Virou rotina. Neymar promete, perde, chora e se cala
Outra vez, o brasileiro decepciona. Ele chegou a escrever nas redes sociais: 'Neynight está on'. Prepotência que foi premiada com a derrota, perda da Copa América no Maracanã. Derrota histórica
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Neymar nunca venceu uma Copa América.
Assim como jamais ganhou uma Copa do Mundo.
Saiu do Maracanã como saiu de Kazan, na Rússia há três anos.
Chorando, decepcionando quem acreditava no seu futebol.
Só que desta vez foi pior. Um torneio muito menor, disputado no Maracanã, no estádio símbolo do futebol brasileiro no mundo. E cuja decisão o colocava frente a frente com seu amigo e seis vezes melhor do planeta, Lionel Messi.
Midiático, ele tratou de usar as redes sociais para avisar.
"Neynight modo on."
A frase foi muito além de empolgar fãs, que se empolgam com tudo o que Neymar faz. Trouxe responsabilidade que Neymar não teve capacidade de colocar em prática. Não conseguiu provar que estava 'ligado'.
Não foi o jogador decisivo que se esperava dele, atuando em casa.
Com toda a permissividade tática que Tite costuma dar, desde os primeiros minutos, tratou de driblar. Deu um chapéu, no meio de campo, em seu ex-companheiro de time, Lo Celso. E tratou de seguir na partida como quis.
'Flutuando' como gosta de repetir o técnico brasileiro.
E intimidando seus companheiros, que o procuravam toda a vez que a bola chegava a seus pés. De maneira exagerada, previsível, submissa. Lucas Paquetá, Everton Cebolinha, Richarlison facilitavam a marcação argentina, obcecados por Neymar.
Orientado por Lionel Scaloni, a ordem era não deixar o brasileiro respirar. Tomou pontapés, empurrões, foi provocado, xingado. E, acima de tudo, muito bem marcado. Neymar é um dos jogadores mais talentosos do mundo, lógico que chegou a proporcionar ótima chance para Richarlison chutar em cima de Martínez. Mas foi pouco demais para o que se esperava dele.
Depois que Di Maria marcou o gol argentino, Neymar ficou nervoso, precipitado, irritadiço. E individualista, prendendo bola até não mais poder. Diante de Tite calado. Esse é um velho erro da Seleção Brasileira, que começou em 2010, quando Neymar passou a ser convocado. Ele faz o que quer e não joga coletivamente.
O tempo foi passando e os argentinos se empenharam e não deram o espaço que tanto Neymar precisa, para dar suas tradicionais arrancadas. E mesmo tendo pela frente um emaranhado de pernas, de cotovelos, ele seguiu forçando. Conseguindo faltas longe do gol ou simplesmente perdendo a bola.
Ele não foi o jogador que ele mesmo esperava.

Se enervando, viu o tempo passar.
E a derrota do Brasil se consolidar.
Assim que o jogo acabou, com a vitória argentina, ele passou a chorar.
Ficou de joelhos no meio de campo, desesperado.
Sabia da enorme cobrança que viria. Ele mesmo se posicionou, atraiu as críticas, já que ele havia prometido estar 'on'.
E nada fez nesta final da Copa América.
Neymar entra para a história por estar no time que, pela primeira vez, não consegue ganhar o torneio atuando em casa, como aconteceu em 1919, 1922, 1949, 1989 e 2019.

Como é tradicional, nas derrotas, Neymar não fala.
Protegido pela assessoria de imprensa da CBF, o atacante não se posicionou diante de mais esse fracasso marcante na sua carreira.
Assim age o maior ídolo do futebol brasileiro.
E maior esperança para o país voltar a ganhar uma Copa do Mundo.
Promete, perde, chora e se cala...
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