Trump e Dana: lutas para desviar o foco da crise do coronavírus
Com os Estados Unidos como epicentro da pandemia, com maior número de mortos no mundo, Trump precisava distrair a população. Escolheu o MMA
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Os Estados Unidos se tornaram o epicentro da pandemia do coronavírus.
O número de mortos é o maior no mundo.
23 mil e seiscentas pessoas perderam a vida até ontem.
E os infectados passaram dos 582,5 mil.
Infectologistas acusam diretamente o governo de Donald Trump de erros gravíssimos, que contribuíram para este cenário.
A lentidão em decretar o confinamento, falha em buscas de testes para detectar a doença, a mudança no sistema de saúde pública imposto por Trump, que privilegiou planos particulares.
Equívoco grave na administração da pandemia, com cada estado tomando decisões independentes.
Trump menosprezou o coronavírus.
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As eleições para a presidência dos Estados Unidos estão marcadas para o dia 3 de novembro. Podem ser adiadas por conta da pandemia. Mas se não forem, as chances de reeleição de Trump diminuíram diante da crise pela doença.
A economia está travada.
Hospitais 'normais' e de campanhas estão lotados. Já existem navios que estão adaptados para atenderem infectados.
Trump está tentando romper o isolamento social.
Quer a volta ao trabalho.
Mas tem enfrentado resistência cada vez maior.
Os norte-americanos seguem com medo, acompanhando as mortes e internações provocadas pelo coronavírus.
Trump quer uma reação imediata no 'espírito' norte-americano.
E deseja usar o esporte para motivar as pessoas.
Ou simples escapismo, desviar o foco do notíciario da pandemia.
E decidiu incentivar que o basquete, o futebol americano, o beisebol e as lutas de MMA retornem suas competições.
As cúpula da NBA, NFL e MLB estão reticentes.
Apesar de os clubes e as tevês desejarem o retorno, os atletas estão assustados, temerosos. Ídolos já pegaram a doença.
O maior empolgado com a situação é Dana White.
O presidente do UFC foi aliado de Trump na chegada à Casa Branca. O que acabou sendo excelente para a entidade de lutas.
Ainda durante o caminho do presidente, o UFC pôde derrubar o veto histório que havia em Nova York. E a cidade mais importante do planeta se tornou palco dos confrontos de MMA.
Dana é citado como exemplo de norte-americano vencedor por Trump, ao presidir a entidade que vale 4 bilhões de dólares, cerca de R$ 20 bilhões. O UFC pertence a um grupo chinês, que manteve Dana.
Desde que Trump assumiu, o UFC não teve mais problemas para os seus eventos. Ao contrário até. Vistos, liberação de espaço para treinos, camping, exibições públicas. Tudo ficou facilitado.
O UFC promoveu eventos também nas dependências de hotéis com cassinos, pertencentes ao presidente norte-americano. Principalmente em Atlantic City.
Por isso, ontem Trump deixou claro que conta com lutas do UFC para animar e divertir o público norte-americano.

Dana fracassou em tentar promover o UFC 249, em uma reserva indígena na Califórnia. O evento aconteceria neste sábado, dia 18. A ESPN, parceira na transmissão do evento, ameaçou romper o contrato com o UFC. Diante do que era visto nos EUA como irresponsabilidade.
Mas o discurso de Trump atingiu em cheio o ego de Dana. E ele voltou a prometer um evento do UFC, com três cinturões em jogo, para o dia 9 de maio.
O modelo que ele ameaça seguir é o que será utilizado pela WWE, entidade que comanda o telecatch, lutas 'de mentira', coreografadas.
O governador republicano, que chegou ao governo da Califórnia apoiado por Trump, Ron DeSantis, declarou ontem que as lutas da WWE são atividades 'essenciais' no seu estado. E por isso estão liberadas.
Elas serão ao vivo. Mas fechadas ao público.
Dana White pode seguir o mesmo caminho.
DeSantis já fez o que Trump queria em relação ao telecath.
Pode repetir para o UFC.
Sem se importar que, mesmo sem público, o contato físico dos lutadores é de verdade. A troca de suor e saliva vem acrescentado do sangue. Fora isso há médicos, funcionários, jornalistas.
É brincar com o coronavírus para encorajar a população trancada em casa.
O esporte sendo usado como circo, para iludir as massas.

Como aconteceu em Copas do Mundo nas ditaduras da América do Sul.
Olimpíadas durante o comunismo pleno da União Soviética.
Nos regimes totalitários na Segunda Guerra Mundial.
Talvez Trump e Dana deveria consultar a história.
No início do século XX, a gripe espanhola assolou o mundo.
Paralisar o esporte foi a melhor atitude diante da pandemia.
O conselho vale para hoje.
A Olimpíada de Tóquio não foi adiada à toa.
O futebol está travado no mundo também com razão.
Os Estados Unidos deveriam ser o último país a liberar a volta do esporte.

É o epicentro do coronavírus.
Tem o maior número de mortos.
E infectados.
E seu presidente quer que a população assista lutas.
Como imperadores na Roma antiga.
Com a população passando fome...
Não faltavam duelos de gladiadores.
Para tirar o foco da realidade...
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