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Dome combate erro não admitido em público e Fla vence o Furacão

Equipe atua com Arão mais atrás, cobrindo miolo da zaga, e Gerson e Maia pressionando saída de bola. Zaga segue com fortes emoções - negativas, claro

R7 Só Esportes|Eduardo Marini, do R7

Pedro (à dir.) compensou uma vez mais atuações ruins de B. Henrique e da defesa
Pedro (à dir.) compensou uma vez mais atuações ruins de B. Henrique e da defesa

Flamengo três, Athletico-PR dois, pelas oitavas de final da Copa do Brasil 2020. Com esse resultado, o Rubro-Negro, que venceu a primeira partida por um a zero no Paraná, passa para as quartas de final da competição.

É preciso levar em conta que o Furacão não ofereceu nem a metade da organização tática e da aplicação mostradas pelo São Paulo no domingo 1º, quando fez o rubro-negro cair de quatro no Maracanã.

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Mesmo assim, foi possível ver que o técnico Dome, apesar da ironia tensa ironia com que recebeu as críticas no domingo, tratou de colocar o time em campo com um esquema que oferecia maior proteção à defesa do que o visto no desastre do final de semana.

O jovem Matheuzinho, de contrato novo, entrou na vaga de Isla na lateral direita, na certa para poupar o chileno. Mas as mudanças mais concretas foram no miolo da zaga, nesta noite formada por Léo Pereira e Thuler, que não jogavam juntos desde meados de outubro. No meio de campo, com Arão mais fixo atrás, na marcação, recuando pelo centro da zaga para cobertura nas saídas de bola.


Thiago Maia e Gerson, os outros do meio, jogavam mais avançados e se alinhavam aos atacantes Éverton Ribeiro, pela extrema direita, e Bruno Henrique, pela esquerda, para marcar as saídas de bola do Furacão.

Mesmo assim, a zaga rubro-negra deu sustos e gerou fortes emoções (negativas) em seus torcedores nos dois tempos. O próprio Arão, que não jogou mal, para confirmar o costume, deu um presente ao entregar a bola no gol do Athletico-PR para Abner, de mandou o canudo e fez gol um da equipe paranaense.


E, no segundo gol, aos 43 do segundo tempo, nova falha, dessa vez coletiva, de Thuler, Arão e Isla, e um presente para o gol de Bissoli. O Flamengo perde para ele mesmo na maioria dos gols que toma. Com o sistema defensivo funcionando desse jeito, a continuação da temporada, contra equipes mais eficientes, terá tudo para ser um verdadeiro circo dos horrores.

Ao que tudo indica, parece que a nação rubro-negra conviverá com essas fortes emoções (negativas) por muito tempo enquanto Dome comandar o time, Rodrigo Caio não estiver em forma e o catalão insistir nesse rodízio aparentemente aleatório e imponderado na zaga.


O Athletico-PR iniciou o jogo com uma estratégia de esperar uma bola vadia de contra-ataque no início e pressionar o adversário a partir da segunda metade do primeiro tempo.

Só não contava com mais uma noite brilhante de Pedro, que aos 33 minutos do primeiro tempo tinha feito dois, o primeiro um golaço no ângulo e o segundo típico de centroavante, empurrando para o gol após um cruzamento rasteiro de Matheuzinho. Pedro compensou mais uma noite fraca de Bruno Henrique, que há muito tempo não fazia uma sequência tão longa de partidas medíocres.

O Flamengo chega às quartas graças ao respeito maior adotado por Domenèc em relação ao adversário, ao montar um esquema mais cauteloso de proteção à dupla de zaga, e, sobretudo, ao talento do ótimo Pedro, que faz gol de tudo quanto é jeito e com todos os recursos de um legítimo e belo atacante.

No segundo tempo, o Flamengo voltou muito forte, empenhado, sem se conformar com o resultado, buscando o gol como se necessitasse ampliar o resultado. Exatamente o oposto do que se viu contra o São Paulo, quando a equipe passou a sensação de ter desistido do jogo quando Pedro perdeu o segundo pênalti a favor do rubro-negro no jogo.

Dome abusou das atitudes nervosas diante das perguntas dos jornalistas no domingo. Em uma das respostas, chegou a dizer algo como “para quem entende de futebol”, numa estocada que parecia dizer que quem perguntou não entendia do riscado.

Encheu a coletiva de ironias, atropelou o fim das perguntas com o início de suas respostas e não se furtou de dar estocadas. E nada do que foi perguntado foi ofensivo ou fora da realidade do que todos viram na partida e estão vendo há algum tempo.

Nada mesmo, nem uma pergunta, sobretudo em relação à inconstância da defesa rubro-negra e ao fato de os times dele tomarem muitos gols (o último time que treinou, o New York City, levou 76 em 60 partidas de sua gestão e o Flamengo, até agora, somados os dois dessa noite, tomou 38 desde que ele chegou).

Dome não precisou dizer no domingo que, apesar de ter ouvido coisas dolorosas, no fundo concordava com tudo. Estava na cara, nas expressões, nos gestos, na ironia trincada, na tensão, enfim. As respostas falsamente seguras e postura refratária foram a maior prova de que estava certo da procedência do que ouvia dos jornalistas nas avaliações que precediam as perguntas.

Haverá quem diga que Dome não chega a cometer baixaria nem mesmo quando se sente visivelmente pressionado e contrariado, como fizeram e fazem muitos treinadores brasileiros, entre eles figurões do presente e do passado recente.

Mas não basta. Quem comete um erro e se justifica alegando que o outro cometeu dois também está errado. A comparação não o livrou da responsabilidade de reparar o equívoco e de procurar não cometê-lo mais. O argumento de que os técnicos brasileiros A, B, C e D comportam-se como mulas e vacas bravas em coletivas quando perdem são lembranças procedentes - mas, definitivamente, não servem de desculpa para os momentos tensos e indelicados protagonizados pelo catalão. 

Bastaria ter admitido que a defesa está desprotegida (e realmente está, até porque sofreu sufoco contra o próprio Athletico-PR no segundo tempo, depois do bom início de etapa, com Thiago Maia perdido na marcação e Dome sem tomar atitude, parecendo querer segurar resultado, o que animou o Furacão) e comentado com verdade e serenidade o problema, tendo como parâmetro a obviedade escancarada que ele e todos viram, que a coisa estaria resolvida.

Este que vos tecla está entre os empolgados com a presença de Dome e dos técnicos estrangeiros no panorama do futebol brasileiro. Fazem um bom intercâmbio e forjam o aperfeiçoamento de todos – dos brasileiros e deles próprios – numa competição saudável, como ocorre há décadas, em todas as profissões, no Brasil e no mundo cada vez mais sem fronteiras.

O futebol, por aqui, sempre foi um dos últimos setores da sociedade a se desgarrar de xenofobias, preconceitos, protecionismos, impulsos atrasados e exagerados de patriotismo e outros fracassos e mutretas. Precisa sempre ser empurrado, arrastado à força, para que dê passos, ainda que mínimos. O recente episódio envolvendo o Santos e o jogador Robinho não nos deixa mentir. 

As ironias na defensiva e falso ar blasé dos incompreendidos de Domenèc, quando até as moscas percebiam a tensão de quem driblava o óbvio, não o levarão a lugar nenhum e só depositam cascalhos no caminho de quem toma atitudes do tipo.

Como se poderia dizer na sua Catalhunha, Dome, menys, senyor Domenèc, menys.

Menos, senhor Domenèc Torrent. Menos.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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