Vaias, palavrões da própria torcida, encolhido na defesa. Derrota no clássico, em plena Vila Belmiro. Este é o Santos que espera por Neymar
Santos perde de virada para o time misto do Palmeiras, por 2 a 1. Guilherme, que marcou o primeiro gol, homenageou o atacante do Al-Hilal. Além da careta, fez de conta que estava assinando um contrato. Equipe de Caixinha quis segurar a vitória. Perdeu. E foi xingado
Vaias.
Gritos de ‘time sem-vergonha’.
Ouvindo muitos palavrões.
Foi assim que os jogadores do Santos deixaram a Vila Belmiro.
Perderam o primeiro clássico.
Para o time misto do Palmeiras, de virada, por 2 a 1.
Gols de Thalys e Richard Ríos.
Ficou mais que evidente a limitação do elenco.
É esse time que espera, sonha com Neymar.
A ponto de Guilherme ter marcado o primeiro gol do jogo e exagerar na homenagem.
Na verdade, parecia um apelo, um pedido, um clamor.
Para que o atacante do Al-Hilal decida jogar no Santos novamente.
Neymar precisa pensar muito bem no próximo passo que dará na carreira.
O gigante Santos atualmente deve R$ 500 milhões.
Não terá Gabigol, fechado com o Cruzeiro.
Muito menos Danilo, que negocia com o Flamengo, mas já disse ‘não’ ao Santos.
Dois jogadores apontados por setoristas santistas que seriam companheiros de Neymar.
O Palmeiras ontem encurralou o Santos, mesmo na Vila Belmiro, principalmente no segundo tempo.
Ao final do jogo, foram 16 arremates do time de Abel Ferreira contra oito do de Pedro Caixinha.
O treinador português, muito xingado, confirmou que faltam peças, jogadores para o Santos.
“Preciso de peças. Pontas claramente é uma delas. Tem jogadores indo no sacrifício, ficando até o final. Deixamos de ter profundidade, criatividade e capacidade de agredir pelas pontas. No meia temos três jogadores nesse momento. É outra situação. E depois avaliar, por exemplo, o centroavante. Já temos praticamente as posições claras. Pontas, reforço forte no meio de campo e na parte central do ataque.”
Caixinha foi muito pressionado, vaiado, xingado pela torcida, disse que não tem ‘varinha mágica’ e pediu confiança para a torcida santista.
“Peço mais uma vez, eu tenho condições. Todo o estádio pode meter pressão em mim, mas durante o jogo que apoiem os torcedores e que pressionem a mim. O trabalho desse grupo é fantástico. Acreditem que esse clube, infelizmente, tem sido muito maltratado. Não tenho varinha mágica, mas tenho muita vontade de vencer nesse projeto. Não vai ser amanhã, uma semana, mas nunca vou desistir e vou precisar de todos. Conhecem mais o passado da instituição que eu e, se não estivermos todos juntos e não confiarem no trabalho, não vamos alcançar nada. Se alcançarmos, vamos conquistar. Minha energia está totalmente focada nessa reação.”
A situação do Santos está complicada.
O clube, por decisão do presidente Marcelo Teixeira, está estagnado.
Nada de grandes contratações, mesmo o time precisado desesperadamente.
O dirigente já confidenciou que precisa avaliar a situação futura do clube.
Ou seja, se Neymar for contratado, o nível de atletas sonhados será muito mais alto do que o Santos tem agora.
Teixeira espera que a simples confirmação da contratação, incentive investidores para fazer fila para colocarem seu dinheiro no clube.
Se não for, volta a investir em atletas ‘baratos’.
Essa indefinição do retorno tem afetado direção, jogadores, Comissão Técnica, torcida, setoristas do clube.
Pedro Caixinha se esquiva e diz que o assunto não pertence a ele, mas à diretoria.
Mas a situação do gigante clube que voltou da Segunda Divisão é preocupante.
Jorge Jesus já afirmou que Neymar não tem condição física de acompanhar os jogadores do Al-Hilal.
O que pode fazer um atleta com talento excepcional, mas só conseguiu entrar em campo 20 vezes, após o Mundial do Catar, em 2022.
Encontrar o Santos endivididado.
Com elenco limitado.
Incapaz de vencer o time misto palmeirense.
Torcida impaciente, depois do rebaixamento.
Imprensa e santistas esperando que jogue como seu auge, há dez anos.
Tudo isso está sendo analisado com todo o critério pelo pai do meia/atacante.
E também por Pina Zahavi, empresário israelense que tem enorme influência na carreira do jogador.
A situação é muito mais complicada do que Marcelo Teixeira diz.
“A torcida está no direito de nos vaiar”, resumiu, ao final do clássico, o capitão Pituca.
Esse é o Santos que espera pelo ‘Menino Ney’...
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