A "Champions League" de 2021/22 optou por privilegiar a meritocracia
No Futebol da UEFA, revolucionado com o radical enxugamento da "Europa League" e com a criação da "Conference League", a disputa mais importante vai valorizar os oito vencedores da fase de grupos
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Dia 29 de Maio, um sábado de festa na Inglaterra, terra-mãe do Futebol. Num duelo de britânicos, o Chelsea de Londres bate o Manchester City, 1 X 0, e levanta a taça da edição de número 66 da “Champions League”, a mais importante competição interclubes do planeta. E também foi um sábado de despedidas. Idealizada pela UEFA em 1955 como Copa dos Campeões, daí ampliada e transformada em “Champions League” em 1992, naquela data testemunhou o desfecho de toda uma época simplória do Ludopédio na Europa.

A partir desta já começada temporada de 2021/2022, a UEFA, além de babazear a “Conference League”, ainda promove uma revolução na “Champions” e na “Europa League”, sua segunda competição na ordem de tradição e relevância. Para viabilizar a “Conference”, no início com 181 times e no seu desenrolar outros 43, provenientes de uma repescagem, 18 da “Champions”, 25 da “Europa”, a UEFA se obrigou a enxugar a segunda, que detinha 203 e agora se reduzirá a só 21 originais e 37 aproveitados das eliminatórias da primeira.

Também a “Champions”, especificamente, ostentará as suas alterações pontuais. Não necessariamente no volume dos seus contendores, que passará de 79 clubes para 80,
representantes de 54 das 55 afiliadas da UEFA. A única exceção é Liechtenstein, cujos sete times participam dos torneios da Suíça. Detalhe: Ilhas Far Oer e Gibraltar, que dependem da Dinamarca e da Inglaterra, dispõem de federações e por isso têm inscritos entre os 80.

No caso, uma mudança radical afetará os seus processos de qualificação, com uma super-valorização dos líderes da fase de grupos. Dos 80 participantes, 26 permanecerão privilegiados enquanto os outros 54 se digladiam em sete etapas prévias, distribuídos de acordo com o seu ranking. Apenas seis se agregarão aos 26 para a conformação dos oito grupos de quatro. Como de praxe, os campeões e os vices prosseguirão aos mata-matas. Os oito terceiros, no entanto, não mais se integrarão, diretamente, aos grupos da “Europa League”. Necessitarão brigar por suas vagas em outras eliminatórias na divisão de baixo.

Fundamental informação: não mais existe o critério do tento qualificado, aquele a que a UEFA recorria, desde 1965, nos casos de igualdade em pontos e em saldo de tentos. Tal critério foi abolido em reunião do recente dia 24 de Junho. De modo a solucionar esse tipo de situação, acontecerá a clássica prorrogação de 30’, ou 15 X 15, e então, numa eventual manutenção da igualdade, a loteria dos penais. A decisão está programada para dia 28 de Maio no lindo Krestovsky Stadium de São Petersburgo, construído para a Rússia/2018.

E existe mais uma peculiaridade capaz de tornar diferente do costumeiro a “Champions” de 2021/2022. Em relação aos campeonatos de 2019/2020, nove dentre os primeiros quinze países do seu ranking exibiram outros campeões em 2020/2021. Não ocorria, na Europa, uma renovação impressionantemente tão alentada desde 2011/2012. Eis a relação dos vencedores de cada torneio e os demais classificados da sua respectiva federação:

1-ESPANHA (102,283 pontos e cinco clubes) = Atlético de Madrid, que não vencia desde 2014, desbancou o Real Madrid. Também na CL o Real Madrid, o Barcelona, o Sevilla e o Villarreal, este como campeão da “LE”.
2-INGLATERRA (90,462 pontos e quatro clubes) = O Manchester City, que não vencia desde 2018, desbancou o Liverpool. Também estarão na CL, por ordem de posição, o Chelsea, o Manchester United e o Liverpool.
3-ALEMANHA (74,784 pontos e quatro clubes) = O Bayern ganhou o seu 29º título, o 11º em sequência. Também na CL o RB Leipzig, o Borussia Dortmund e o Wolsfburg.
4-ITÁLIA (70,653 pontos e quatro clubes) = A Internazionale, que não vencia desde 2009, desbancou a eneacampeã Juventus. Também na CL o Milan, a Atalanta e a Juventus.
5-FRANÇA (59,248 pontos e três clubes) = O Lille, que não vencia desde 2011, desbancou o tricampeão PSG. Também na CL o PSG e o Monaco.

6-PORTUGAL (49,449 pontos e três clubes) = O Sporting de Lisboa, que não vencia desde 2000, desbancou o Porto. Também na CL o Porto e o Benfica.
7-RÚSSIA (45,549 pontos e dois clubes) = Zenit bi. Também na CL o Spartak Moscow.
8-BÉLGICA (37,900 pontos e dois clubes) = Brugge bi. Também na CL o Genk.
9-UCRÂNIA (36,100 pontos e dois clubes) = O Dinamo de Kiev, que não vencia desde 2016, desbancou o tetra Shakhtar Donetsk. Também na CL o Shakhtar Donetsk.
10-NEERLÂNDIA (35,750 pontos e dois clubes) = O Ajax, que não vencia desde 2019, repetiu a façanha. Em 2020/21, por causa da Covid-19, o certame não teve um campeão. Também na CL o PSV Eindhoven.
11-TURQUIA 13 (33,600 pontos e dois clubes) = O Besiktas, que não vencia desde 2017, desbancou o Basaksehir, que ficou fora da próxima CL. Em seu lugar, o Galatasaray.
12-ÁUSTRIA (32,925 pontos e dois clubes) = Salzburg hepta. Também na CL o Rapid Wien.

13-DINAMARCA (29,250 pontos e dois clubes) = O Brondby, que não vencia desde 2005, desbancou o Midtjylland. Que, vice, de todo modo, conseguiu manter a sua vaga.
14-ESCÓCIA (27,875 pontos e dois clubes) = O Rangers Glasgow, que não vencia desde 2011, desbancou o Celtic eneacampeão. Também na CL o Celtic.
15-REP. TCHECA (27,300 pontos e dois clubes) = Slavia Praha tri. Mais o Sparta Praha.
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