aberto o marcador aos 33’, Luís Alberto. Sofreria 1 X 1 aos 52’, Raspadori, um estreante de meros vinte anos de idade. E amargaria uma “sconfitta” impactante, nos acréscimos da partida, graças a Caputo, um veterano de quase 33. Pior, Ciro Immobile, o principal atacante da Lazio, o artilheiro do campeonato, 29 tentos nas primeiras 29 pugnas, já não fazia mais nada.
Ocorresse um empate no combate Juventus X Atalanta, a Lazio preservaria a sua vice-colocação na tabela com 68 pontos mas a “Senhora” ampliaria a folga para oito. E, no caso de um sucesso da “Dea”, a “Deusa” da Lombardia, a diferença se manteria nos sete mas a Atalanta assumiria a segunda posição com 69 pontos. Claro, impensável, para a “Águia”, uma vitória da Juventus, também apelidada de “Zebra”, que escalaria o degrau dos 78 e desembestaria, de galopinho, no rumo direto ao seu nono título em sequência.
Embora invicta nos seus últimos onze jogos, a Atalanta necessitava quebrar um tabu absurdo. Não suplantava a “Senhora”, em Turim, pela Série A, desde um triunfo por 3 X 1 em 23 de Setembro de 1962, 92 confrontos atrás. E não vencia em qualquer campo, dentro ou fora de casa, já fazia 29 pugnas, 2 X 0 em Bérgamo, 19 de Novembro de 2004. Nesta ocasião, insolitamente com o seu fardamento “verdenero”, nada a ver com as suas cores habituais, azul e preto, a Atalanta mereceu a vitória, foi muito melhor do que a Juve, fez 1 X 0 e depois fez 2 X 1, mas entregou o empate, quase nos acréscimos, 2 X 2.
Gian Piero Gasperini ignorou o fato de a “Deusa” dispor da melhor ofensiva do certame, 85 tentos até ali. E optou por um sistema cautelosíssimo, 3-4-2-1, o que significava criar uma muralha de nove atletas à frente da meia-lua da meta de Gollini. Maurizio Sarri, humilhado pelo Milan, o tombo de 2 X 4 na sua porfia anterior, deixou no banco o seu volante Pjanic e montou uma linha de contenção com três homens, Rabiot, Bentancur e Matuidi. A Atalanta, de todo modo, mandou nas ações e, aos 16’, cravou 1 X 0 com Zapata.
Irreconhecível a Juve que, a cada nova pugna, sabe-se lá como, Sarri mais parece desmontar do que reestruturar. Uma equipe sem meio-de-campo, sem criatividade e sem aquela centelha que inflama um elenco de fato campeão. Houve momentos em que, pateticamente, se acumularam os passes errados de poucos metros de distância. E a bola insistia em chegar rombuda aos pés de Cristiano Ronaldo e Paulo Dybala, os seus dois melhores arrematadores. Na etapa inicial, um justíssimo resultado, 1 X 0 pró “Dea”.
Obviamente não foi agradável o intervalo “bianconero”. O CR7 voltou do suposto repouso visivelmente irritado. Aos 54’, porém, num lance desafortunado de De Roon, o panorama se alterou. Dybala cruzou e a pelota se desviou no braço do nederlandês, penal claro que o árbitro Piero Giacomelli não hesitou em apontar. Cobrança perfeita do CR7, no lado oposto do arqueiro Gollini 1 X 1 e o gol 27 do lusitano, no encalço de Immobile.
Temeroso da reanimação da rival, Gasperini fortaleceu a sua intermediária. Sarri, porém, ao invés de se aproveitar do recuo da Atalanta, trocou Dybala por Higuaín. E daí a “Senhora” ficou mesmo sem quem passasse a pelota ao CR7. Pior, numa distração terrível da sua retaguarda, a Juve permitiu que Malinovskiy acertasse um petardo de 20 metros, sem qualquer chance para Szczesny, a “Dea” nos 2 X 1 aos 80’. Um outro penal claro porém idiota, o toque de mão de Muriel longe da zona de perigo, salvou a “Zebra”, o gol 28 do CR7, final 2 X 2. Alívio. Mas, uma atuação absolutamente medíocre;
Juventus ainda a líder, agora com folga de oito pontos. Na rodada 33, que começará na terça, dia 14, a Atalanta, praticamente com certeza crescerá aos 70 pontos. Em seu Gewiss Stadium, aquele antigo Atleti Azzurri d’Italia, pegará um Brescia basicamente rebaixado, 21 pontos e a penúltima colocação. Caberá à Juventus, ironicamente, o seu grande aliado deste sábado, o Sassuolo, no gramado do inimigo. A Lázio tentará se reabilitar em viagem até Ùdine, na magnífica Dacia Arena da Udinese. Bem difícil, uma pedreira.
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