UFC chantageado. Jon Jones ameaça se aposentar se não lutar com Poatan. Dana White está apavorado. “Nem fo... faço esse combate.’ Poatan aceita. Seria a ‘luta do século’

Foi um massacre.

Assustador o que Jon Jones fez com Stipe Miocic.

O nocaute no terceiro assalto, aos quatro minutos e 29 segundos travou os nervos de quem viu a luta.

Até mesmo o vivido presidente do UFC, Dana White, mais do que acostumado com a troca de socos, pontapés, cotoveladas, esganamentos, imobilizações.

Ele sabe que o mundo estava diante do melhor e mais violento lutador da história do UFC.

Aos 37 anos, mesmo depois de inúmeras confusões com drogas, álcool, batidas de carro, todo tipo de excesso, ainda vale seus 107 quilos em ouro.

Ninguém proporciona mais lucro ao UFC na compra de pay-per-view.

Jones é uma máquina de lutar, um fenômeno.

Depois de dominar os meio-pesados por nove anos, batendo o recorde de vitórias em defesa do cinturão, com 14 triunfos, ele se cansou de controlar o peso.

E foi para os pesados.

Seu físico ficou ainda mais assustador.

Sem perder a agilidade, a velocidade nos movimentos avassaladores, como cotoveladas, chutes, cruzados, uppers, diretos.

O então campeão, o francês Ciry Gane, não suportou um round.

Uma guilhotina acabou com a luta aos dois minutos e quatro segundos.

E Jones ficou com o cinturão dos pesados.

Ele estava há um ano e oito meses sem lutar.

Para desespero de Dana White, Jones se contundiu, depois, milionário, se deu ao luxo de escolher adversário.

E optou por Stiope Miocic, cinco anos mais velho, 42 anos.

Sem lutar há mais de quatro anos.

Dana aceitou pelo norte-americano de origem croata ter sido campeão duas vezes pelos pesados.

Ser muito resistente a castigo e ter enorme apelo popular no mundo todo.

Só que ficou até constrangedor.

Jones o castigou durante todo o combate, Miocic não tinha recursos para evitar a surra.

E nem ritmo de combate.

Foi guerreiro, mostrou seu enorme poder de resistência a socos, pontapés, cotoveladas.

Até que, quando Jones forçou o ritmo, a luta acabou.

Um chute rodado violentíssimo nas costelas esquerdas, tirou seu ar, o levou ao chão.

Depois, Jones se preparou para o festival de socos.

Estava no começo do recital quando o árbitro Herb Dean paralisou a luta, pela integridade da saúde do desafiante.

Miocic percebeu que não tinha mais cabimento seguir lutando, não teria mais objetivo.

O dono do cinturão é muito melhor, inalcançável, pelos seus recursos técnicos limitados.

E decidiu se aposentar após a luta.

Foi a melhor decisão, aos 42 anos.

Mas ninguém iria esperar que aí, sim, começaria a verdadeira luta que paralisa o UFC.

Jones não pediu, exigiu que sua próxima luta seja com Alex Poatan.

O brasileiro, dono do cinturão dos meio-pesados, o vem desafiando há anos.

Sabe que o combate renderia pelo menos 10 milhões de dólares a cada lutador.

Não ganharia menos de R$ 57 milhões para ter Jones pela frente.

Poatan se tornou a segunda maior estrela do UFC atual.

Uma eventual disputa pelo cinturão dos pesados seria absolutamente desigual.

Por conta do descendente dos índios Pataxós estar acostumado a lutar até 92 quilos.

E Jones já está mais do que ambientado nos pesados.

Lembrando que, ontem, ele entrou no octógono com 117 quilos.

25 quilos a mais com que Poatan costuma atuar.

“Você sabe o que a noite de hoje (ontem) me disse?

Nem f*** eu faço a luta (de Jones Jones) com Pereira”, decretou.

“Jones é muito grande, um grande wrestler...

“Você viu como ele derrubou Stipe no 1º round?

“Eu gosto de Alex Pereira, gosto dele pessoalmente, só não faz sentido fazer essa luta”, decretou Dana White.

Mas se existe um especialista em dobrar o presidente do UFC é Jones.

Ele encurralou Dana.

“Acho que se o UFC quiser que eu volte, então essa é a luta que eles vão falar. Sou claro sobre minhas intenções.

“É o que eu quero. Acho que qualquer um entenderia agora. Eu vou me aposentar e vagar o cinturão se preciso for.

“No fim das contas, é ‘dê ao cara o que ele quer’, entende?

“Não estou falando diretamente com Dana, sinto que estou em uma posição que quero fazer superlutas.

“Não quero lutar contra novatos perigosos.

“Quero lutar contra campeões estabelecidos e perigosos.

“Meu legado não depende mais de cinturões, criei algo muito maior.

“Eu quero o Pereira.”

Do seu jeito peculiar, o brasileiro já havia antecipado na sexta-feira passada, seu desejo pelo combate.

Respondeu a Jones.

“Chama, meu irmão.

“Vamos fazer eles esperarem.”

As redes sociais estão mais do que agitadas.

A pressão já começa da cúpula do UFC.

A entidade visa absolutamente dinheiro.

Já fez inúmeras lutas sem a menor coerência técnica, só buscando o lucro.

E o combate que teria tudo para ser o mais rentável da história do UFC seria Jones e Poatan.

Com absolutamente favoritismo para o norte-americano.

Os especialistas garantem que Poatan é o lutador que ele derrotar para se aposentar.

Parar, sem esse combate, realmente seria muito frustrante.

Jones sabe e ameaça com a aposentadoria se não tiver o brasileiro pela frente.

Dana sabe que é um risco, de desmoralizar o campeão absoluto dos meio-pesados, se caso Jones se imponha de forma absoluta, como fez ontem.

Mas também tem plena consciência da personalidade fortíssima de John Jones.

E da sua fortuna.

Ele pode se dar ao luxo realmente de parar de lutar.

Poatan segue insistentemente pedindo o combate.

Quem está nas cordas, desta vez, é Dana White.

Pressionado, ele tem tudo para rever seus conceitos.

E colocar no octógono mais um combate do século.

Jones contra Poatan é a ‘luta dos sonhos’...