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Lucas Pereira - Blogs

Confusão na decisão da Libertadores escancara amadorismo da Conmebol

Mudança de sede na partida final está cercada de problemas e desencontros

Lucas Pereira|Do R7 e Lucas Pereira

O que estava quase certo aconteceu.

A saída da decisão da final da Libertadores de Santiago, era inevitável.

O país vive um clima gigante de descontentamento com o regime econômico adotado.

Inclusive uma greve geral estava sendo marcada exatamente para o dia 23 de novembro, data do jogo Flamengo x River.


Lógico que a população queria aproveitar um momento em que o Chile está em evidência e os olhos de toda a América Latina estão voltados para a cidade, para aumentar ainda mais a intensidade dos protestos.

Ficou muito claro que a partida não poderia acontecer no Chile.


Aí entra o despreparo da Conmebol, entidade máxima do futebol sul-americano, para tentar resolver a questão.

Primeiro, ela tentou adiar o evento para o dia 30, para tentar "acalmar" os ânimos dos chilenos.


Obviamente esses ânimos não serão acalmados, até que mudanças profundas aconteçam. 

Ou, pelo menos, até que as autoridades chilenas aceitem dialogar com a população, sem retaliações violentas.

O próprio técnico do River Plate, Marcelo Gallardo, diretamente envolvido com o problema, declarou que a partida fica em segundo plano, diante do sofrimento do povo chileno.

Depois dessa péssima ideia ser descartada, os chefões da Conmebol resolveram tentar mudar o local. Com muita demora, por sinal.

Assunção, no Paraguai, chegou a ser cogitado.

Uma alternativa mais simples e fácil, já que, alguns dias antes, a cidade vai sediar a final da Copa Sul-Americana.

Até Miami, nos Estados Unidos, foi candidata a nova sede.

A cidade surgiu como opção, por ser a sede de empresas que trabalham com o desenvolvimento estratégico, comercial e de marketing da Conmebol.

Enquanto acontecia toda essa indefinição, os torcedores de Flamengo e River tinham que conviver com a angústia de não saber como lidar com os problemas de logística diante de uma mudança de local.

Várias perguntas têm de ser respondidas.

Como fica a questão dos ingressos já comprados? Vale para outro local? Vão devolver o dinheiro em caso de desistência?

O que pode ser feito com relação às passagens aéreas? Existe um plano para facilitar a remarcação das mesmas para outro destino?

Enquanto a dor de cabeça do torcedor só aumentava, com a demora na definição da mudança, a entidade bateu o martelo.

Decidiu que o estádio Monumental de Lima, no Peru, seria a nova sede.

Os dirigentes alegaram que o estádio tem capacidade para 80 mil pessoas, contra 47 mil do estádio de Santiago.

Seria uma vantagem ter uma capacidade maior para dar oportunidade para mais torcedores assistirem à partida.

Aí, começaram os problemas.

Primeiro que as passagens para a capital peruana tiveram um aumento de preço exorbitante.

Foi só Lima ser escolhida, para que os tíquetes mais baratos não saíssem por menos de 17 mil reais.

Sem falar que ninguém mais consegue achar assento disponível em nenhum vôo, nem no dia 23, nem na véspera do evento.

Imagina o desespero de quem se programou para acompanhar essa final e não encontra passagem disponível por um preço, pelo menos, razoável.

A última novidade veio do administrador do estádio Monumental de Lima, Raúl Leguía.

Segundo ele, o estádio pode abrigar no máximo 59 mil torcedores para essa decisão, e não 80 mil como foi divulgado.

E esse número pode cair ainda mais, já que os camarotes têm donos e que eles não podem se responsabilizar em vender essas entradas mais caras.

Por todas essas confusões e desmandos, já deu pra perceber que não será tarefa nada fácil acompanhar, do estádio, esse jogo histórico.

Uma pena que o futebol da América do Sul seja tão carente de dirigentes sérios e competentes.

Até a próxima.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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