Murilo, além de anular Hulk, ainda marcou o gol que decretou a importante vitória em Minas
AFPSão Paulo, Brasil
Uma façanha heroica.
Digna de quem será campeão do Brasil mais uma vez.
Sem Weverton, Gustavo Gómez, Danilo, Zé Rafael, Gabriel Menino e, principalmente, Abel Ferreira, o Palmeiras improvisado guerreou, se entregou e venceu o Atlético, em pleno Mineirão, por 1 a 0, gol de Murilo.
Além de ganhar o duelo com Hulk, ainda marcou e garantiu três pontos fundamentais para o título nacional.
O clube manteve sua incrível invencibilidade no Brasileiro fora de casa, depois de 28 rodadas! Não é por acaso que chegou a 60 pontos, mantendo nove confortáveis pontos de diferença do Fluminense, segundo colocado.
E o Palmeiras ainda teve um gol legal anulado de forma absurda pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique. Breno Lopez marcou, mas o juiz, mal colocado, marcou falta em um escorregão de Mariano.
O time paulista venceu sem contar com um volante de marcação. Atuesta e Luan foram improvisados.
O Atlético Mineiro de Cuca segue sendo a grande decepção no Brasileiro, em sétimo lugar apenas, a 20 pontos de distância do Palmeiras. E com quatro pontos distante da zona de classificação para a Libertadores.
"A gente treina muito isso. A gente tá sempre treinando a bola parada, e hoje fomos felizes. O Scarpa me gritou tanto ali, asistência, assistência... [risos]", comemorava Murilo, que marcou seu oitavo gol na temporada.
Depois de sofrer no início de jogo, Murilo se impôs. Travou o principal atleticano: Hulk
Cesar Greco/Palmeiras"Não estamos fazendo gol. O que explica isso é a bola não entrar. Falar que não tem vontade, que o time não tá jogando bem, que não tem estilo de jogo, não tem o que falar. Se alguém falar isso, não viu o jogo.
"Meus 18 anos de futebol profisisonal não servem para nada.
"Poderíamos ter terminado o primeiro tempo com dois, três gol feitos, não tem o que falar mais, tem que se apegar a Deus e trabalhar", dizia, desgostoso, Hulk.
E o atacante atleticano tem razão. O Palmeiras sofreu muito no primeiro tempo. Completamente desfalcado, o improvisado e desentrosado time demorou muito para conseguir encaixar a marcação na forte equipe de Cuca.
O treinador atleticano sabia que seu rival não tinha volantes no meio-campo. E tratou de liberar seu time para ataques em bloco, partindo da intermediária. O meia Atuesta marcava muito mal. E Luan tinha a tendência para recuar demais. Havia grandes espaços nas diagonais, tanto na direita como, principalmente, na esquerda, onde Keno desequilibrava. Marcos Rocha jogava fechando a área, deixando todo o lado do campo, onde o atacante rende mais.
Dudu se entregou de corpo e alma. Marcou muito nas intermediárias. E ainda acertou bola na trave
Cesar Greco/PalmeirasKeno teve três chances claras de gol, desperdiçou. Em uma delas, acertou a trave de Marcelo Lomba, que teve excelente atuação.
Do outro lado, vindo de contusão, e especialmente motivado, Hulk lutou muito contra Murilo. Nos primeiros 30 minutos, levou a melhor contra o zagueiro. Obrigou Lomba a ótimas defesas. E acertou o travessão palmeirense.
Diante do esquema 4-1-4-1 montado por Abel Ferreira, Cuca apostava em um ofensivo 4-3-3, com Eduardo Sascha como centroavante, exatamente para atrair a zaga palmeirense e sobrar mais espaço às diagonais de Keno e Hulk.
O Palmeiras sofria muito. Os contragolpes foram raríssimos no primeiro tempo. Rony lutava demais como atacante mais avançado. Dudu e Gustavo Scarpa se desdobravam na marcação.
O Atlético jogava pressionado, tinha de dar uma resposta, depois da eliminação da Libertadores, da Copa do Brasil, de ter despencado no Brasileiro. O time atacava tenso, nervoso. Irritado. Assim como sua torcida, que exigia a vitória.
O time se abria buscando o gol e quase sofreu um quando, em um contragolpe bem coordenado, Dudu acertou a trave de Everson, aos 43 minutos.
No segundo tempo, o Atlético voltou ainda mais ofensivo, com o atacante velocista Ademir no lugar do lateral esquerdo Dodô.
A partida recomeçava de maneira bem diferente. Com Murilo já anulando Hulk. E Marcos Rocha marcando mais aberto Keno, o que dificultava a movimentação do atacante.
E, para piorar tudo de vez, para o pressionado Atlético, o Palmeiras marcou 1 a 0.
Misturando treinamento exaustivo com sorte.
A comemoração do Palmeiras. Jogadores sabiam da importância da vitória no Mineirão
Cesar Greco/PalmeirasEm um mero escanteio, Gustavo Scarpa e Marcos Rocha trocaram passes, de forma estudada. O meia teve a chance de bater forte para o gol, mas errou o chute. A bola violenta, rápida, foi parar em Murilo, que a desviou com convicção para as redes de Everson.
O gol, aos cinco minutos, trouxe todo o lado psicológico do jogo para o Palmeiras. Cuca avançou de vez seu time, buscando ao menos o empate. Mas faltava coordenação.
E a resistência palmeirense foi heroica. Os jogadores se desdobravam nas intermediárias. O time paulista teve a chance de marcar mais gols, já que enfrentava o Atlético desmantelado, sem estrutura tática.
O Palmeiras até marcou, com Bruno Lopez, mas o árbitro Marcelo de Lima Henrique, muito distante da jogada, marcou falta inexistente em Mariano.
A torcida atleticana, em protesto por mais uma fraca partida do time, acendeu sinalizadores e parou o jogo por cinco minutos. O que enervou ainda mais os atleticanos.
Ao final, vitória merecida do improvisado Palmeiras.
Três pontos fundamentais na busca do título brasileiro.
Partida para dar ainda mais confiança ao time de Abel.
E mostrar à direção do Atlético.
O milionário elenco precisa ser reformulado.
Com Cuca antecipando sua vida em 2023.
O novo elenco tem de ser pensado agora...
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