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A Inter e a Juventus se defrontarão na final da Copa Itália 2021/2022

Depois que a 'Biscione' da Lombardia eliminou o Milan numa das semifinais, nesta quarta-feira, dia 20 de abril, mesmo com uma atuação medíocre a 'Velha Senhora' suplantou a Fiorentina, 2 a 0

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti


Na decisão da Copa Itália, a Inter e a Juventus
Na decisão da Copa Itália, a Inter e a Juventus

No comando da Juventus desde Edoardo Agnelli, o seu presidente entre 1924 e 1935, a família bilionária que se eternizou também como dona da Fiat e de suas infinitas subsidiárias, evidentemente, tem as suas idiossincrasias. Dois dos sete filhos de Edoardo foram seus sucessores no trono da agremiação: Gianni, apelidado de ”L’Avoccato” (1947-1954), e Umberto, ou “Il Senatore” (1955-1962). Dos seus descendentes, John Elkann (nascido em 1976), neto de Gianni, assumiu a Exor, a holding do Grupo Fiat. E Andrea, bambino de Umberto (de 1975), já faz 12 anos que se tornou o presidente da Juve.

Edoardo Agnelli
Edoardo Agnelli

Por se tratar de primos, e integrantes de um clã que preza a discrição quase integral nos seus relacionamentos, nada se comenta, de público, sobre as críticas severas que John costuma desferir contra Andrea nas reuniões de família e nas assembleias da Exor. É fato, porém, que, de dois anos para cá, John não aplaude a postura, digamos, desleixada com que Andrea administra a “Vecchia Signora”. Lógico que aceitou a interrupção dos títulos da Juve depois do nono “Scudetto” consecutivo. No entanto, colocou um personagem de sua total confiança, Maurizio “Ferrari” Arrivabene, na posição de executivo principal.

John Elkann e Andrea Agnelli
John Elkann e Andrea Agnelli

Ocorre que Lapo Elkann, mano caçula de John, responde por uma das tais idiossincrasias. Irreverente, mulherengo, um contador de histórias absurdas, numa ocasião entrou em coma por overdose de drogas, em outra por causa de um estúpido acidente de carro em Israel. Sem o dinheiro indispensável para bancar as despesas de uma festa-orgia em Manhattan, até simulou o seu próprio sequestro. Num resumo, um personagem de confiança zero. Neste último domingo, dia 17 de abril, depois da horrorosa atuação da Juve contra o Bologna, o empate de 1 a 1 arrancado nos acréscimos, ele ironizou: “Não estamos nada Allegri!”, piadinha idiota com o sobrenome do treinador da equipe, o Max. Que fingiu desprezar tal cretinice: “O Lapo é um dos ‘primi tifosi’. Tem o seu direito se manifestar”.

Lapo Elkann com a sua Alfa-Romeo 4C, a "Furiosa", personalizada
Lapo Elkann com a sua Alfa-Romeo 4C, a "Furiosa", personalizada

Convenhamos, de todo modo, que não é nada agradável uma brincadeira provocativa e tola às vésperas de, talvez, o jogo mais crucial da “Senhora”, até aqui, na temporada. Nesta quarta-feira, 20 de abril, a Juve batalharia para se livrar do peso de um fracasso absoluto em 2021/2022. Maior campeã de toda a história desta competição, depois de alinhavar o enea a equipe alvinegra não arrebatou um torneiozinho sequer. Praticamente descartada da batalha pelo “Scudetto” de agora, no máximo sonha com vaga na próxima Champions League. E com o consolo morno da Copa Itália. Eis a síntese do seu cotejo desta quarta:

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Um placar que não refletiu o transcorrer da partida
Um placar que não refletiu o transcorrer da partida

JUVENTUS 2 x 0 FIORENTINA

Turim, Allianz Stadium

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Árbitro: Daniele Doveri

Gols: Bernardeschi, Danilo

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Na ida: Juventus 1 a 0

No agregado: Juventus 3 a 0

Na Copa Itália, no caso de igualdade nos pontos e no saldo de tentos, ainda prevalece o antigo critério dos gols em dobro anotados como visitante. Quer dizer que na sua semifinal bastaria à Juve um empate para se desvencilhar da Fiorentina e desembarcar na decisão contra a Inter. E a história favorecia a “Senhora”. Na Copa, não amargava a eliminação pela “Viola” desde a temporada de 1960/1961 – uma eternidade, convenhamos. A visitante de Vincenzo Italiano, porém, também fantasiava a possibilidade de um laurel na “stagione”. E desde o apito inicial de Doveri fez o que pôde para espicaçar a hospedeira, novamente cheia de desfalques, especialmente no seu setor essencial de armação.

O momento do sem-pulo de Bernardeschi, 1 a 0
O momento do sem-pulo de Bernardeschi, 1 a 0

Outra vez Allegri se obrigou a escalar Danilo como o seu volante. Bom na marcação, sem dúvida, mas bem carente de qualidade no passe. A Fiorentina mandou nos espaços das intermediárias, compeliu a Juve a se limitar aos raros contra-ataques puxados por Morata ou por Vlahovic, um ex. Tenso, com certeza, por enfrentar os antigos colegas, o sérvio DV7 desperdiçou duas preciosas investidas cara a cara com Dragowski. Aos 32’, no entanto, a “Senhora” avançou em grupo, cercou a área da “Viola” e, depois de uma confusão e de uma saída estabanada do arqueiro, um outro ex, Bernardeschi, aparou uma bola rebatida e atirou de sem-pulo, a Juve 1 a 0, “rete” que tornou impossível uma prorrogação.

A vibração de Bernardeschi depois do seu golaço
A vibração de Bernardeschi depois do seu golaço

Aguerrida, altaneira, a Fiorentina não desistiu de procurar um resultado positivo. Na etapa derradeira, acuou a Juve, que continuou a sofrer com a sua péssima transição entre a retaguarda e a frente. Além do arqueiro Perin, preciso a cada intervenção, os centrais De Ligt e Bonucci gastaram músculos no corte dos insistentes alçamentos sobre a sua área. Aos 66’, o irritado Allegri tentou um reajuste no seu setor de construção e colocou Dybala no lugar de Morata. Ou: cobriu a barriga mas descobriu a cabeça. E devolveu à ação um jogador já praticamente nos seus momentos de despedida da agremiação, pois a Juve não deverá lhe renovar o contrato que termina em junho. Uma aposta de enorme risco.

Uma das raras investidas de Vlahovic em toda a peleja
Uma das raras investidas de Vlahovic em toda a peleja

Não funcionou tal especulação. Sorte da Juve que a rival não dispunha de um artilheiro como fora, exatamente, o DV7 – na verdade, DV9 nos seus idos de Fiorentina. E o DV7, numa peleja medíocre, saiu aos 82’, substituído por Kean. Apenas nos acréscimos a alvinegra realizaria uma jogada minimamente engenhosa, descida de Cuadrado e um toque perfeito para o arremate de Danilo. A Juve e a Inter na decisão. Curiosidade: só em duas ocasiões desde a criação da Copa ambas se digladiaram pelo troféu. E a “Senhora” ganhou as duas, por 4 a 1 em 1959 e por 1 a 0 em 1965. A Juve defende o galardão que venceu em 2021, placar de 2 a 1 na Atalanta. A Inter não leva a taça desde os 3 a 1 no Palermo, 2011.

A festa da Inter pela primeira final de Copa Itália desde 2011
A festa da Inter pela primeira final de Copa Itália desde 2011

Na terça, dia 19 de abril

INTER 3 x 0 MILAN

Milão, Stadio Giuseppe Meazza

Árbitro: Maurizio Mariani

Gols: Lautaro Martínez/2, Gosens

Na ida: 0 a 0

No agregado: Inter 3 a 0

Agora em seu Jubileu de Diamante, ou na sua edição 75, a Copa Itália, na realidade, já tem um século de vida. Fez a sua estreia como competição oficial em 1922, vitória do Vado, um clube que, hoje amador, se esconde na Série D, quarta divisão. Então, ostentou apenas 38 representantes das sete regiões no norte da Bota. Com o tempo, passou a abrigar times das repartições inferiores e de todas as vinte regiões. E, nesses cem anos, diversas vezes se interrompeu até se firmar, fixa e constante, em 1957/1958, com um triunfo da Lazio.

A taça da Copa Itália
A taça da Copa Itália

Desta vez, por causa da Covid-19, ostentou apenas 44 times, os 20 da Série A, os 20 da B e os quatro primeiros da C. Hoje patrocinada pela Frecciarossa, a empresa de trens de alta velocidade que cruza a Bota, começou em 7 de agosto de 2021 e, até esta data, teve 44 partidas e 148 tentos, a média excelente de 3,36. A decisão em Roma, 11 de maio. A Juve, detentora do troféu, já acumula 14 títulos. A Inter, sete. A Fiorentina, seis. E o Milan, cinco.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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