Tite viu 'grande futebol'. E desperdiçou jogadores do Brasileiro
Ele teve a coragem de dizer que a Seleção mostrou 'grande futebol' contra a Nigéria. O que não aconteceu. E mal usou os jogadores que tirou do Brasileiro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Tite está entrando na sua pior fase como treinador da Seleção.
Quando qualquer comandante de uma equipe começa a negar a realidade, dizer o que não aconteceu em campo, tudo fica muito pior.
O Brasil foi mal demais em Singapura, melhorou um pouco na segunda etapa. Mas mereceu o vexatório 1 a 1 contra a Nigéria.
Acumular quatro jogos sem vitórias contra adversários insignificantes não é fácil. Só que negar a realidade, é pior. Acabou o tempo que o treinador falava a imprensa reproduzia sem pensar. Para falta de sorte de Tite.
" O resultado foi insuficiente. Em matéria de resultado, a Seleção brasileira sempre quer vencer e busca vencer. Mas, principalmente no segundo tempo, tivemos um grande desempenho. Tivemos posse de bola e criatividade."!
Inacreditável o que ele teve coragem de falar em Singapura.
Usou, como é comum para treinadores pressionados, um aspecto positivo para desviar o foco da péssima atuação do Brasil e, principalmente, de suas equivocadas substituições.
"Eu sei que tenho a pressão do resultado, mas só se consegue fazer jogos preparatórios, não amistosos, se você deixar o campo falar.
"Por exemplo, o Lodi jogou muito. Jogou muito. Então tivemos a possibilidade de ter um jogador mais agressivo pelos lados e ter mais um no hall de jogadores da equipe."
Tite usou o lateral do Athletico Paranaense, que teve boa atuação. Mas apenas no segundo tempo, quando perdeu a timidez.
A péssima fase tática de Tite também afeta o seu bom senso.
Ele provocou enorme polêmica convocando jogadores que disputam o Brasileiro. O torneio mais representativo do país foi prejudicado para esta absurda viagem até Singapura para dois jogos inúteis contra seleções africanas.
Nos jogos houve poucos testes, por medo de Tite ver a Seleção derrotada.
Vale muito a pena detalhar o quanto os jogadores que desfacaram suas equipes por aqui entraram em campo pelo Brasil.
Tite o tirou de duas partidas fundamentais na definição do torneio nacional.
Daniel Alves (São Paulo): 180 minutos (90 + 90)
Éverton Cebolinha (Grêmio): 76 minutos (31 diante do Senegal e 45 contra a Nigéria.)
Matheus Henrique (Grêmio): 22 minutos (22 contra o Senegal. Nem um minuto contra a Nigéria.
Gabigol (Flamengo): 28 minutos (Nem um minuto contra Senega. E 28 minutos contra a Nigéria.)
Weverton (Palmeiras): nem um minuto.
Santos (Athletico Paranaense): nem um minuto.
Marcinho (Botafogo): nem um minuto.
Rodrigo Caio (Flamengo): nem um minuto.
Até quando?