Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs

Timão. Entre a experiência de Felipão e a juventude de Sylvinho

A ala antiga da diretoria quer Felipão. A jovem, defende Sylvinho. O espanhol Ramírez também é avaliado. Andrés quer definir rápido o novo técnico

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


São Paulo, Brasil

De um lado, os parceiros antigos.

Dos sonhos da MSI, de assumirem o clube no lugar de Alberto Dualib e Nesi Curi, de construírem um estádio, de contratar Ronaldo, construir um Centro de Treinamento decente.

Eles querem Felipão.


Mas do outro, há Duílio Monteiro Alves, os que conseguiram atrair a centena de milhões de reais da Hypera Pharma, acabando com a vergonha da falta dos naming rights. Os que sonham com a internacionalização do clube. Ir além do 'quintal' São Paulo.

Apostar na integração racional da base com o profissional, como acontece na Europa. E acabar com os improvisos.


Esses querem Sylvinho.

Entre os dois, Andrés Sanchez.



Pela primeira vez, nos 13 anos que domina o clube, o presidente corintiano está envergonhado. Não acredita como errou tanto ao contratar, e ter de demitir, Tiago Nunes.

Andrés chegou ao Corinthians pelas mãos do falecido vice-presidente Nesi Curi. Ele começou a trabalhar na base, no final da década de 90. Tem quase 25 anos de Parque São Jorge.

E acreditou que o ex-treinador do Athletico iria fazer o que a sua diretoria, os conselheiros, a imprensa e a torcida exigiam: montar um time vibrante, ousado, intenso, que aproveitaria a arena como um alcapão mortal.

Exatamente como acontecia em Curitiba, na Arena da Baixada.

A ideia era apagar todos os traços defensivistas, a covardia tática de Fabio Carille.

Deu tudo errado.

Por falta de dinheiro para montar um elenco melhor, por falta de empatia de Tiago Nunes com o elenco, pela expectativa criada pelo próprio Andrés. 


O time ficou pior do que com Carille. Com inúmeras trocas de jogadores e estrutura tática, o treinador que veio do Paraná mostrou estar perdido.

E estava levando Duílio Monteiro Alves para a derrota na eleição corintiana.

O futebol tem um peso enorme na corrida presidencial.

O candidato da oposição, Mario Gobbi, estava ganhando mais e mais apoio com os fracassos do time.

Andrés teve de romper a palavra empenhada ao treinador, que o sustentaria até o último dia de seu mandato, em dezembro. E o demitiu pelo fraquíssimo trabalho e para salvar a candidatura de Duílio.

Desde ontem à tarde, quando dispensou Tiago Nunes, garantindo que pagará sua multa de R$ 1,2 milhão, pelos últimos três meses não trabalhados, Andrés está conversando com Duílio.

Escolhendo o novo treinador.

O perfil é de alguém que chegue para dar um choque. Empolgue a diretoria, os conselheiros, os sócios/eleitores, as organizadas, a imprensa e os torcedores comuns.


Felipão e Sylvinho têm essas características.

Aos 71 anos, Felipão é um nome mundial. Treinador pentacampeão mundial, personagem principal nos 7 a 1 para a Alemanha, quarto colocado na Copa do Mundo com Portugal, vice campeão da Eurocopa, bicampeão da Libertadores, bicampeão brasileiro, tetracampeão da Copa do Brasil.

Seu currículo é excelente. Polêmico, vibrante, consegue montar equipes competitivas e, principalmente, é mestre em formar grupos.

Não se reciclou taticamente.

Mas fez o Palmeiras campeão brasileiro de 2018.

Sua imagem profundamente ligada ao rival é um obstáculo.

Assim como sua demissão em setembro de 2019, ao não conseguir fazer o Palmeiras mudar sua maneira medrosa e fechada de atuar.

Nas últimas horas, Sylvinho vem ganhando apoiadores.

Ele nasceu para o futebol 'no terrão', do Parque São Jorge. Os campos da base tinham pouca grama e por isso ganharam o apelido de 'terrão'.

Foi, por cinco anos, dono da lateral-esquerda. Vendido para o Arsenal, em 1999, passou por Celta, Barcelona e Manchester City.

11 anos no Velho Continente como jogador, com os melhores treinadores do mundo.

Depois, foi assistente no Cruzeiro, Sport, Náutico. Entre 2013 e 2014, no Corinthians, com Tite. Ficou dois anos como auxiliar na Inter de Milão.

Mais dois na seleção brasileira, com Tite.

Ele seria o treinador da seleção olímpica, em Tóquio.

Mas largou a CBF para se arriscar como treinador do Lyon.

Ficou apenas 11 partidas.

Apesar dos seus conceitos modernos e da proteção do diretor brasileiro, Juninho Pernambucano, o time não rendeu nas suas mãos.

Jogou mal, sem convicção.

Foram apenas três vitórias, quatro empates e quatro derrotas.


A imprensa francesa reclamava da maneira confusa, insegura com que o time se comportava.

Depois do pior início de Campeonato Francês, em 24 anos, veio a demissão sumária, em julho de 2019. Desde então, ele segue desempregado. 

Duílio daria a preferência a Sylvinho, que poderia ser filho de Felipão, com 46 anos.

Por estar ligado ao Corinthians desde a infância e ter os conceitos mais modernos do futebol mundial.

Mas Andrés alega sua inexperiência, o fracasso de sua transição de auxiliar para treinador.

O presidente e o candidado querem uma definição rápida. Analisar outros nomes. Até mesmo a chance de um estrangeiro. O espanhol que comanda o equatoriano Independente del Valle, Miguel Ángel Ramírez, é sugerido a Andrés por seus amigos jornalistas.

Contra Ramírez há o problema da adaptação ao futebol brasileiro.

Andrés e Duílio precisam de resultados o mais rápido possível.

Contra o Fluminense, amanhã, o treinador será o ex-lateral Coelho, que os jogadores adoram. Mas que ainda não tem apoio para ser treinador do clube.

Conselheiros da situação e da oposição deram a ideia de tentar uma conciliação. E que Mario Gobbi também participe já da escolha do treinador. 


Para que haja a garantia da permanência desse técnico após a eleição, vença quem for. Há essa possibilidade.

Para Gobbi, o técnico ideal acaba de fechar com o Bahia, Mano Menezes.

Andrés quer escolher o novo treinador até o início da próxima semana.

Chegar à definição do nome, neste fim de semana...

Sete demitidos em nove rodadas: a Dança das Cadeiras dos técnicos

" gallery_id="5f4d16444b49555844000376" url_iframe_gallery="esportes.r7.com/prisma/cosme-rimoli/timao-entre-a-experiencia-de-felipao-e-a-juventude-de-sylvinho-12092020"]

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.