Tyson voltou para valer. Quer lutas entre veteranos a cada dois meses
O retorno de Mike Tyson aos ringues não foi à toa. Com socos violentos, dominou Roy Jones Jr. Tyson quer lutar e organizar lutas com lendas do boxe e do UFC
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Foram oito assaltos.
Mike Tyson não perdeu 45 quilos e subiu de novo ao ringue, depois de 15 anos, por acaso.
Aos 54 anos, ele queria usar o Roy Jones Jr, 51, com carreira espetacular, campeão nos médio, super médio, meio pesado e pesado, para impor sua ideia.
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Seguir lutando contra lendas na arte do combate, veteranas como ele mesmo e Roy Jones Jr, em combates de oito rounds.
Por isso, em Los Angeles não houve exibição.
Mike Tyson foi no seu limite e lutou como nenhum outro boxeador de 54 anos ousou fazer. Não teve nada de 'exibição'. Ele tratou de dar uma saraivada de socos, principalmente na linha de cintura de Jones, o encurralou várias vezes entre as cordas, obrigou o agressivo rival, a se comportar como se fosse outro lutador.
Jones usou sua experiência para aplicar clinches, segurar Tyson, fazer o tempo passar. Não tinha, nem de longe, o mesmo preparo físico do rival.
Os socos de Tyson na linha de cintura, principalmente no fígado, minaram sua resistência, sua força. Jones perdeu a luta de maneira incontestável.
Mas tudo foi organizado para preservar a integridade dos dois cinquentões. Inclusive a moral.
Se alguém sangrasse, a luta seria interrompida.
Se alguém sofresse um knock down, tomasse um soco e caísse na lona, só seguiria na luta se quisesse.
Os rounds não foram de três, mas de dois minutos.

E a organização já havia combinado que o resultado seria empate, caso os dois terminassem em pé, depois dos oito minutos.
Não importando que um acabasse se impondo sobre o outro, como fez Tyson.
Não houve contagem oficial da luta.
Os norte-americanos queriam reverenciar seus campeões, suas lendas.
Foi o que aconteceu.
De forma injusta.
Tyson venceu pelo menos seis dos oito rounds.
O supercampeão dos pesados estava inteiro, com todo o fôlego, com preparo para seguir lutando, por pelo menos mais sete rounds.
Já Jones, suando muito, mal podia esconder as dores na linha de cintura, massacrada pelos violentos socos de Tyson.
"Vamos continuar fazendo isso, Jones?", perguntava, animado Tyson.
"Eu não sei, preciso conversar com a minha família, meus amigos", respondia, de maneira vaga, Jones.
O que acontece é que Tyson pretende seguir lutando com veteranos. Quer realizar combates por cerca de dois meses.
Investir na Mike Tyson's Legends Only.
Ou seja, ele quer enfrentar em forma de exibição, lendas veteranas.
Como, por exemplo, Evander Holyfield.
Ou até ídolos do UFC
Como, por exemplo, Aleksander Emelianenko.
Ou Anderson Silva que, por anos, queria enfrentar Jones.
O que aconteceu ontem foi um 'aperitivo' do que pode vir no futuro.

Porque Tyson pode estar por trás da organização dessas exibições pelo mundo.
E não só com suas lutas.
Entre outras 'lendas'.
Sonhando com um torneio entre veteranos.
Algo que não ficou claro é se a luta de ontem seria totalmente beneficente.
A arrecadação garantida foi de 10 milhões de dólares, cerca de R$ 53 milhões. Mais uma porcentagem do pay-per-view. Seis empresas bancaram a publicidade do evento.
A perspectiva, feita pela mídia norte-americana, era de que cada um dos lutadores de ontem chegaria a 35 milhões de dólares, mais de R$ 186 milhões.
O nome Tyson ainda atrai a atenção do mundo.
E ele não entrou em forma exuberante, para um homem de 54 anos, para fazer apenas uma luta.
Garante que seguirá com sua categoria de veteranos.
Mike Tyson's Legends Only.
Saint-Tropez, na França, pode ser o próximo palco de novas lutas.
Jones parece não estar disposto a nova revanche com Tyson.
Mas vários veteranos já se assanham com a possibilidade.
Tyson atingiu plenamente o seu objetivo ontem.
Despertou a nostalgia de décadas passada.
Mas fez uma luta digna, competitiva, violenta.
Foi ousado.
Ganhou manchetes no mundo todo.
Uma nova e inesperada fase de sua carreira pode começar.
Misturando lendas do esporte de combate.
Veteranas, sim.
Mas ainda com muito carisma.
E cercado de dinheiro.
A grande ressalva é que necessita de acompanhamento médico de acordo.
Combates entre cinquentões, sem exame antidoping, precisam ser verificados muito de perto.
A nostalgia não pode cegar ninguém...
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