Weverton e juiz salvam o Palmeiras, na injusta vitória contra o Ceará
O time de Mano tomou um sufoco. Venceu, de forma injusta, por 1 a 0. Weverton fez defesas incríveis, até de pênalti. Está a cinco pontos do Flamengo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Quatro defesas sensacionais de Weverton, entre elas a cobrança de um pênalti. O auxílio do VAR, quea anulou gol legal do Ceará.
Vitória injusta do Palmeiras, ontem na sua arena. A diferença para o Flamengo cai para cinco pontos, antes de o líder do Brasileiro enfrentar o Corinthians hoje no Maracanã.
Faltando oito rodadas para o clube acabar o Campeonato Nacional.
Mas a verdade é que nem os dirigentes acreditam no título.
Mano Menezes já teve reuniões com Alexandre Mattos, que tenta se segurar de qualquer maneira no cargo de executivo de futebol.
O objetivo é buscas reforços importantes, certeiros, para equilibrar o elenco, que embora caríssimo, precisa de articuladores vividos, capazes de organizar o time, dar consistência ao meio de campo, carência de anos do Palmeiras.
Ao menos um artilheiro de movimentação e presença na área.
Essas são contratações obrigatórias, mas também há as que reforçarão o grupo, como um jovem goleiro e apostas na zaga e laterais.
Só que, desta vez, com o treinador podendo opinar antes.
Como o blog havia revelado, o grande erro do Palmeiras era a carta branca dada por Mauricio Galiotte a Alexandre Mattos contratar. O executivo palmeirense ia atrás de jogadores, fechava as negociações e só depois dizia aos técnicos.
O ex-auxiliar de Felipão, Paulo Turra, decidiu confirmar a absurda situação. E tirou das costas de Scolari e das suas as chegadas de Carlos Eduardo e Felipe Pires, jogadores fraquíssimos técnicamente.
Felipão os elogiou de maneira exagerada. Mas Turra deixou claro que o técnico fazia o seu trabalho como funcionário, avaliando contratações que não foram escolhidas por ele, mas por Mattos.
É por essa razão que os elencos palmeirenses são caríssimos mas desequilibrados. Montados por dirigentes e não por treinadores. O que talvez explique o clube jamais ter, na gestão Mattos, sequer decidido a Libertadores, maior desejo desde que o Palmeiras voltou a ser uma potência financeira.
Daí a instabilidade.
Como o sufoco que o Palmeiras sofreu do Ceará, em casa, após golear o São Paulo.
"Foi muito mais duro do que a gente imaginava, e eu diria que pela intensidade do clássico, por tudo o que aconteceu, a preparação de você levar para o clássico uma situação de comportamento forte em poucas horas depois você não consegue repetir, e sofre muito e principalmente no segundo tempo sofremos com o desgaste físico da equipe", se desculpava Mano.
Mas a verdade é que Adilson Baptista o surpreendeu, como à toda torcida cearense, ao montar seu time no 4-5-1, com muita consistência no meio de campo e velocidade nos contragolpes.
Outra vez, Felipe Melo e Bruno Henrique mostraram lentidão na saída de bola. Gustavo Scarpa habilidoso, veloz, mas sem ter a visão de jogo e personalidade para assumir o ritmo que seja melhor para o Palmeiras.
Dudu, ótimo atacante, velocista driblador, mas sem o perfil de meia, que ele acreditta ter. Zé Rafael tem mais potencial, só que segue sendo sacrificado por Mano, recuando quase como um terceiro volante.
O desengonçado Deyverson entra em campo para se chocar com os zagueiros, tentar fazer o pivô, abrir espaço aos companheiros que chegam de frente para o gol. Muito pouco para o artilheiro que o Palmeiras precisa há anos.
A vitória contra os cearenses, por 1 a 0, gol de Zé Rafael, aos 16 minutos, foi injusta e com ajuda do árbitro Felipe Lima, ao anular gol legal de Baxola.
E, lógico, Weverton, que mostrou porque Jailson e Fernando Prasss são dois reservas conformados.
A segurança na defesa da penalidade de Bergson foi impressionante. Por mais que tenham sido companheiros no Athletico Paranaense.
O Palmeiras tem oito jogos pela frente para tentar buscar o Flamengo.
Mano faz o discurso vazio que tentará 'gabaritar a prova', vencer os oito adversários. É sua obrigação como técnico.
Mas ele sabe que sua missão mais importante, e factível, no final deste ano, é outra.
Trabalhar junto com Mattos e Mauricio Galiotte na reformulação do elenco para 2020, para o clube buscar com mais consistência, a Libertadores.
Mano terá a liberdade de opinar, escolher, aprovar ou negar a vinda e venda de atletas. Como deveria acontecer há anos no Palmeiras.
Dirigentes e treinadores formam equipes juntos nos grandes clubes do mundo. Lição básica.
Mas que não ocorria no Palestra Itália.
Como Turra fez questão de revelar...
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