Botafogo tem vantagem contra o Palmeiras em mata-matas internacionais
Conheça a história do primeiro confronto eliminatório entre os times por uma competição internacional

Palmeiras e Botafogo se enfrentam no sábado (28)por uma das oitavas-de-final da Mundial de Clubes da Fifa, nos Estados Unidos. A partida marcará o quarto confronto eliminatório entre as equipes por uma competição internacional.
Em 2024, no encontro mais recente, o time da Estrela Solitária passou por cima do Verdão em confronto válido pelas oitavas de final da Libertadores. Após eliminar o Palmeiras, o time terminou campeão continental.
Outro encontro entre as duas tradicionais equipes ocorreu em 2012, quando o Alviverde eliminou o Alvinegro Carioca, pela segunda fase da Copa Sul-Americana, que ainda começava a ganhar força no continente.
Como quem escreve esse blog é historiador e apaixonado por jogos antigos, vamos falar sobre o primeiro confronto histórico entre as duas equipes. Nossa viagem de hoje será para o ano de 1973, quando Palmeiras e Botafogo fizeram o jogo de desempate da fase de grupos da Libertadores da América.

O confronto, assim como atualmente, ganhava caráter de rivalidade máxima, afinal, em 1972, os dois times decidiram o título do Brasileirão, com vitória da Academia comandada pelo Ademir da Guia.
A Libertadores
No ano de 1973, a Copa Libertadores era composta apenas pelo campeão e vice de cada um dos países da América do Sul, menos os venezuelanos. Ou seja, participaram da primeira fase: Palmeiras e Botafogo pelo Brasil, além dos representantes de Argentina, Uruguai, Peru, Bolívia, Chile, Paraguai, Colômbia e Equador.
Na segunda fase da competição, o campeão da Libertadores do ano anterior se juntou às equipes para disputar o título da competição mais importante da América com os campeões de cada chave.
Agora vão algumas regras peculiares: em caso de empate em pontos no mesmo grupo, o classificado seria decidido em jogo extra. Outra, mas não menos importante, era que os times do mesmo país estariam nos mesmos grupos.

No caso dos brasileiros, um verdadeiro grupo da morte: Palmeiras, Botafogo, Peñarol e Nacional (ambos do Uruguai - que vale dizer - eram potências sul-americanas no período).
Ao término da primeira fase, mostrando a força dos times brasileiros, Palmeiras e Botafogo terminaram empatados com 9 pontos cada. Seria necessário um jogo de desempate, o primeiro confronto eliminatório internacional entre dois dos mais tradicionais times brasileiros.
Equilíbrio
Antes do duelo de desempate, os times se enfrentaram duas vezes na fase de grupos. No primeiro jogo, realizado no ainda antigo Parque Antártica, vitória do Verdão, 3 a 2. O segundo jogo terminou com vitória do Botafogo no Maracanã, 2 a 0. O equilíbrio resultou na partida de desempate, o primeiro mata-mata entre os times em jogos internacionais.

O Maracanã recebeu grande público no dia 29 de março de 1973, quase 90 mil torcedores puderam ver o ídolo Luís Pereira marcar um gol contra logo aos 6 minutos do primeiro tempo, dando vantagem ao Botafogo.
No segundo tempo, a emoção tomou conta da partida, aos 16 minutos Ademir da Guia empatou para o Palmeiras e deu contornos dramáticos para o jogo.
Mas Jairzinho, o Furacão, marcou para o time da Estrela Solitária, fazendo o Maracanã explodir em comemoração pela classificação. O Fogão seguia vivo pelo sonho do inédito título continental.
29/03/1973
Taça Libertadores da América - Jogo extra
Botafogo 2 x 1 Palmeiras
Local: Maracanã (Rio de Janeiro-RJ)
Árbitro: Ramón Barreto (URU)
Renda: Cr$ 841.801,50
Público: 88.690 pagantes
Gols: Luís Pereira (contra) 6 do 1° Tempo; Ademir da Guia 16 e Jairzinho 42 do 2° Tempo.
Botafogo: Wendell, Waltencir, Brito, Scala e Marinho Chagas; Nei Conceição e Carlos Roberto; Zequinha (Ferretti), Jairzinho, Roberto Miranda (Fischer) e Dirceu. Técnico: Sebastião Leônidas.
Palmeiras: Leão, João Carlos, Luís Pereira, Alfredo Mostarda e Zeca; Zé Carlos (Dudu) e Ademir da Guia; Edu Bala (Ronaldo), Leivinha, Fedato e Nei. Técnico: Oswaldo Brandão.
Na fase seguinte o time foi eliminado, num grupo com Colo-Colo (CHI) e Cerro Porteño (PAR) dando adeus ao título que terminou com o Independiente da Argentina (que se sagrou tetracampeão).
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