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Volta do 'bom e barato' revolta Palmeiras. Renasce Paulo Nobre

Pela primeira vez em dez anos, ninguém é contratado no início do ano. Jogadores só saem. Dívidas pressionam Galiotte. E resgatam o ex-presidente

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Luxemburgo. Contratado por ter prestígio no passado. E por ser barato
Luxemburgo. Contratado por ter prestígio no passado. E por ser barato

São Paulo, Brasil

R$ 537 milhões.

R$ 400 milhões.

R$ 350 milhões.


As versões das dívidas do Palmeiras em 2019 diferem, dependendo das fontes. Mas a realidade é que o clube vive um momento delicado financeiramente. 

Desse montante, R$ 174 milhões teriam a Crefisa como credora.


Por conta da readequação aos jogadores que a patrocinadora colocou no clube. 

Borja, Bruno Henrique, Luan, Dudu, Guerra, Fabiano, Vitor Hugo, Thiago Santos. Todos, a princípio, foram declarados como doação da empresa ao clube.


Mas como no acordo, a Crefisa ficaria com o lucro em possíveis negociações, eles passaram a constar para a Receita Federal como 'emprestados'.

E o Palmeiras terá de pagar cada centavo que a patrocinadora gastou com os atletas ou descontar do patrocínio.

De qualquer maneira, a 'cessão' dos jogadores se tornou dívida.

Desde então, a Crefisa parou de participar financeiramente das negociações.

No máximo, auxilia com salários.

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Conselheiros estão decepcionados.

E alertam para a profunda mudança na mentalidade do clube.

O clube começa 2020 com um treinador barato.

Vanderlei Luxemburgo custa a metade de Felipão.

Nem 60% do que ganhava Mano Menezes.

E receberá pouco mais de um terço do que foi oferecido ao argentino Jorge Sampaoli.

Executivo de futebol barato.

Anderson Barros mal chega a 50% do que ganhava Alexandre Mattos.

Mauricio Galiotte teve a capacidade de repetir o que o clube não fazia há dez anos, quando estava atolado em dívidas pela construção da nova arena.

Não contratou sequer um jogador para 2020.

Desde 2010, os torcedores palmeirenses tinham motivos para se animar com a chegada de reforços nos primeiros dias de janeiro.

Ao contrário, o clube só despachou jogadores, deixou mais barata sua folha de pagamento.

Saíram o zagueiro Antônio Carlos, emprestado para o Orlando City, o volante Thiago Santos, vendido para o Dallas e Borja também foi emprestado, mas para o Junior Barranquilla.

Artur deve ser anunciado nas próximas horas como reforço oficial do Bragantino.

Gustavo Scarpa tem proposta do Alméria, da Espanha.

E Deyverson está sendo empurrado por empresários para o futebol chinês.

Fernando Prass se sentiu traído com a não renovação de contrato. Acabou o luxo de o clube ter três goleiros de alto nível.

Edu Dracena foi estimulado a aposentar e ocupar um cargo diretivo no clube.

Como um time pequeno, os dirigentes forçaram a subida de seis garotos da base. Gabriel Menino, Patrick de Paula, Gabriel Veron, Esteves e Angulo. Independente da opinião de Luxemburgo. A ordem é para trabalhar com esses meninos.

Além das voltas dos emprestados Pedrão, zagueiro, e de Vinícius Silvestre, goleiro.

Weverton, Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Luan (Felipe Melo) e Diogo Barbosa; Felipe Melo (Ramires), Bruno Henrique e Gustavo Scarpa (Lucas Lima); Dudu, Willian e Luiz Adriano.

Todos jogadores que fracassaram, não conseguiram um título com o clube em 2019. 

Não tiveram a capacidade de disputar sequer a final do fraco Campeonato Paulista. Muito menos da Libertadores, da Copa do Brasil. E foi apenas terceiro no Brasileiro.

Este é o esboço do time de Luxemburgo.

Embora tenha sido alertado por Galiotte para se conter e respeitar o cargo de treinador do Palmeiras, como não jogando pôquer publicamente, o técnico não conseguiu se conter.

"Quero que seja um time que jogue futebol, que dê es­petáculo, que faça torcedor se sentir feliz pela arte de jogar futebol", falou.

Aos 67 anos, ele está feliz, depois de resgatado de quase dois anos de ostracismo pelo Vasco, cujo 'grande mérito' foi evitar o rebaixamento do clube carioca.

Só por isso ganhou a chance de comandar o Palmeiras pela quinta vez. Ele não vence um título importante desde 2004, o Brasileiro com o Santos, há 16 anos.

Galiotte queria se livrar de outros atletas, como Lucas Lima. Mas contratos longos de quatro, cinco anos, amarram o clube.

Palmeiras está amarrado a Lucas Lima por contrato de cinco anos
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O cenário é de completo pessimismo no Palestra Itália.

Mauricio Galiotte não ganhou as centenas de abraços, de mensagens otimistas de companheiros de diretoria, de conselheiros, de torcedores.

Mas cobrança, desconfiança.

Assim como a dona da Crefisa, Leila Pereira, candidata à sucessão de Galiotte. Pela primeira vez desde que surgiu no cenário político do clube, em 2015, ela jamais foi tão cobrada pela torcida.

Leila chegou a desabafar nas redes sociais.

Pediu para que os palmeirenses parassem de reclamar.

Só piorou a situação e teve de voltar atrás.

No cenário atual, o clube só mostrou interesse em Michael, revelação do Goiás. Mas não quer colocar dinheiro. Oferece jogadores em troca.

Sofre a concorrência forte do Corinthians e do Flamengo.

Aliás, o clube carioca atravessou sem problemas a negociação que o Palmeiras começou com o zagueiro Gustavo Henrique, que atuava no Santos.

Palmeiras, como novo rico, acumulou eliminações, vexames na Libertadores
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Diante deste cenário melancólico, o clube começará sua vida esportiva daqui a 13 dias. Fará sua estreia na Florida Cup, em Orlando. 

Enfrentará o Atletico Nacional, da Colômbia.

Três dias depois, terá o New York FC pela frente.

O time se apresentará para a temporada daqui a quatro dias. E deverá viajar para os Estados Unidos no início da próxima semana.

Desde que a nova arena foi inaugurada, em 2014, este é o ano de pior perspectiva do Palmeiras.

Galiotte diz ser uma questão de honra encaminhar o clube para diminuir suas dívidas. Zerar as dívidas com a Crefisa até as eleições, no final de 2021. 

E as mudanças radicais começaram agora.

Acabou a sensação de novo rico.

Todas as indicações vão pelo mesmo caminho.

O Palmeiras quer fazer de 2020 um ano para pagar dívidas.

E lutar com uma equipe competitiva.

Mas muito mais barata do que nos últimos anos.

Com um técnico barato.

Um executivo barato.

Este é o choque de realidade de Galiotte.

Com a nova política do 'bom e barato', Nobre volta a ganhar força no Palmeiras
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Que incomoda os palmeirenses.

E faz renascer a enfraquecida oposição.

Com aliados do ex-presidente Paulo Nobre se animando.

E já tentando fazer com que ele volte atrás.

Pense em concorrer com Leila no final de 2021.

O movimento nas redes sociais está crescendo.

Vale lembrar que ele foi advertido oficialmente por sugerir a parceria com a empresa Black Star, para substituir a Crefisa. Foi punido porque a Black Star não provou ter como bancar R$ 1 bilhão para o clube.

A volta da filosofia do 'bom e barato', que foi a responsável pela rejeição a Mustafá Contursi, voltou em 2020.

Membros da diretoria, conselheiros, torcedores...

Todos se mobilizam.

E já mostram sua revolta com Galiotte.

Não querem um Palmeiras 'barato'...

(A diretoria do Palmeiras se manifestou oficialmente sobre a matéria.

Procurou o blog para dar sua versão, via assessoria de imprensa.

"Eles contestam o termo "bom e barato". O argumento é de que o elenco formado nos últimos anos tem qualidade e foi montado com grandes investimentos para que fosse utilizado pelo Palmeiras por mais que um ano apenas.)

(E conselheiros da atual situação também procuraram o blog. Para relembrar que o último time chamado de 'bom e barato', aliás, considerado por eles mais barato do que bom, foi o de 2014, montado por Paulo Nobre.

(E que quase resultou na queda para a Série B, ainda sem o apoio da Crefisa...)

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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