Vitória do Corinthians. Presidente apela para o STJD e jogo contra o Goiás foi suspenso. 'Sem a FIel, o Timão não joga', ironizou Duilio
O Goiás acionou o Ministério Público para que não houvesse torcedores do Corinthians hoje. O clube paulista acionou o STJD. E o jogo foi suspenso. Vitória corintiana. Torcida única é derrota do futebol
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Sem a Fiel o Corinthians não joga!"
Foi esta a principal frase do presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, depois do STJD suspender a partida contra o Goiás, marcada para hoje, às 19 horas.
A postura do STJD foi em função de, pela rivalidade entre as torcidas, com histórico de agressões, a diretoria do Goiás pediu e o Ministério Público Goiano decidiu que o jogo teria torcida única: a do Goiás. Aos corintianos não seria permitida a entrada no estádio da Serrinha.
A diretoria do Corinthians entendeu como uma postura injusta, manobra jurídica que o Goiás conseguiu para que seu time fosse beneficiado, sem torcedores adversários. E alegou ao STJD que a confirmação da partida, dessa maneira, seria contra o princípio básico do Brasileiro. Já que outras torcidas rivais de outros estados seguiram tendo acesso aos jogos.
Mesmo com histórico de violência.
Como as do Flamengo e do Palmeiras, Atlético Mineiro e Flamengo, Grêmio e Corinthians e outras tantas mais.
A cúpula do STJD viu que estaria aberta uma jurisprudência, que seria péssimo para o futebol brasileiro. Ou seja, clubes poderiam, quando jogassem em casa, pedir na justiça que o time adversário não tivesse torcedores.
A torcida única começou em São Paulo, em abril de 2016, entre os grandes. Por conta da Secretaria de Segurança, assumindo publicamente que não tinha como destacar centenas e homens para separar vândalos.
Leia também
O que foi, na prática, uma derrota do futebol, da cidadania. Por conta dos vândalos, milhares de pessoas normais, ficaram impedidas de assistirem os clássicos, torcerem por seus times.
No Brasileiro há a prática de que, entre 10% e 5% dos ingressos, são reservados para os torcedores do time que joga fora de casa.
O Goiás é o 14º no Brasileiro. Está a dois pontos das equipes que disputarão a Copa Sul-Americana. Mas a oito da zona do rebaixamento. Vencer o Corinthians seria fundamental para dar confiança ao time.
Esta necessidade explica o empenho em ter apenas seus torcedores.
A direção do Corinthians já acompanhava a manobra durante a semana. E já vinha se articulando para pedir ao STJD a suspensão do jogo. Havia até membros da diretoria, mais radicais, não querendo que o time entrasse em campo, caso a torcida única fosse confirmada.
O presidente do STJD, Otávio Noronha, acatou o pedido do Corinthians. E o jogo de hoje foi suspenso.
Para a cúpula da CBF, torcida única entre jogos entre dois times de estados diferentes seria um caos.
Além disso, tudo fica mais grave diante da isonomia.
Ou seja, todos os jogos entre times de estados diferentes deveriam ter sido sem torcida adversária, para que houvesse justiça. O que não aconteceu.
A briga nos bastidores promete ser ferrenha.
Já que a direção do Goiás alega que a decisão foi do Ministério Público.
O Corinthians não quer atuar amanhã ou segunda-feira.
Porque na quarta-feira enfrentará o Flamengo, pela decisão da Copa do Brasil, no Maracanã.
Do lado prático, foi ótimo para o time de Vítor Pereira. Ele colocaria reservas em uma partida que o Corinthians também precisava vencer. Em terceiro, o clube precisa se garantir entre os quatro primeiros, para estar na fase de grupos da Libertadores de 2023.
Pior para o Flamengo, que tem partida marcada para hoje, contra o Atlético Mineiro, no Maracanã. Mesmo com os reservas há o desgaste.
A direção do Corinthians promete.
Vai lutar o quanto for preciso para jogar contra o Goiás com lugar reservado para seus torcedores na Serrinha.
O STJD é que irá decidir.
A tendência é que o time paulista vença essa guerra de bastidores...
Firmino, Neymar ou Kaká? Saiba quem são os maiores artilheiros do Brasil na Champions
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.