Aqueles adversários mais renitentes da modernidade, os inimigos, por exemplo, do VAR, o árbitro de vídeo no Futebol, vão se coçar diante desta inovação. O “Board of Governors” da NBA, a entidade que comanda o Basquete nos Estados Unidos e no Canadá, por unanimidade acaba por introduzir diversas modificações cruciais nas regras do seu Esporte.
Repito, com ênfase: decidiu por unanimidade.
Primeiramente, à imitação do Voleibol e do Tênis, na sua reunião desta terça-feira, dia 9 de Julho de 2019, decidiu que, já a partir da próxima temporada profissional, a se inaugurar em Outubro, cada treinador, uma vez por jogo, terá o direito de desafiar ao menos uma marcação do trio de arbitragem. Com o chamado “Coach’s Challenge”, um treinador poderá solicitar a imediata revisão da indicação de uma falta pessoal, de uma bola que supostamente saia pela lateral ou pela linha de fundo, ou da interferência de algum atleta em lances de defesa junto à tabela e sobre o próprio aro ou redinha.
Parece bem pouco. Estatisticamente, porém, foram essas as situações que criaram mais polêmicas e que, também, alteraram os resultados e, por extensão, os vencedores de pelejas cruciais nas “seasons” anteriores. Para propor um desafio, bastará que o time solicite um tempo e que o seu treinador faça um sinal circular com o dedo na direção do integrante mais próximo do trio de arbitragem. Caso, num engano, o time já tenha esgotado os seus pedidos normais de tempo, será punido com uma falta técnica.
Habitualmente, numa das instalações da sede da NBA, cada jogo dos seus campeonatos é acompanhado à distância por um comitê especializado que se aloja numa sofisticadíssima cabine de TV, bem melhor que as do VAR implantado pela FIFA e ainda mal utilizado aqui no Brasil. Normalmente consultivo, esse grupo, batizado de “NBA Replay Center”, também passará a exercer as suas funções por conta própria, independente de desafio.
De agora em diante, nos primeiros 46 minutos dos 48 de cada prélio, ou nos 3 iniciais dos 5 de cada prorrogação, automaticamente deverá informar o trio de arbitragem se um arremesso em dúvida foi de 2 ou de 3 pontos, ou se a infração cometida no instante do arremesso dará direito a 2 ou 3 chutes, ou “free throws”, da marca do lance livre. Ainda, instantaneamente, deverá notificar a arbitragem de quadra se um arremesso ocorreu, legalmente, dentro do limite permitido de tempo para a posse de bola antes do chute.
Todas essas atividades serão coordenadas por um novo integrante da mesa de cronometragem e de anotação de súmulas, o “courtside administrator,” lá localizado e com a disponibilidade de tornar mais velozes e expeditas todas as comunicações entre a quadra e o NBA Replay Center. Um detalhe importante: é obvio que, discretamente, sem qualquer anúncio prévio, tais novidades já passaram pelo escrutínio dos especialistas da entidade, graças a exaustivas experiências nas várias categorias de base do Basquete dos EUA. Sem alarde, o que permite pressupor que não produzirão celeumas bobocas.
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