Tite convoca para as Eliminatórias. E recuperar a admiração perdida
TIte sabe. O Brasil está muito acima dos rivais sul-americanos. Ele quer usar os 18 jogos para renovar a seleção. 14 jogadores não estavam na Rússia
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Goleiros: Alisson (Liverpool-ING), Santos (Athletico-PR) e Weverton (Palmeiras)
Laterais: Danilo (Juventus-ITA), Gabriel Menino (Palmeiras), Alex Telles (Porto-POR) e Renan Lodi (Atlético de Madrid-ESP)
Zagueiros: Thiago Silva (Chelsea-ING), Marquinhos (Paris Saint-Germain-FRA), Felipe (Atlético de Madrid-ESP) e Rodrigo Caio (Flamengo)
Meio-campistas: Casemiro (Real Madrid-ESP), Fabinho (Liverpool-ING), Bruno Guimarães (Lyon-FRA), Douglas Luiz (Aston Villa-ING), Philippe Coutinho (Barcelona-ESP) e Everton Ribeiro (Flamengo)
Atacantes: Gabriel Jesus (Manchester City-ING), Rodrygo (Real Madrid-ESP), Neymar (Paris Saint-Germain-FRA), Everton (Benfica-POR), Roberto Firmino (Liverpool-ING) e Richarlison (Everton)
O time que deverá começar as duas partidas: Alisson, Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi; Casemiro, Bruno Guimarães e Coutinho; Neymar, Gabriel Jesus e Firmino.
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Na América do Sul, contra adversários muito abaixo tecnicamente, estruturalmente é muito mais fácil impor seu 4-3-3, que varia para 4-2-3-1.
Tite busca repetir a história e recuperar a confiança, a admiração, o interesse do torcedor para a seleção brasileira, motivo de decepção desde 2002.
Por isso, nada melhor do que bater as equipes do continente.
Embora aposte em peças rodadas como Thiago Silva e Daniel Alves, que vai voltar quando estiver recuperado da fratura no braço direito, o técnico imprime sua renovação no elenco que fracassou na Rússia.
Já são 14 atletas que não estiveram na Copa do Mundo de 2018.
Chama a atenção que ele buscou jogadores com maior potencial físico, capazes de impor um ritmo forte os 90 minutos. Sejam capazes de suportar o confronto com grandes seleções europeias.
O que será impossível avaliar, já que a CBF não consegue amistosos para testar o Brasil diante dos adversários do Velho Continente, que venceram as Copas de 2006, 2010, 2014 e 2018.
Seria mais importante do que festejar vitórias 'no quintal', contra adversários fracos.
Outra vez, Tite repetiu a eterna esperança em Neymar.
"Ele, nesse grande momento é diferenciado, importante ter de volta. Sem os problemas clínicos que o afetaram, dando sequência na plenitude da sua forma física e técnica."
"Estava tentando lembrar a última vez que o tive na plenitude. Quando está assim, ele traz para nós o conjunto da obra. Ele é um líder técnico extraordinário", elogiou o treinador.
A convocação seguiu protocolar, com direito a uma jovem surpresa, que invariavelmente não entra em campo, ou em pouquíssimos minutos, na sua primeira convocação.
Gabriel Menino, volante de 19 anos, que está muito bem no Palmeiras. Mas atuando no meio de campo. Não na lateral-direita, como foi chamado.
"Ele teve sete jogos nessa posição (lateral) no Palmeiras. Ele teve na base a formação como lateral também, falamos com Angelo do sub-15. Pegamos todas as informações de características pessoais e técnicas. Todo o histórico, além do acompanhamento em quatro jogos in loco e oito pela TV."
"É um novo talento surgindo em posição importante que nós temos. Mas, em termos táticos, vou responder o mesmo que falei sobre Daniel Alves, que estava jogando no meio no São Paulo. Ele fazia função de armação no time, mas também esta função na seleção."
"O Menino é inverso. Ele vai ter função ofensiva para ser articulador na seleção", discursou inteligentemente Tite. Para explicar futuras convocações de Daniel Alves.
Emerson, lateral do Barcelona, emprestado ao Betis, é um injustiçado.
Melhor do que Danilo. Lembrando que a posição é do veterano Daniel Alves, que quebrou o braço direito.
Outro gritante erro foi o esquecimento de Marinho. Como fez anos com Dudu, difícil valorizar quem atua no Brasil. Tite prega que chama os melhores no momento.
E Marinho é hoje o atacante mais perigoso do futebol deste país. Merecia uma chance, apesar dos 30 anos. Bruno Henrique e Gabigol foram esquecidos com razão.
Mas Tite sabe.
Com os jogadores chamados há como se impor facilmente nestas Eliminatórias.
Lembrar 2016 e 2017, quando foi levado para o céu, batendo nos 'hermanos' e iludindo a população.
A realidade veio na Copa do Mundo.
Que Tite não se iluda com vitórias contra adversários frágeis.
Ele sabe que os de verdade estão do outro lado do Atlântico.
18 jogos das Eliminatórias Sul-Americanas são um exagero.
E que só têm servido para iludir.
E vender televisões no ano da Copa...
Messi e CR7 não são indicados a melhor da Champions. Neymar sim
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