Apesar dos recordes alheios, a Juve e a Inter prosseguem na liderança
Balotelli, autor do primeiro gol de 2010, fez o primeiro de 2020. A Lazio somou nove triunfos consecutivos. Mas foram o CR7 e Lukaku os astros da rodada.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Cristiano Ronaldo foi o grande destaque, autor de três tentos, nos 4 X 0 que a Juventus pespegou, em Turim, nesta segunda-feira, dia 6 de Janeiro, sobre o Cagliari, ele que só havia anotado dez gols nos 17 combates anteriores da “Senhora” na competição. Entretanto, houve dois fenômenos opostos a caracterizarem a “giornata” 18 do Campeonato Italiano da Série A, 2019/20. E aconteceram, ambos, no primeiro dos seus cotejos, na manhã do dia 5.
No Rigamonti de Brescia, logo aos 18’, o polêmico Mario Balotelli, 29 de idade, na sua oitava agremiação em uma década, abriu o resultado em favor do time da casa, 1 X 0 sobre a Lazio de Roma, e realizou o tento inaugural do ano solar na Bota. Fôra o mesmo Balotelli o autor do tento inaugural do ano solar de 2010, dia 6 de Janeiro, quando atuava pela Internazionale de Milão, no placar de 1 X 0 diante do Chievo, numa visita da “Biscione” à cidade de Verona.
Valeu pela simbologia, por conceder a Balotelli, um astro sem cabeça, sem o indispensável controle emocional, ao menos uma notinha de pé-de-página nas enciclopédias do Calcio. Mais crucial, porém, foi o primado estabelecido pela sua adversária, a Lazio, 2 X 1, numa virada e já nos acréscimos, bela “dopietta” de Ciro Immobile. A “Águia” da capital, hoje dirigida por Simone Inzaghi, acumulou o seu nono sucesso consecutivo e se igualou à equipe alvi-celeste orientada pelo sueco Sven-Goran Eriksson na temporada de 1988/90. Aquela Lazio que acabaria por empatar, 0 X 0, o seu prélio seguinte, e que terminaria o certame como vice do Milan, 69 pontos a 70, quando a Série A apenas ostentava 18 clubes. Agora, são 20 os disputantes do campeonato.
Com as suas duas “reti”, Immobile subiu a 19 na relação dos artilheiros da Bota. É o líder da “stagione”. E corre em busca do comando geral dos “cannonieri”, a posição que ocupou em 2017/18, ao lado de Mauro Icardi, da Inter, agora no PSG, 29 tentos. Com a vitória, aliás, a Lazio ganhou o degrau dos 39 pontos em 51 possíveis. Com os três que acumulou diante do Cagliari, a Juve chegou aos 45. A “Aguia”, porém, ainda tem uma pugna atrasada a compensar, em Roma, contra o Verona, 5 de Fevereiro. E tranquilamente poderá, ou deverá, claro, atingir os 42. O Verona, hoje, tem somente 22.
Por quê tantos jogos significativos numa segunda-feira? Em 6 de Janeiro, mais do que qualquer outro povo do planeta o italiano celebra a Epifania, honra a aparição, no céu de Belém, da estrela que indicou aos três Reis Magos o rumo da manjedoura do recém-nascido Menino Jesus. O Calcio respeita a tradição à sua moda, sempre com uma jornada especial. E, no caso de soçobrarem a Juventus e a Inter, que viajaria até a Terra da Pizza para desafiar um Napoli perigosíssimo, à Lazio bastaria a esperável vitória sobre o Verona para criar uma inusitada igualdade tripla no topo da classificação. Inusitada ao menos desde 2011, quando a “Senhora” deslanchou na direção do seu Octo.
Depressa, porém, os “tifosi” da Lazio se frustraram pelos fartos 4 X 0 da Juve. A “Senhora” efetivamente ignorou os visitantes da linda ilha da Sardenha. O platino Pipita Higuaín completou o placar, coroado pela “tripletta” do CR7, a sua única, até aqui, no Calcio. Ao se encerrar o embate de Turim, ainda dentro do gramado, o lusitano comentou: “Agora, é torcer para que a Inter perca”. Ou, no San Paolo da Terra da Pizza, pairaria uma esperança múltipla. Além dos torcedores do Napoli hospedeiro, os “tifosi” da Juve e da Lazio vibrariam com um infortúnio eventual da “Biscione”. Também esses se frustraram.
Graças à sua “tripletta” o CR7 havia assumido o segundo posto na lista dos “cannonieri”, 13 tentos para os 19 de Ciro Immobile. À sua espreita, no entanto, estava um tal de Romelu Lukaku, gigante belga de origem congolesa, 1m91, na cota dos 12 gols antes da porfia do San Paolo. Fulminantemente, aos 14 e aos 33’ o gigante escancarou os 2 X 0 em prol da sua “Biscione”. A dúvida: conseguiria Gennaro Gattuso, um ex-volante, ex-mister do Milan, desempatar a sua série de cotejos como técnico do “Burro”? Desafortunadamente, não.
Nos dois anteriores, desde que substituiu Carlo Ancelotti em 11 de Dezembro, ele havia cravado um sucesso e um fracasso. E mesmo descontrolado o Napoli reagiu e fez 1 X 2, com o polonês Milik, aos 39’. Permanecia latente, de todo modo, o problemaço que aterrorizava o Carletto, a abominável ruindade da retaguarda do “Burro”. Meret, o arqueiro de plantão, tinha falhado no 1 X 0. Inacreditavelmente, aos 62’, o grego Manolas se equivocou e entregou os 3 X 1 ao esperto Lautaro Martinez. Enfim, ficaram todos os sonhos adiados para a próxima rodada. No sábado, 11, Lazio (39 pontos e um jogo menos) X Napoli (24) e Internazionale (45) X Atalanta (34). E domingo, 12, Roma (35) X Juve (45). Uma jornada que, na teoria, promete beneficiar a “Biscione”.
Gostou? Clique em “Compartilhar”, ou em “Twittar”, ou deixe a sua opinião em “Comentários”. Muito obrigado. E um grande abraço!
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.