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Confronto entre Internacional e Bahia já foi final de Brasileirão

O título ficou com o Tricolor de Aço, da “elegância sutil” de Bobô

História em Campo|Ivan BelmudesOpens in new window

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A violência foi marca da segunda partida da final X/@ecbahia

O Internacional recebe o Bahia em Porto Alegre, neste sábado (8), às 18h30, em jogo válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, com transmissão da RECORD para todo o Brasil.

O confronto é fundamental para as pretensões do Bahia, de conquistar vaga na Copa Libertadores, e do Internacional, de escapar de qualquer risco de rebaixamento. Mas, em fevereiro de 1989, as ambições eram muito maiores para ambos os clubes.


Nossa viagem histórica desta semana vai para o dia 19 de fevereiro de 1989, quando os dois times, no mesmo Beira-Rio, fizeram o jogo histórico que consagrou o Esquadrão de Aço como campeão brasileiro de 1988 (sim, caros leitores, do ano anterior).

O campeonato

Desta vez a fórmula de disputa não foi extremamente criativa, como em anos anteriores, mas digamos que ainda era excêntrica. O campeonato tinha 24 clubes, divididos em dois grupos de 12 que se enfrentaram em dois turnos.


No primeiro, os times de uma chave enfrentaram os da outra. No segundo turno, os times do mesmo grupo se enfrentaram. O campeão e vice de cada turno em cada chave se classificaram para as quartas de final, os quatro últimos da pontuação geral foram rebaixados. Viu? Mesmo os campeonatos mais fáceis de explicar antes dos anos 2000 eram bem difíceis de entender.

O mata-mata

Eu não sei vocês, mas sou completamente apaixonado por mata-mata, por jogos emocionantes e eliminatórios, pelo gol redentor e a capacidade de gerar heróis e vilões desta forma de competição.


Em 1988, as quartas de final foram bem interessantes:

O Vasco da Gama pegou o Fluminense, o Tricolor passou depois de vencer o primeiro jogo, perder o segundo, mas superar o adversário na prorrogação.


O Bahia passou pelo Sport com dois empates no tempo regulamentar e mais 0 a 0 na prorrogação, como o time baiano possuía melhor campanha que o Leão, se classificou por este critério.

O Flamengo foi superado pelo Grêmio (um empate e uma vitória gremista). E, para completar as quartas de final, o Internacional passou pelo Cruzeiro, com um empate e uma vitória.

As semifinais tiveram o confronto tricolor entre o Fluminense e o Bahia e um jogo para lá de especial… um GreNal valendo vaga na final do Campeonato Brasileiro.

O GreNal do século

O clássico gaúcho é considerado uma das maiores rivalidades do mundo X/@SCInternacional

A semifinal entre Grêmio e Internacional foi considerada pela imprensa como o GreNal do século, devido à importância do jogo (semifinal nacional) e a fase espetacular de ambas as equipes.

O primeiro confronto acabou empatado sem gols. Na segunda partida, no Beira-Rio com mais de 78 mil pagantes, um confronto digno da história de ambos os clubes.

O Tricolor Gaúcho saiu na frente, gol de Marcos Vinícius (aos 26), 12 minutos depois Casemiro foi expulso, ou seja, o Colorado jogaria com um a menos e placar desfavorável. Foi aí que Abel Braga, treinador do Inter, teve a ousadia premiada. Trocou o volante Leomir, pelo extremo uruguaio Diego Aguirre.

O GreNal do Século foi tão marcante, que até hoje é lembrado pelos Colorados X/@SCInternacional

A partida mudou e Nilson, marcando duas vezes, aos 16 e 26 do segundo tempo, deu contornos épicos na vitória histórica do Internacional, para delírio da maioria colorada no estádio gaúcho. O Inter venceu o GreNal do Século e se credenciou para a final de 1988.

Confronto tricolor

Se o Inter se classificou para final num jogo histórico, o mesmo podemos dizer do Bahia, na semifinal contra o Fluminense empatou a primeira partida por 0 a 0, mas foi no segundo confronto que o Tricolor de Aço mostrou a sua força.

110 mil fanáticos torcedores do Bahia superlotaram a Fonte Nova para assistir o histórico triunfo do Tricolor de Aço, que no primeiro jogo empatou sem gols contra o Tricolor Carioca.

Jogo das semifinais contra o Bahia teve o recorde histórico da Fonte Nova X/@ecbahia

Mas assim como na outra semifinal, não seria sem sofrimento, Washington (do famoso Casal 20) aos 2 minutos abriu o placar para o Fluminense. Mas a empolgação carioca durou pouco, aos 20 minutos o craque Bobô fez, de cabeça, o gol de empate.

No segundo tempo o Bahia desempatou com Gil, torcedores invadiram o campo e o jogo ficou paralisado por alguns minutos, depois do reinício um massacre baiano, mas sem resultar em gols. Final: Bahia classificado para final 2, Fluminense, eliminado, 1.

Primeira final

A primeira final foi disputada na Fonte Nova, dessa vez mais de 90 mil torcedores do Bahia lotaram o estádio para ver mais um triunfo do Tricolor de Aço, encaminhando assim o título brasileiro daquele ano.

Aos 19 minutos do primeiro tempo, Leomir abriu o placar para o Colorado, que pensava em estragar a festa soteropolitana, o gol veio num dos raros ataques rápidos do Inter, Edu recebeu a bola numa cobrança de falta, correu pela ponta esquerda e cruzou baixinho, para Leomir marcar.

Bobô marcou tanto os brasileiros que virou verso eternizado por Caetano Veloso X/@ecbahia

O jogo ganhava ares de drama, mas o craque Bobô não permitiria isso, com dois gols, um aos 36 do primeiro tempo e outro aos 5 da segunda etapa. No primeiro, Zé Carlos cruzou com perfeição para Bobô fulminar de cabeça o goleiro Taffarel (ele mesmo).

No segundo tento, uma grande confusão na pequena área, pernas para todos os lados, mas coube a Bobô o toque artilheiro, que garantiu o triunfo baiano.

A pressão do Tricolor resultou ainda na expulsão de Nenê, mas o placar ficou em apenas 2 a 1.

Data: 15/02/1989

Local: Fonte Nova - Salvador (BA)

Público: 90.508

Juiz: Romualdo Arppi Filho, auxiliado por Mário Ireijo e Ilton José da Costa.

Cartões: Claudir e Edinho (B).

Expulsão: Nenê (I).

Gols: Leomir 19’/1 (I); Bobô 36’/1 (B); Bobô 5’/2 (B).

BAHIA: Ronaldo; Tarantini, João Marcelo, Claudir e Edinho; Paulo Rodrigues, Zé Carlos e Bobô; Osmar, Charles (Sandro) e Marquinhos. Técnico: Evaristo de Macedo.

INTERNACIONAL: Taffarel; Luís Carlos Winck (Diego Aguirre), Aguirregaray, Nenê e João Luís; Norberto, Leomir e Luís Carlos Martins; Maurício (Hêider), Nílson e Edu Lima. Técnico: Abel Braga.

A grande final

O jogo final poderia muito bem ser um evento de MMA ou boxe generalizado, o Internacional, impulsionado pela torcida que lotou o Beira-Rio tentou fazer pressão no primeiro tempo, além de distribuir pontapés, retribuídos pelo Bahia.

No segundo tempo, o Tricolor de Aço tomou as rédeas do jogo, mas também não marcou, apesar de ter chegado perto com Charles e Bobô, no fim, 0 a 0 e o Bahia voltava a ser campeão nacional, como em 1959, contra o Santos de Pelé.

Data: 19/02/1989

Local: Estádio Beira-Rio

Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschilia (SP).

Público Pagante: 79.598

Cartões amarelos: João Marcelo, Gil Sergipano, Noberto e Edu Lima.

Internacional: Taffarel; Luís Carlos Winck(cap), Norton, Aguirregaray e Casemiro; Noberto, Luís Fernando e Luís Carlos Martins; Maurício (Hêider), Nílson e Edu Lima (Diego Aguirre). Técnico: Abel Braga.

Bahia: Ronaldo; Tarantini, João Marcelo, Claudir (Newmar) e Paulo Robson; Paulo Rodrigues, Ze Carlos e Bobô (cap) (Osmar); Gil Sergipano, Charles e Marquinhos. Técnico: Evaristo de Macedo.

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