Vexame. Cristiano Ronaldo e Messi não quiseram aplaudir Modric
O croata conseguiu destronar o domínio de dez anos do português e do argentino. E levou, com justiça, o prêmio de melhor de 2018
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A indicação que Modric seria o escolhido como o melhor do mundo, em 2018, veio bem cedo.
Quando o jornal espanhol Marca, que transmitiu toda a premiação da Fifa, ao vivo, deu o furo do dia. Cristiano Ronaldo não estaria em Londres.
Ele soube que não ganharia o sexto troféu de melhor do mundo. E não apareceur.
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Egocêntrico como é, o português seguiu pelo triste caminho do ego. E não quis aplaudir o croata que tirou a chance de ter o sexto troféu da Fifa como o melhor jogador do planeta. Messi, que não ficou nem entre os três, também não apareceu.
Ambos deram desculpas esfarrapadas. Cristiano Ronaldo mandou avisar que o calendário do futebol italiano atrapalhou. E Messi, que tinha problemas particulares.
Os dois não quiseram bater palmas para o homem que rompeu com a rotina. Desde 2008, só o português e o argentino dividiam a premiação. Mas Luka Modrić quebrou a monotonia.
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O croata não teve o brilho de Cristiano Ronaldo na conquista da Champions League. Ambos estavam no campeão dos campeões, o Real Madrid. Modric, porém, foi muito além na Copa do Mundo da Rússia. Seu desempenho foi fundamental para que seu país chegasse pela primeira vez à uma decisão.
Em um mundo cada vez mais egoísta, o toque de bola genial, objetivo, tático se impôs ao virtuosismo dos dribles, às perfeitas finalizações, treinadas como se fossem feitas por um jogador de videogame, quase automaticamente.
A Fifa precisava da vitória de um jogador que não fosse Cristiano e nem Messi. Para motivar os demais talentos que circulam pela Europa. Sim, é só quem atua naquele continente que vence essa disputa. América do Sul e Ásia não são levadas em consideração. São consideradas legítimas representantes da Segunda Divisão, quando o assunto é clube.
O melhor do mundo em 2018 tem uma história de vida fascinante. Tinha seis anos quando eclodiu a guerra civil que esfacelou a Iugoslávia. Sua família croata quase foi morta por soldados paramilitares sérvios. O avô foi assassinado na sua frente. Seu pai, sua mãe, ele e a irmã abandonaram a casa que viviam. E fugiram a pé pelas montanhas. Para não serem também mortos.
A família passou a morar em um hotel que servia como abrigo dos refugiados da guerra civil. Modric se esquecia dos bombardeios jogando futebol no estacionamento. Seu talento começou a chamar a atenção dos adultos. A guerra obrigou a família a procurar outro hotel para servir de abrigo. Ele era próximo do estádio do Zadar.
Olheiros do Dínamo de Zagreb souberam de seu talento. E aos 15 anos, já com a Guerra Civil terminada, ele foi para a principal equipe croata. De lá, foi para o Tottenham. E, há seis anos, chegou no Real Madrid, para se impor como excelente jogador.
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Mas sua vida não está marcada apenas por fatos edificantes. Pelo contrário. A justiça da Croácia chegou à conclusão que, na sua ida para o Tottenham, seu empresário e também dirigente do Dínamo de Zagred, Zdravko Mamic, desviou cerca de R$ 60 milhões. Ele foi condenado a seis anos e meio de prisão por peculato. Mas conseguiu fugir para a Bósnia. E por lá segue.
Modric é acusado de haver mentido no julgamento de Mamic. E pode ser condenado entre seis meses e 15 anos de prisão na Croácia. O jogador se recusa a falar sobre o tema.
Mas a preocupação de Modric hoje é outra.
Apreciar o reconhecimento ao seu futebol.
Ele já havia vencido a escolha de melhor jogador da Europa em 2018.
O que indicava o que aconteceria hoje.
Aos 33 anos, tem muito a comemora.
O título de melhor do mundo não é para qualquer um.
Algo inédito para o futebol croata.
E que faz muito bem para a premiação da Fifa.
Acaba com a hegemonia de Cristiano Ronaldo e Messi.
Os dois ausentes hoje em Londres.
Uma pena que seus egos não permitiram.
Ele mereceria os aplausos dos dois.
Mas não há problema algum.
O restante do mundo reverencia Modrid.
Ele é o melhor jogador de 2018 pela Fifa...
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