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Cosme Rímoli - Blogs

Trauma com Ronaldinho Gaúcho faz com que Grêmio ainda não anuncie Suárez. Contratação por dois anos está apalavrada

Suárez já até acertou salários. Deve receber R$ 1,8 milhão por mês. Ter um contrato de dois anos. Mas o jogador de 35 anos ainda não assinou. Grêmio não quer passar a mesma vergonha que enfrentou com Ronaldinho

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Luiz Suárez recebeu a camisa do Grêmio na Copa América, em 2019. Premonição?
Luiz Suárez recebeu a camisa do Grêmio na Copa América, em 2019. Premonição?

São Paulo, Brasil

Trauma. 

Medo de novo vexame histórico.

Essas são características que perseguem o Grêmio desde o dia 7 de janeiro de 2011.


A direção do clube gaúcho acreditou nas promessas de Assis, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho. 

E preparava uma festa que deveria ser inesquecível para celebrar a volta do seu filho mais pródigo. 


Humberto Gessinger, ex-vocalista dos Engenheiros do Havaí e Renato Borgheti, o Borghettinho, instrumentalista e cantor, foram convocados.

Os estádios do antigo Olímpico seriam abertos, com a previsão de mais de 30 mil gremistas para receber o ex-melhor do mundo.


As famosas caixas de som foram levadas para o gramado. Nelas, Ronaldinho Gaúcho faria seu discurso de retorno. E cantaria, ao lado de Gessinger e Borghettinho, o hino do Grêmio.

Seria a celebração de vitória sobre o Palmeiras e o Flamengo, que ofereciam até mais dinheiro, só que 'o coração' de Ronaldinho o fazia voltar ao clube que 'amava', apostavam os dirigentes gremistas da época.

Vã ilusão.

Foi um dos maiores vexames da história do Grêmio.

Assis repassou a culpa para Ronaldinho, que escolheu o Flamengo.

Revoltada, a direção do clube gaúcho tratou de desmolizar a festa programada. Dispensou os artistas. E funcionários tiveram de recolher as caixas de som gigantes que estavam no gramado. As caixas ficaram famosas porque o seu recolhimento foi flagrado pela imprensa.

Representaram o fracasso gremista.

Foi muito pior do que Drogba 'no Corinthians'. E Anelka 'no Atlético Mineiro'.

Quando os dirigentes atuais começaram a negociar com Luis Suárez, um dos jogadores mais importantes da história do Uruguai, tiveram muito cuidado com que a notícia não vazasse.

Para não correr o risco de novo vexame, com a desistência do artilheiro.

As negociações com o agente do atleta começaram há um mês.

O jogador de 35 anos queria ainda a chance de atuar, de novo, em um gigante europeu, depois de Ajax, Liverpool, Barcelona e Atlético de Madrid. Mas não encontrou interessados. 

Apenas clubes do Oriente.

A proposta concreta foi do Al-Khalee, da Arábia Saudita. 6 milhões de dólares, R$ 32,8 milhões. Por um ano e meio. Salário de R$ 1,8 milhão por mês.

Caixas de som que seriam usadas na apresentação de Ronaldinho. Vexame. Ele foi para o Flamengo
Caixas de som que seriam usadas na apresentação de Ronaldinho. Vexame. Ele foi para o Flamengo

O Grêmio ofereceu o que Suárez acredita ser o mínimo longe da Europa: 4 milhões de dólares, R$ 21,9 milhões, por temporada. E contrato de dois anos.

Ou seja, 8 milhões de dólares, R$ 43,8 milhões. Ou seja, o mesmo rendimento: R$ 1,8 milhão.

Fora bônus e prêmios por títulos e número de jogos.

A articulação da direção é o clube bancar R$ 600 mil.

E R$ 1,2 milhão virem de patrocinadores.

O meio-campista Felipe Carballo, também uruguaio, recentemente contrado pelo Grêmio, tem colaborado, tentado convencer Suárez de atuar em Porto Alegre.

O concorrente natural, o Nacional, não tem condições financeiras de concorrer.

Entre Suárez e Grêmio, tudo apalavrado.

Mas nenhum cantor ainda foi contatado.

Muito menos qualquer caixa de som foi colocada no gramado do estádio do Grêmio.

Nenhuma atitude será tomada pela diretoria.

Enquanto o contrato não for assinado.

Suárez já ganhou alguns dias.

Quatro dias depois da festa, que seria feita pelo Grêmio, Ronaldinho foi apresentado no Flamengo
Quatro dias depois da festa, que seria feita pelo Grêmio, Ronaldinho foi apresentado no Flamengo

Esperando uma proposta surpresa da Europa.

Os dirigentes gremistas não são ingênuos.

Só que não têm o que fazer. 

Querem Suárez como o representante de um 'novo tempo' 

Depois da vergonha sentida pela torcida, depois do terceiro rebaixamento.

Por isso, a direção espera.

Nenhuma palavra oficial sobre o uruguaio.

Mesmo depois de 11 anos, o medo do vexame por conta de Ronaldinho Gaúcho não passou.

O trauma foi grande demais...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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