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Cosme Rímoli - Blogs

Willian virou as costas a R$ 23 milhões que receberia no Corinthians. Diretoria decepcionada. Esperava que agisse como Cássio

O jogador tentou justificar que ainda recebia ameaças de morte. Os dirigentes aceitaram o argumento para que rescindisse. Mas esperavam que agisse como Cássio. E não cedesse às ameaças

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Willian tinha contrato até o final de 2024. Colocou toda a culpa na saída nas ameaças
Willian tinha contrato até o final de 2024. Colocou toda a culpa na saída nas ameaças

São Paulo, Brasil

A diretoria do Corinthians não pôde fazer nada.

A não ser aceitar o pedido de rescisão de Willian.

Pelo medo das ameaças de morte ao jogador e à sua família, quando o time perdia.


Como o blog antecipou, a pessoa mais assustada com a situação era a esposa do jogador, Vanessa Martins. Ela estava muito preocupada em relação às filhas do casal: as gêmeas Manuella e Valentina.

O presidente Duilio Monteiro Alves aceitou a saída, em paz, sem cobrança de multa de lado nenhum. Mas ficou descontente, desiludido.


Porque esperava que Willian tivesse a postura de Cássio, que no entender do dirigente, sofreu tantas ou mais ameaças que o atacante. Mesmo com sua esposa Janara Sackl pensando em ir para o exterior, o goleiro foi firme e confiou na cúpula da Polícia Civil, que prometeu que prenderia quem decidisse insistir com as ameaças.

Willian soube, graças a seu pai, que é muito ligado à direção corintiana, que houve muito ressentimento, principalmente entre os conselheiros do clube. Vários deles acreditando que o atacante rescindiu seu contrato para ganhar mais. No futebol inglês, no Fulham. Ou no Fenerbahçe, da Turquia.


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Ele vira as costas a R$ 23 milhões que teria a receber até dezembro de 2024, no Parque São Jorge.

"Muita gente pode achar que é mi-mi-mi, que estou dando uma desculpa esfarrapada para ir embora... Eu não precisaria fazer isso, porque eu abri mão de muita coisa para poder vir ao Corinthians, não só financeiramente, mas da vida que eu tinha. Aqui no Brasil ia ser uma vida completamente diferente, para mim e para minha família. Mas quando se trata de ameaças, à família principalmente, a gente fica preocupado. Minha família é meu maior patrimônio, então eu tenho que zelar por eles."

"Ficam normalizando a situação, romantizando as agressões, todas essas coisas que acontecem e vem acontecendo no futebol brasileiro, não tem o que dizer para eles, acham que é normal, que tem que ser assim mesmo, mas para mim não é. Essa é uma causa que todos os jogadores precisam brigar. O torcedor não pode ir na sua família depois de uma derrota e xingar, usar palavras que não têm cabimento. Esse é o recado, minha saída do clube foi por esses motivos."

Cássio não cedeu às ameaças. Apesar da pressão da família, da esposa, para jogar no exterior
Cássio não cedeu às ameaças. Apesar da pressão da família, da esposa, para jogar no exterior

O atacante usou a TV Globo para se posicionar.

Seu desempenho foi decepcionante. Fundamentalmente pela expectativa.

Em 45 jogos, marcou apenas um gol.

Ele deixou claro que não tinha paz para jogar.

"Os motivos da minha saída são as ameaças que sofri, principalmente minha família. As ameaças nunca pararam. Sempre que o Corinthians perdia e se às vezes eu não estava bem no jogo, minha família recebia ameaça, xingamentos nas redes sociais. Minha esposa, minhas filhas, depois de um tempo começaram também atacar meu pai, minha irmã."

Ele revelou que fez alguns, não só um, boletins de ocorrência. As ameaças eram mais constantes do que havia dito.

Willian mostrou seu arrependimento por ter voltado ao Brasil.

Ele tinha contrato por mais duas temporadas com o Arsenal, quando retornou ao Corinthians, no ano passado.

O arrependimento não foi pelo dinheiro.

Mas pela violência no esporte no país.

"Um dia pedrada no ônibus, depois um torcedor invade o campo com uma faca, outro dia torcida invade centro de treinamento, outro dia a torcida briga com os jogadores no aeroporto. A família, querendo ou não, fica preocupada com isso também."

"Sem dúvida nenhuma são esses os motivos. Não tem nenhum outro motivo, realmente são esses os motivos da minha saída do clube."

Aos 34 anos, a expectativa dele é acertar contrato com um clube europeu por duas temporadas. E encerrar a carreira. Não há perspectiva de voltar ao Brasil, ao Corinthians.

A diretoria corintiana aceitou encerrar o vínculo, que iria até 2024.

Mas esperava que Willian agisse como Cássio.

E se decepcionou...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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