VAR foi o 'melhor jogador' do time de Tite. 1 a 1 sofrível contra o Equador
Sem Neymar, contundido, a seleção brasileira foi mal em Quito. Acabou sufocada na maior parte do jogo, repleto de erros do árbitro Roldán. No fim, o empate em 1 a 1, injusto com o Equador
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O VAR foi o melhor jogador de Tite contra o Equador, hoje, na altitude de 1.850 metros de Quito.
O resultado poderia ter sido muito pior do que o empate em 1 a 1, em uma partida ruim da seleção brasileira, sem Neymar, que não foi convocado por estar contundido.
A seleção atuou acuada, com medo, apostando apenas em contragolpes, como time pequeno.
Mas acabou salva por quatro repetições de imagens do árbitro de vídeo, que corrigiram erros absurdos de Wilmar Roldán, em péssima atuação. Elas evitaram a expulsão de Alisson duas vezes. Também anularam dois pênaltis inexistentes. Um do próprio goleiro e outro de Raphinha.
Mas quem foi mal demais e prejudicou o Brasil foi o lateral Emerson. O Equador perdia o jogo por 1 a 0, gol de Casemiro, aos cinco minutos, aproveitando rebote de cabeçada de Matheus Cunha. Teve o goleiro Domínguez expulso aos 14 minutos, depois de entrada violenta em Matheus Cunha.
Só que, cinco minutos depois, Emerson deu entrada violenta em Estrada. Como já tinha levado o amarelo a um minuto de jogo, foi expulso aos 19 minutos de partida. Tite teve de tirar Phillipe Coutinho para a entrada de Daniel Alves.
A partir daí, pressão imensa do time equatoriano.
Até que, aos 29 minutos do segundo tempo, em um lance infantil, na cobrança de escanteio, Casemiro chegou atrasado e Félix Torres cabeceou para as redes. Injusto 1 a 1 para o Equador, que sempre procurou a vitória.
As confusões do árbitro colombiano Wilmar Roldán não demoraram a acontecer. Aos 25 minutos, Alisson, lento demais durante o jogo todo, saiu do gol e deu um chute para a frente. Só que sua perna, depois de acertar a bola, tocou o rosto de Enner Valencia. O vermelho foi imediato. Mas, chamado para olhar com calma o lance no VAR, Roldán voltou atrás.
Um erro absurdo de que o VAR não o salvou foi o de acréscimo do jogo. Ele deu apenas nove minutos ao primeiro tempo, quando a partida ficou parada por 16 minutos, pela expulsão de Domínguez e pela revisão do vermelho a Alisson.
Viriam outros.
Logo aos nove minutos do segundo tempo, Estupinán tentou passar por Daniel Alves e Raphinha. O equatoriano simulou a penalidade ao sentir a proximidade do pé direito de Raphinha. Enganou Roldán, que marcou a falta inexistente. Mas o VAR salvou outra vez o juiz, que viu não ter acontecido nada.
Depois que o Equador empatou, seguiu encurralando o amedrontado Brasil. E, aos 46 minutos, Roldán novamente errou. Viu pênalti no lento Alisson, que saiu para socar a bola e a acertou, mas, com um movimento mais demorado que o normal, atingiu na sequência a cabeça de Preciado. O colombiano marcou pênalti.
Deu amarelo ao goleiro brasileiro. Como seria o segundo, o expulsou.
Mas o juiz foi chamado pelo árbitro de vídeo.
E observou no VAR que Alisson tocou primeiro na bola e só depois acertou Preciado. Roldán novamente voltou atrás. Anulou o segundo cartão amarelo de Alisson. E também confirmou não ter acontecido penalidade.
Independentemente do VAR, a atuação da seleção foi sofrível. O time, sem Neymar, apostava muito nas jogadas individuais de Vinícius Júnior e Raphinha, para o aproveitamento de Matheus Cunha. Só que os habilidosos jogadores de lado foram muito mal. Vinícius Júnior, individualista; e Raphinha, um poço de insegurança.
Com a saída de Philippe Coutinho, o meio-campo brasileiro ficou com Casemiro e Fred, que apenas marcavam. Falta o articulador. O "ritmista", como repete Tite.
O Equador, com uma marcação alta, não deixava o Brasil respirar. O que faltou para a virada consagradora foi calma dos seus atacantes na hora de definição. Foi impressionante como a seleção aceitou ser dominada.
O empate não foi merecido.
Mas o time de Tite, já classificado para a Copa, segue invicto. E os equatorianos chegaram a 24 pontos em 15 partidas, terceiros na tabela. Estão muito perto de garantir a ida também ao Mundial.
A partida não deixará saudade para o Brasil.
O VAR, sim...
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