‘Minha história vale a pena ser contada’, diz CEO do Flu sobre visibilidade do futebol feminino

A participação de mulheres no futebol cresceu nos últimos anos, contudo, figuras femininas ainda lutam para conquistar mais destaque e visibilidade entre as principais mídias em um esporte dominado por homens. Foi pensando nessa luta que Roberta Fernandes, diretora jurídica e primeira mulher a ocupar o cargo de CEO em um clube do Brasil, o Fluminense, decidiu contar a história dela.

Roberta é uma das personagens do documentário De Virada - Bastidores e Desafios do Futebol, que estreia, nesta terça-feira (7), na HBO Max. Além dela, o projeto também acompanha a trajetória de duas lideranças femininas no esporte: Tamires, lateral e capitã da equipe multicampeã do Corinthians e da seleção brasileira, e Edina Alves, árbitra brasileira que apitou jogos da Copa do Mundo e da Champions League Feminina.

Há mais de 20 anos no Fluminense, Roberta Fernandes não tinha se dado conta do impacto que a própria história teria na vida de outras mulheres que sonham em ter uma carreira esportiva.

“É muito incrível pensar que a minha história vale a pena ser contada. Foi um momento de virada na minha vida muito grande. Foi ali (durante a gravação do documentário) que entendi que não fazia nenhum sentido eu ter conquistado o espaço que conquistei, em um universo ainda muito masculino, se não pudesse influenciar outras pessoas. Se eu ficasse só ali no meu universo e não fizesse com que outras pessoas olhassem esse universo de uma forma diferente”, disse a diretora jurídica, durante entrevista realizada no evento de lançamento do documentário.

Como surgiu a ideia do documentário?

Fernanda Menegotto, CEO da FMM Content e produtora-executiva do projeto, contou que a inspiração para desenvolver o documentário De Virada - Bastidores e Desafios do Futebol surgiu de uma conversa com os filhos, Luísa, de 9 anos, e Gabriel, de 6 anos, fãs de futebol.

Enquanto eles assistiam a um jogo, Luísa veio perguntar a mãe o porquê de não terem meninas mandando no futebol. Tanto Fernanda quanto a filha foram surpreendidas por Gabriel quando o menino respondeu que tinham, sim, mulheres na liderança do futebol e um exemplo disso era Roberta, mãe de um amigo dele, que comandava o Fluminense.

Intrigada, Fernanda começou a pesquisar quem era Roberta Fernandes, que ela apenas conhecia dos grupos de mensagens da escola do filho, e quis conhecer mais sobre a história dela.

“Nós nos encontramos e eu fiquei completamente encantada por ela. São 20 anos de Fluminense. E ela também contou a história de tantas mulheres que eu não conhecia, dirigentes de clubes, invisíveis para a gente. E ela me disse algo que me surpreendeu: ‘Você não tem ideia da quantidade de meninas que me escrevem semanalmente me perguntando o que elas fazem para ser líderes no futebol, o que elas podem fazer para ocupar esse lugar’. E foi aí que encontrei um tema para a gente falar, contar sobre isso para promover uma mudança cultural no esporte”, contou Fernanda Menegotto.

Foi a partir disso que a produtora-executiva entrou em contato com Fernanda Saboya, diretora de Consumer Connections do Grupo Heineken, que teve papel ativo na produção do projeto. Ela reforçou o objetivo do documentário em trazer mais visibilidade para o futebol feminino.

“Mais do que viabilizar, nosso papel é amplificar. Queremos levar esse documentário para além do campo, para que ele reverbere e ajude a mudar conversas na sociedade”, concluiu.

*Sob supervisão de Camila Juliotti

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