Vampeta, Luxa, Felipão. O futebol do Brasil ainda ironiza o racismo
Vampeta fez questão de minimizar a revolta de Gerson por ter sido chamado, pejorativamente, de 'negro'. E lembra: ele e Amaral, se chamam de 'macacos'
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
"Este final de semana eu estava em Sorocaba em um evento com o Amaral [também ex-jogador], a gente estava no mesmo carro e ele falava: 'Vampeta, está muito chato este negócio na bola de qualquer coisinha [ser racismo]... pô, a gente se chama de negão, chama de macaco...'.
"Eu estava vendo o jogo e o Gerson estava muito esquentadinho com tudo. Joga muito, merece uma oportunidade na seleção, mas eu não vi [o caso] para tanta... de negro, não sei o que... no calor do jogo..."
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O ex-jogador da Seleção Brasileira, Vampeta, fez questão de minimizar a revolta de Gerson, em relação ao suposto racismo de Ramírez, do Bahia.
"Cala a boca, negro", para Vampeta não mereceria tanta repercussão.
"Eu não estou defendendo essas coisas não, pelo amor de Deus. Mas no futebol, por exemplo, eu jogo na Vila Maria. Lá tem de tudo, coreano, boliviano... 'Toca a bola, Bolívia'. 'Ô alemão, toca a bola'. 'Ô, chinês, e aí?'. Então se todo mundo for para a televisão...", ironizou o ex-volante pentacampeão do mundo, em plena TV Gazeta, ontem à noite.
Desde a madrugada, as redes sociais se revoltam contra o ex-jogador
Vampeta é um digno representante dos tempos que ofensas racistas eram aceitas como 'provocações' em um jogo de futebol.

"Acho isso tudo uma grande bobagem. Antigamente, os adversários intimidavam o Pelé dizendo que dariam porrada no Negão e nada acontecia. Era Negão filho disso, Negão filho daquilo. É a linguagem normal do futebol", já disse Vanderlei Luxemburgo, em relação à revolta antiracista no futebol.
"Acho que o racismo no futebol, entre os jogadores, não existe. Eu nunca vi isso aí. A molecada brinca com um negro do time e eles mesmos vão brincando entre eles. “Ah, seu macaco, seu não sei o quê”. Entre eles mesmos eles brincam.
"Só que aí durante um jogo isso acontece e acontece tudo o que eu falei, da manipulação, de um ou outro querendo aparecer mais que o jogador que foi prejudicado e que nem sentiu nada naquele momento, que estava tranquilo", já disse o ex-jogador do Palmeiras e São Paulo, e hoje treinador, Antônio Carlos.
Ele foi punido por ironizar a cor da pele de Jeovânio, do Grêmio, quando atuava pelo Juventude.
E recusado como treinador do Vasco pela torcida. Que não aceitou seu envolvimento no vergonhoso caso Jeovânio. O Vasco foi o primeiro clube do Brasil a aceitar negros no seu elenco.
"Vê aí se eles (jornalistas) vão cair na esparrela do Aranha de novo. Fala com eles, diz para eles" ironizou Felipão, em setembro de 2014, para o então assessor de imprensa do Grêmio, João Paulo Fontoura.
O treinador se referia à nojenta manifestação de alguns torcedores que foram flagrados chamando o goleiro, que atuava no Santos, de 'macaco'.
Felipão se referia à revolta de Aranha, como 'esparrela'.
Vampeta, Luxemburgo, Antônio Carlos, Felipão são representantes dos tempos em que as ofensas raciais eram permitidas dentro do gramado.

Esse tempo acabou.
As pessoas precisam ser respeitadas onde estiverem, independente da cor da pele, raça.
Mesmo se for um campo de futebol.
Vale lembrar que o nome de Vampeta é Marcos.
Ele é chamado de Vampeta por conta de bulling que sofreu quando era garoto.
A palavra junta 'vampiro', por que não tinha os dentes da frente, com 'capeta', por ser muito feio, quando adolescente.
Daí, Vampeta...
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