‘Clube mantinha modalidade feminina por obrigação’, critica jogadora do Athletico-PR após descaso da diretoria
Ellen Nogueira, meio-campista das Gurias do Furacão, lamentou a decisão do time em descontinuar as atividades em 2025; atletas não foram comunicadas oficialmente até o momento
Gol Delas|Do R7

Com o rebaixamento do time masculino do Athletico Paranaense para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2024, o clube decidiu encerrar as atividades do futebol feminino para a temporada de 2025, sob a justificativa de “corte de gastos”. A atitude da diretoria revoltou torcedores e jogadoras, que sofrem com as consequências do desempenho do Furacão na modalidade masculina.
Em carta aberta divulgada nas redes sociais, Ellen Nogueira, meio-campista das Gurias do Furacão, desabafou sobre o desrespeito do clube com as atletas e criticou os responsáveis.
“A decisão de acabar com o time feminino, motivada por uma irresponsabilidade da equipe masculina principal, representa um total descaso conosco. Estamos pagando o preço por algo que não é nossa responsabilidade [...] Era evidente para nós que, caso o time masculino caísse para a Série B, o time feminino seria tratado como dispensável. Sempre ficou muito claro que o clube mantinha a modalidade feminina apenas por obrigação”, afirmou.
Vale lembrar que em 2019, a CBF precisou estipular uma regra de que os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro são obrigados a ter equipes femininas. Foi somente a partir daí que muitos times criaram a modalidade. Em 2023, Ednaldo Rodrigues, presidente da instituição, chegou a dizer que até 2027 a obrigatoriedade seria estendida para divisões B, C e D do Brasileirão.
“Isso nos causa indignação. É extremamente triste para a modalidade constatar que ainda existem clubes que mantêm o futebol feminino apenas por imposição e não por valorização”, lamentou.
Em outro trecho da carta, Ellen reforçou que, até o momento, ela e as colegas não foram comunicadas oficialmente do fim das atividades e pediu respeito.
“O mínimo que esperávamos era um respaldo formal, que nos permitisse nos posicionar adequadamente sobre essa decisão. Não é aceitável que simplesmente saíamos de férias e descubramos, por redes sociais ‘não oficiais’, o fim da nossa equipe. Essa seria uma forma menos desrespeitosa de tratar um assunto tão grave. Ainda falta muito – muito respeito, consideração e empatia com o futebol feminino. Nós merecemos mais”, encerrou.
A publicação de Ellen repercutiu e várias atletas repostaram e também se manifestaram sobre o descaso da diretoria do Furacão.
Por falar em descaso, o futuro do futebol feminino no Brasil é incerto, já que o calendário de competições do futebol feminino para 2025 ainda não foi divulgado pela CBF.
Leia o desabafo dela na íntegra
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