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Vaias, coro de ‘burro’. O desespero de Carpini, mesmo depois da vitória

São Paulo vence o fraquíssimo Cobresal, lanterna do Campeonato Chileno, no Morumbi, por 2 a 0. Mais de 50 mil torcedores não perdoaram o péssimo futebol e descontaram em Carpini, que seguiu com três zagueiros o jogo todo. Muito tenso, ele tentou se defender

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Thiago Carpini foi muito vaiado, xingado. Levou até uma 'cola' e leu estatísticas do jogo. E lembrou dos jogadores machucados

Tenso, inseguro, sem firmeza.

Thiago Carpini sentiu o golpe.

Desde a eliminação precoce do São Paulo, no Campeonato Paulista, pelo Novorizontino, em pleno Morumbi, a situação só piora.

O técnico de 39 anos está sentindo na pele o que é comandar, pela primeira vez, um clube grande.

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E a pressão após um fracasso.

A queda nas quartas do Estadual o assombra.

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Tudo piorou quando seu time, jogando muito mal, perdeu na estreia da Libertadores, contra o Talleres, na Argentina.

O técnico teve 18 dias para treinar e não mostrou melhora.

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E ontem, contra o adversário mais fraco do seu grupo, o Cobresal, último colocado no Campeonato Chileno, o São Paulo teve péssima atuação.

Venceu por 2 a 0, gols de André Dias e Calleri.

Mais de 50 mil torcedores que foram ao Morumbi comemoraram os gols.

Só que vaiaram e apelaram para o velho coro de ‘burro’ em ‘homenagem’ a Carpini

Munido de papéis, que serviram de cola, ele tentou justificar o péssimo futebol, sem criatividade, triangulações, infiltrações, só posse de bola sem objetividade. A vitória veio à base do desespero, da luta dos jogadores, nos inúmeros cruzamentos, feitos de qualquer jeito, para a área chilena.

Não pela estratégia.

Com o time insistindo em três zagueiros e o restante do time escancarado na frente, abrindo brechas para contragolpes que quase terminaram em gols do Cobresal. Rafael teve de fazer duas grandes defesas.

“São 16 jogos que completei hoje, são 60% de aproveitamento com todas essas dificuldades.

“No balanço geral, vejo uma cobrança exacerbada, mas precisamos respeitar.

“Não sei se é por conta da idade, acredito que não, porque não acho que a competência está atrelada à idade. Não é porque você é mais novo ou mais experiente que você é menos capacitado ou não. Não cheguei aqui de graça e vamos continuar.”

Ele teve de falar em ‘continuar’ porque os comentários sobre possível demissão eram constantes após o jogo.

Carpini apelou para uma ‘cola’ que leu aos jornalistas, com a intenção de convencer que seu trabalho deve continuar.

Em alguns momentos pareceu participante de um dos vários reality shows feitos no Brasil, defendendo sua permanência no jogo.

Eis sua cola:

“Tivemos 71% de posse de bola contra 29% [do Cobresal], 26 finalizações contra seis, oito chances de gol contra zero. Estamos no DM com Luiz Gustavo, Lucas, Rato, Rafinha, Ferreira, Negrucci, Rodriguinho, Patryck, Moreira, Iba, Young e Nestor, que voltou hoje.

“Com 12 atletas do meu grupo no DM, como vamos ter continuidade, jogada combinada, o melhor do São Paulo, com essa dificuldade? É muito difícil. Eu me sinto confortável no desconforto, gosto do desafio, ainda mais quando sinto o respaldo de quem é importante.”

Carpini deu uma bela exagerada, porque o Cobresal esteve muito perto de marcar.

São Paulo Vence Cobresal Luciano Libertadores
Luciano foi um dos que lutaram muito, Individualmente. São Paulo não teve conjunto. Esteve mal demais em campo Nelson Almeida/AFP via Gazeta Esportiva

Ele seguiu na defensiva.

Principalmente no questionamento sobre a utilização de três zagueiros, se o rival de ontem, que nunca venceu uma partida fora do Chile, pela Libertadores, tinha apenas um atacante.

“Eu discordo que três zagueiros seja uma condição de se defender. Respeitamos o Cobresal e conquistamos a vitória. Claro que em alguns momentos pode ter atrapalhado um pouco o nervosismo. Houve alguns erros. E não tivemos tanto tempo para trabalhar nessa formação. Com três zagueiros conseguimos ter amplitude pelos lados. Ferreira jogaria na função do Michel. Ele fez uma função de ala, pois é um atacante, meia, segundo volante. Queríamos ter profundidade, proteger um pouco mais da transição do Cobresal. Jogar no erro. Quantos clubes você vê jogando com três zagueiros que não são defensivos? Tivemos Ferraresi e Diego Costa jogando muito no campo do adversário.”

Se é para ter Ferraresi e Diego Costa ‘no campo adversário’, é melhor ter jogadores ofensivos e não zagueiros.

“Sei o que está sendo feito, sei o trabalho que foi feito nessa semana, de muita conversa com pessoas importantes do nosso grupo, alguns pilares. Tive também uma conversa com o James, ele se dispôs a fazer o máximo que conseguiu, nos ajudou para termos essa vitória. Entendo a chateação do torcedor, mas prefiro valorizar o torcedor que nos apoiou o tempo todo. Quase 50 mil pessoas no Morumbis, isso é maravilhoso.”

Depende o que Carpini entende como ‘maravilhoso’, já que a grande maioria da torcida o xingou.

E quanto às ‘pessoas importantes com quem conversou’, foram os líderes do elenco. Praticamente pedindo apoio.

Na madrugada desta quinta-feira, a direção avisava, em off, que manteria o treinador.

Na prática, a vitória aliviou a pressão e a demissão estava descartada.

Carpini comandará o time na estreia pelo Brasileiro, sábado, no Morumbis, contra o Fortaleza.

Jogo difícil.

E, que tudo indica, pode aumentar, e muito, a pressão sobre o treinador.

Com potencial para fazer vir à tona, de novo, toda sua tensão...




Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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