Tomar Carille do Santos, a proposta. Ala que sustenta presidente do Corinthians quer a saída imediata de Oliveira, para acalmar as organizadas
Derrota para o Palmeiras fez o clube chegar à marca assustadora de nove jogos sem vitórias. Corinthians estagnado na zona do rebaixamento. PM protege Parque São Jorge e CT, com medo de novas invasões de torcedores. Reuniões fundamentais hoje
Nove partidas sem uma única vitória.
Penúltima colocação no Brasileiro.
Campanha vergonhosa.
Seis derrotas, seis empates e uma só vitória.
Time submisso diante do Palmeiras, ontem à noite, no Allianz.
Mesmo com um jogador a mais, durante 30 minutos, o Corinthians não teve coragem e nem a mínima articulação tática para atacar.
O maior rival venceu, tranquilamente, por 2 a 0.
A única providência efetiva de Melo foi pedir para a PM proteger o Parque São Jorge e o Centro de Treinamento de vandalismos.
Viaturas repletas de soldados deixaram longe quem desejasse protestar.
Enquanto António Oliveira tentava passar ar de tranquilidade, repetindo que não entraria no ‘circo’, como batizou os questionamentos sobre sua demissão, Melo já trocava mensagens com aliados.
Eles insistiam na saída imediata do treinador português.
E a busca por Fábio Carille.
Havia a certeza que ele não recusaria largar o Santos, na Segunda Divisão, para voltar ao clube que o consagrou no futebol brasileiro.
Já se sabe que a multa do técnico na Vila Belmiro é ‘baixa’, R$ 2 milhões.
Mesmo valor de António Oliveira no Corinthians.
Há apenas o impasse em relação ao V-Varen Nagasaki, clube japonês que processa o técnico, alegando junto à Fifa, que ele teria de pagar R$ 7,6 milhões em multa.
No entanto, Melo não tem certeza que Carille viraria as costas ao Santos, à promessa que fez a Marcelo Teixeira, jurando que ficaria, pelo menos, até o final da Série B.
O dirigente quer essa certeza para demitir o paciente António Oliveira, que perdeu jogadores fundamentais. Viu o potencial da equipe seguir baixíssimo, apesar das promessas, quase que diárias, de reforços.
Conselheiros que sustentam Augusto Melo na presidência vão pelo caminho fácil.
Carille é um treinador acostumado a conseguir grandes resultados com elencos pequenos, pouco competitivos.
Dos seus 50 anos, passou dez no Corinthians.
Conhece profundamente como tudo acontece por lá.
Ainda mais quando não há dinheiro para grandes contratações.
Sua tendência a montar equipes fechadas, retrancadas seria aceita.
O objetivo de Melo no Brasileiro de 2024 é bem claro.
Evitar a queda para a Segunda Divisão.
Além de Carille, Fernando Diniz e Cuca foram citados.
Mas há grande resistência ao trabalho de Diniz, que exige muito tempo de convivência com os atletas.
Além de ser obrigatório alto nível técnico para atuar tão ofensivamente quanto ele gosta, o que não é o caso do Corinthians.
Cuca ainda enfrenta enorme rejeição.
Mesmo ele tenha conseguido a anulação de sua condenação por estupro de uma menina de 13 anos, na Suíça, quando jogava futebol.
Daí o caminho estar aberto para Melo agir.
Tentar tomar Carille do Santos.
António Oliveira repetiu: não pedirá demissão.
A direção das principais organizadas exigem uma atitude imediata do presidente.
Ou prometem protestar de ‘maneira nunca vista’.
Desde a madrugada de ontem, a cúpula corintiana articula sobre qual rumo tomar.
O clima é de extrema tensão no Corinthians.
Reuniões importantes vão definir ainda hoje o futuro de António Oliveira.
E também de Fábio Carille...
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